Capítulo 11 (Por Elisa)

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" — Mas o que seria da vida sem os amores não correspondidos e sem os amores platônicos? — perguntou-me com um sorriso singelo.
Certamente seria muito mais fácil — murmurei com um revirar de olhos. E novamente ela sorriu.
Certamente seria enfadonha — ela disse, enquanto segurava as minhas mãos. —Por que você acha que existem tantos romances?"

[Eternidade, Fernando Garcia.]



— O quê? — Fernando pergunta após perceber meu olhar interrogativo.

— Você vai me contar qual é a verdade sobre você não beber mais? — perguntei de forma exigente, e não queria saber de coisa alguma. Ele poderia enganar o vovô com essa história de eu não bebo mais, mas a mim não.

Ele parece desconfortável, como se estivesse tendo uma discussão interna. Eu quase tive pena dele. Quase. Ele não iria escapar de uma explicação, ainda mais depois de concentrar toda a sua atenção no porta-guardanapos, dando-me a certeza de que tratava-se de algo sério.

— Será que nós podemos falar sobre isso outra hora? — ele pede.

Outra hora...

Ele está adiando explicações novamente. Mas se ele está pensando que eu vou esquecer de cobrar essas explicações, está redondamente enganado.

— Você já percebeu que esse é o segundo assunto que você adia? — questiono e, só para dar maior ênfase, arqueio as sobrancelhas. — Vamos falar sobre isso mais tarde. — Aponto-lhe o dedo indicador de forma acusadora, apenas para deixar claro que ele não escaparia dessa. — E nem tente me enrolar!

— Não existe ser neste mundo que consiga enrolá-la. — Ele faz careta e mostro-lhe a língua em um surto de infantilidade.

Na verdade, eu retrucaria essa frase muito da sua mal colocada, se uma senhora simpática não houvesse começado a falar em um microfone.

— Boa tarde, senhores. Hoje é um dia especial em que nosso amado restaurante completa dez anos. Por isso nós abriremos espaço para que vocês clientes apreciem um show ao vivo. — Ela sorri abertamente. — Chamo ao palco a banda Lux.

Todos aplaudiram quando a banda subiu ao palco. Aparentemente a banda Lux já era conhecida por ali e fazia certo sucesso entre os clientes do restaurante.

— Obrigada, vovó — uma garota de cabelos com mechas azuis se pronunciou — Olá, pessoal. Eu sou a Karina, vocalista da banda, e nós vamos cantar uma música que com certeza toca o coração de muita gente. O salão de dança está disponível para quem quiser curtir esse momento. Vamos lá.

Os primeiros acordes da música vieram e logo percebi que a música em questão era Give me love, do Ed Sheeran. Peguei-me fitando Fernando assim que Karina começou a cantar, e percebi que ele fazia o mesmo. Desviei meu olhar imediatamente.

Give me love like her (Dê-me amor como ela), 'cause letely I've been waking up alone (porque ultimamente eu tenho acordado sozinho). Pain splattered teardrops on my shirt (A dor espalhou lágrimas na minha camisa). Told you I'd let them go (Eu disse a você que as deixaria ir). Olhei em direção à Fernando novamente. Ele estava com uma expressão engraçada, e me olhava com tanta firmeza que com certeza meu estômago sentiu os efeitos.

Dê-me amorOnde histórias criam vida. Descubra agora