Capítulo XXXVII

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Funeral...





A morte de um ente querido é uma coisa estranha. É como subir a escada para o seu quarto no escuro, e achar que tem mais um degrau... quando não tem. O seu pé afunda no ar, e acontece um grande momento de grande susto.  

Lemony Snicket








Acordei, no vazio de um quarto, não sabia onde estava, minha perna latejava, meus olhos ardiam, tentei olhar para aquele cômodo na esperança de consegui de tirar da memória de onde eu conheço, olhei para esquerda, e vi as janelas emolduradas com suas cortinas cinzas,então como um acender uma lampada, descobri onde me encontrava. – Eu tinha voltado ao mesmo hospital de um dia atrás. Voltei meu olhar para o teto enquanto minha mente tentava juntar os fragmentos de memória das últimas horas, um vazio me preenchia por dentro, e por não saber o motivo as lágrimas vieram, então virei virei o rosto, e encontrei minha irmã sentada na poltrona com aparência cansada, ela mantinha seu olhar para janela como se absorvesse toda a tristeza daquela cortina, seus cabelos loiros pareciam mas com a cor da areia da praia.

– Ana? – chamei, ela voltou-se sua atenção para mim.

– Rick, disse num sussurro quase inaudível, minha irmã tentou sorri para mim, mas seu queixo tremia, como se se queixo estava  tentando ir de encontro aquela expressão, parecia que a tristeza lutava avidamente contra o sorriso forçado da minha irmã.

Ana passou a mão esquerda no rosto, enxugando as lágrimas, e em sua outra  mão ela tinha um fotografia da nossa família, então a lembrança veio, ela percebeu minha reação então tudo dentro de mim ruiu, as lágrima começaram a jorrar.

– Cadê o papai, Ana? – minha irmã deu um passo para trás, – Ana por favor, não diz, que ele... Ana por favor... os soluços tomavam a minha voz, então minha irmã me abraçou e começou a chorar,

Então foi isso? Ele se foi? 

Puxei minha irma para um abraço mais forte e então um grito gutural tomou minha garganta, a tristeza e agonia estavam presentes dentro de mim. No meu ombro as lágrimas quentes da minha irmã caiam como cascata, seus soluços ficavam mais extensos.

Eu não queria... eu quero meu pai de volta.

Daniel chegou minutos depois, ele ficou na porta, nos olhando, sua expressão era de pura dor, eu percebi que ele também chorava, aquilo era doloroso demais, primeiro minha mãe, agora meu pai, percebo agora que a vida não se demora em anos de vida, ela se demora em momentos, pois a vida é curta e surpreendente, enquanto um morre outro nasce, olhei para o Daniel, ele mantinha seu olhar em mim, tentando mandar forças através de seus olhos, enquanto mais eu chorava, e as gotas quentes das lágrimas da Ana encharcava minha camisa, aquilo para mim representava o fim, percebi que não importa o que temos de valioso, pois o valor mais alto do mundo é de uma vida que se vai.

Incondicional  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora