Capítulo XXV

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A verdade sempre tem dois lados...


As nuvens são sombrias
Mas, nos lados do sul,
Um bocado do céu
É tristemente azul.
Assim, no pensamento,
Sem haver solução,
Há um bocado que lembra
Que existe o coração.
E esse bocado é que é
A verdade que está
A ser beleza eterna
Para além do que há.

Fernando Pessoa.






Cada vez que leio as notícias sobre ele, percebo o quanto meus planos não estão funcionando – uma raiva irracional ferveu dentro do meu peito, fechei o punho com tanta força que os nós dos meus dedos ficaram brancos, minha mandíbula tremia tentando conter os palavrões que pipocavam em minha mente, respirei fundo, tentando segurar o ódio que enraizava por todo meu coração.

– Droga!! – largo celular sobre a cama, descontente com os resultados que o levaram a se dar bem sobre mim de novo. Pego o celular e tento procurar algo a mais que indique pelo menos uma falha, um gancho que leve para alguma crítica que destrua pelo menos por um segundo o sucesso desse babaca metido a pop star, mas infelizmente as pessoas mascaram um erro quando o mesmo faz algo certo, tentam justificar o fato ruim fazendo paralelo com algo bom, aí então surge a tal manipulação da mídia.

A tela do meu celular só mostrava notícias que engrandecia pelo último show, eram matérias de babação pior do que a outra: Rick Acanon mostra como ele é uma fênix renascidas das cinzas ou Rick Acanon dar um show de, é assim que se faz! Isso fazia me irritar mais, por que ele nunca se ferra? Que ódio! – sentia as lágrimas de raiva escapando dos meus olhos, por que Rick você não cai? O que é preciso para você entender que para eu ter paz, necessito que você aprenda uma lição? Que você sinta o que eu senti? Deixo mais lágrimas escaparem, sustento meus rosto com minha mão, tentando manter o controle, até que sinto o toque leve sobre minhas costas, um abraço envolveu minhas costas, as mãos delicadas acariciavam meu peitoral, eram mãos delicadas e negras como o ébano, então a dona das mãos desliza ate a minha frente e senta no meu colo, meu olhar capta as feições daquela bela moça, de cabelos avantajados de cachos e olhar tão brilhante como o ouro, um sorriso lindo acompanhava aqueles lábios carnudos, ela percebeu as lágrimas, e enxugou com delicadeza, seu olhar dourado me inspecionava como um raio x a procura  do deficit que provocava aquelas lágrimas.

– Você não deveria chorar por ele, na verdade não devia chorar por nada que envolva ele, Acanon não merece elas e você também não. – Sua voz doce era calma e terna, como uma brisa marítima. Toquei seu rosto com carinho e me esforcei em abrir um sorriso, beijei seus lábios com carinho e continuei olhando para ela,"como ela era linda." Eu continuo babando pela sua beleza e gentileza, sua pele escura brilhava com o sol que invadia pela janela, seu sorriso lindo me aquecia por dentro, me deixava tranquilo, mas mesmo com todo seu carinho, ela não conseguia tirar a raiva do meu peito, peguei ela pelos braços e pus sobre a cama com delicadeza e me levantei, mas ela puxou meu braço.

– Por favor, esquece tudo isso, não irá conseguir viver agindo assim.

– Mas eu não vivo, Maria. – Retirei sua mão e afaguei com carinho –, Nunca vivi, infelizmente esse ódio vive em mim, faz parte de quem eu sou, e só vai acabar quando eu conseguir a humilhação dele.

– Bruno... eu sei que você não quer isso, só faz para ter um pouco de paz e fechar essa ferida dentro de você, mas isso é mimo de criança, o que aconteceu com seu pai não tem nada have com ele, já se passou seis anos, vocês eram adolescentes....

Incondicional  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora