Capítulo XIV

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KISS...



  O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.  


Carlos Drummond de Andrade.





Subi para meu quarto, com o meu subconsciente gritando contra as minhas decisões, eu sabia que era tarde demais, se eu não fizer nada minha vida vai ruir ladeira abaixo, os detalhes do plano badalavam em minha mente, meu coração apertava toda vez que vinha a imagem da Ana e sua expressão de choque quando meu puro ódio era direcionado ao babaca do Bruno, só de lembrar o que aconteceu hoje, meu estômago chega doer, Bruno se aproveitou do meu estado só para fazer suas ceninhas.  – Porra como o odeio! – Só de pensar nele sinto uma vontade assassinar de soca-lo até ficar desfigurado eu estava de cabeça cheia e ele percebeu a brecha, para fazer tudo ruir, meus ombros estavam tão tensos, minha garganta estava seca e dentro de mim meu coração navegava nas ondas furiosa da agonia, eu precisava fazer alguma coisa que fizesse relaxar, entrei no meu quarto com intenção de dormir, ao entrar esbarro em minha mochila.

- Droga. – Murmurei – oque tem nessa bolsa, chumbo? Peguei a mochila não percebi que estava aberta e um par de patins caíram em cima de meu pé.

- Aí porra. – Gritei.

- Que foi Rick? - perguntou minha irmã.

- O que vocês faz aqui? – perguntei surpreso.

- O que? Andou bebendo de novo Rick?

- Eu quis dizer você foi... Hã.. Você não estava no hotel?

- Sim estava, mas não iria morar lá né? Resolvi que tinha que resolver e vim embora. - Minha irmã suspirou cansada. – Henrique mim esquece okay? Foi um dia cheio e não estou com cabeça para palhaçada, vou tomar um banho e dormir, sugiro que faça o mesmo.

- Ah, entendi Ana, eu... - Engoli as palavras, odiava ver minha irmã tão desolada, por isso não podia mais esperar, olhei para o chão fitando o par de patins, como um flash de luz minha mente clareou, sorri – Agora sei o que devo fazer.

- Rick? - Olhei para minha irmã, ela me olhava como conseguisse ler minha mente. – Você dizia?

- Dizia o que? Perguntei. - Minha irmã bramiu.

- Esquece Henrique, vou dormir, quando minha irmã ia dando as costas a agarrei por trás. – Te amo. – Murmurei, Ana se livrou dos meus braços e sorriu.

- Também te amo, seu idiota, Então ela me abraçou e depois saiu do meu quarto.

Olhei novamente para os patins e sentir aquela velha sensação do vento contra meu rosto, das minhas gargalhadas quando eu deslizava pelo asfalto, faz tempo que não ando, na realidade quem sempre traz ele é a Ana, ela mantém a esperança que eu vou voltar a andar, olhei para os patins. – Por que não? Faz tempo que não ando mais, porém onde eu iria andar? Não podia sair sem atacado por uma legião de fãs lá fora. Mas existem muitos métodos criados por mim para uma escapada, sorri esboçando toda minha malícia, colhi a chave do Daniel do meu bolso, agora é a minha vez.

Incondicional  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora