Incondicional (Romance Gay)

Capítulo XXII

UM SEGREDO E UM AMOR...

 [...]  Se eu gritasse
Para o mundo ouvir
Até onde a voz pudesse ir
Eu não seria um sonhador
E nem mais um segredo
Meu amor!...  

Jorge Vercilo.

O dia passou feito uma tartaruga, o meu nervosismo deixava na cara, assim que recebi a mensagem surtei e o convenci de saímos, marcamos para jantar, assim que recebi a confirmação dele, as horas resolveram me torturar quando deu 21:30, eu já estava no estacionamento, desde do momento que ele concordou em ir, eu troquei de roupas mil vezes passei uma hora no banho tentando ficar mais limpo o possível, parecia que eu era uma garota de 15 anos no seu primeiro encontro, mudei várias vezes a posição do cabelo, passei uma hora decidindo se ia no visual despojado ou algo mais sério como colete e gravata, acabei optando por camiseta e jaqueta preta e um velho e bom jeans, ainda incrementei com um confortável gorro preto, me olhei no espelho depois de alguns minutos, estava bom, ele vai gostar... Putz! Como estou nervoso !!!

Respirei fundo e desci.

Estacionei o carro na frente da livraria, me olhei no retrovisor, eu estava suando mesmo com ar condicionado ligado no máximo - Eu nunca fiquei assim, sinto como se meu coração fosse sair pela boca.

Fiquei com o celular lendo novamente a poesia que o Daniel mandou, tentando acreditar que aquilo realmente estava acontecendo, a poesia era para mim, a noite de ontem foi a melhor que já tive, seu sorriso foi o mais belo que já vi, mas... Será que ele me ama mesmo? Ele não me falou... mas o que houve ontem entre a gente foi pura emoção, afundei meu rosto no volante tentando esconder as frustrações que me envolvia por dentro... Mas não importa se ele não me ama farei ele me amar. Sair do meu estupor quando eu ouvi a batida na janela do meu carro, olhei e encontrei o rosto que quis ver o dia todo.

Ele estava parado do lado de fora do meu carro, de braços cruzados com rosto um pouco vermelho, mas como ele estava belo, saí do carro, ficamos frente a frente, ele usava um Cardigan verde com camisa social acompanhada de uma bela gravata preta, seus cabelos caiam sobre sua testa, enquanto seus lábios curvavam-se em um meio sorriso que lhe deixava muito fofo, ele tinha falado alguma coisa pois estava me olhando com a testa franzida - Até as dobras que sua testa fazia o deixava fofo.

– Droga - murmurei nos meus pensamentos. Eu tinha tudo planejado para falar e agora não continha um "Oi" para dizer, então estendi a mão e ele apertou.

Por que eu fiz isso?

- Então vamos? - perguntou Daniel.

- Sim, é claro. Entrei no carro, então formos para a "cabana da gula"

Porém quando ele entrou no carro me segurei para não agarra-lo ali mesmo, me contir por que não sabia se ele gostava desse tipo de coisa, o Daniel, emanava uma aura delicada e sofisticada, quem olhava para ele sabe que ele conseguiria conversar sobre qualquer coisa sem perder a classe, mas a vontade de sentir seu toque era totalmente irracional mas ele não me deu chance pois quando estacionamos no restaurante, ele já estava saindo do carro, então o segui, e ficamos na mesma mesa da última vez, o restaurante estava cheio, mesmo com meu gorro sentia alguns olhares para nossa direção.

Daniel pigarreou me tirando dos meus pensamentos.

- Desculpa viajei total agora - Ele acenou de cabeça.

O que eu estava fazendo? Desse jeito vou estragar tudo.

- Oque você vai querer? - perguntou Daniel.