Capítulo XXX

2.9K 286 33
                                    

Acerto de contas...






  Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar.  

Clarice Lispector

  

Não pensa mais nada!

No final dá tudo certo de algum jeito
Eu me acerto, eu tropeço e não passo do chão
Pode ir que eu aguento!
Eu suporto a colisão
Da verdade, na contra-mão...  

Zélia Duncan







Assim que o táxi sumiu entre os outros veículos eu voltei para a livraria. No meio do caminho vi o Nicholas conversando com algumas clientes, olhei para ele e dei um sorriso amarelo, e passei direto para minha sala.

Rick estava com a cabeça escorada na mesa, ele só notou minha presença quando toquei em sua nuca, ele ergueu sua cabeça na minha direção e deu um suspiro cansado.

– Como vou fazer isso, Dan?

– Eu sei que pode ser difícil, mas nada na vida dura se não tiver um pouco de dificuldade. – Ele deu mais um suspiro cansado.

– Mas... e se for um truque? E se ele tiver armando para mim?

– Você acha que ela veio para isso?

– Não. – Disse ele confessando.– Ela foi bastante sincera comigo, mas... e se ele tiver usando ela?

– Acho que ela é inteligente demais para se submeter a isso. – Confessei. – Eu acho que você está deixando seu orgulho influenciar nas suas decisões.

– Eu...sempre me senti mal pelo oque eu fiz... Mas assumir a culpa por algo que eu não fiz... é...

– Um começo para uma mudança. – Completei – Perdi perdão por algo que fazemos mostra sensibilidade, mas pedi perdão pelas coisas que não fizemos mostra maturidade.

– Acha que se eu fizer isso vai mudar as coisas com ele? – Perguntou Rick.

– Não. Vai mudar as coisas em você. Será menos um arrependimento para se viver, será um passo para uma vida em que você pode olhar para atrás e se orgulhar das coisas que você fez, e você vai perceber que você fez de tudo é nisso que acredito. Não me preocupo com o Bruno Rick, mas com você. – Ele me deu um sorriso lindo.

– Como você consegue ser tão incrível? – Disse ele pegando na minha mão.

– Eu não sou incrível, só cuido das coisas que é importante para mim. – Ele sorriu mais uma vez.

– Eu sou importante?

– Mais do que eu queria. – Confessei de cabeça baixa. – Bom, então você... – Mas a frase morreu na minha boca, pois os lábios do Rick preenchia todo espaço dela.

– Eu te amo – disse ele assim que nossas bocas se separaram.

– Eu também, então o beijei, mas foi um beijo mais quente, suas mãos já vasculhava meu corpo, o ar fugia dos meus pulmões a cada toque dele, tirei sua camisa e admirei cada detalhe dele, ele sorriu, mas não um sorriso meigo como o anterior, foi um sorriso cafajeste, ele pegou minha mão e guiou até onde estava o botão de sua calça.

– Você decide. Sabe que quando começo não quero parar. Mas sei... – Dessa vez foi suas palavras que morreram na sua boca, pois minhas mãos desceram até o seu volume e o afaguei. Ele mordeu os lábios segurando a fala.

Incondicional  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora