Capítulo V

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Caminhos...



Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único. Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia.

Paulo Coelho.





Voltei para o hotel logo quando João foi embora. Minha irmã estava dormindo no sofá, sua aparência estava tão serena, eu acho que é uns dos poucos momentos que ela consegue ficar tranquila. Me odeio tanto por os meus erros afeta-la tanto, se fosse outra pessoa já teria me deixado, mas fico feliz que ela não tenha feito isso. Ana é única coisa que representa uma família para mim, longe dela eu com certeza afundaria - Respirei, senti um gosto amargo na boca, fui no frigobar e peguei um copo de suco, continuei olhando para minha irmã, por mais que tivéssemos brigas eu nunca a abandonaria.

Senti um pouco tonto, devia ser por causa dos vários copos de cerveja que tomei, me dirigi para janela. O mar estava tranquilo, uma brisa gostosa invadia a sacada e bagunçava meus cabelos, por um breve momento senti um pouco de tranquilidade, porém minha cabeça não parava, pois, vários pensamentos transitavam nela, grande parte deles estavam parados como um engarrafamento numa avenida.

O que eu vou fazer? Pensei. Olhei para as estrelas em busca de algum sinal que pudesse me direcionar. Minha mãe sempre dizia que as estrelas são os mapas da vida, nelas carregam histórias - sorri, lembrando daquelas noites em que eu conversava com ela noites adentro sobre o céu noturno, senti minha velha angustia surgir novamente dando um aperto no meu coração.

- Rick é você? - Chamou minha irmã.

- Tá tudo bem Ana, sou eu, volte a dormir. - E voltei a olhar para mar. Senti os braços delicados da minha irmã envolver minha cintura e encostou sua cabeça no meu ombro.

- Você deveria dormir Ana, o dia foi cheio.

- Você também devia. - Rebateu minha irmã.

- Touché - sorri em rendição.

- Rick falei aquelas coisas, por que estava cansada, e a Vivian, comeu meu juízo todo. Você deveria estar de porre mesmo para pegar aquela garota.

Olhei para minha irmã e sorri e retribui seu abraço.

- Eu que peço desculpas, te sobrecarrego com meus problemas, e esqueço que você tem os seus.

- E o que você decidiu? - Perguntou minha irmã.

- Eu tenho uma ideia. - Respondi - mas vamos discutir isso amanhã, certo?

- Está bem, respondeu minha irmã, você não vai dormir?

- Daqui a pouco. - Falei. Ela tirou o braço da minha cintura,

- Boa noite então.

- Boa noite. - Respondi.

Minha irmã se virou e foi direto para cama. Demorei um pouco na varanda, mas o sono me venceu e fui dormir, e então desabei na cama. Minhas confusões me levaram a mais um sonho, não necessariamente um sonho, parecia mais uma lembrança...

Estou sentado no auditório do meu antigo colégio, junto com os meus colegas - A santa Agnes era uma escola para freiras que depois fez uma parceria com uma rede de escolas particulares e foi transformada numa escola integral que atendia ambos os sexos. Sua arquitetura transmite a ideia de você está num templo, bancos de madeiras e pisos de mármore, e corredores subterrâneos onde você podia fugir das aulas e fazer algumas coisas a mais (você me entende né?). Era legal estudar lá.

Incondicional  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora