Jantar

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Ok, Maju. Vamos lá! É uma festa de gente chique, procura uma roupa mais social...

Ah mano a quem eu quero enganar? Eu tenho cara de menina que veste roupa social? Eu tô mais pra maloqueira mesmo.

Eu não tenho variedade de roupas que não assustem as outras famílias. Se eu chegar lá do jeito que eu me visto, no mínimo aquela gente cheia de frescura, vai achar que eu entrei lá pra assaltar.

Gente chique tem dessas, vê uma pessoa com um estilo mais largadão, e já acha que vendemos os móveis de casa pra comprar drogas.

Mas é pelo meu pai, eu tenho que achar algo menos pior. Sim, menos pior. Porque eu não tenho algo ideal.

Ah, e também algo que dê para usar um tênis, porque eu posso me render a um vestido, mas a salto nem me pagando! Só se for uma situação extrema mesmo... O que não é o caso.

Eu reviro todo o meu armário, olho em cada canto possível, até que achei um vestido! Ele era preto... Provavelmente ganhei e nunca usei.

Eu sou daquelas pessoas que ganham roupa nova, mas usa as velhas... Eu gosto das minhas roupas velhas, eu gosto tanto, que as vezes as pessoas pensam que eu não tenho outra. Mas queridos, já inventaram algo bem eficiente para poder repetir as minhas roupas quantas vezes eu quiser, e se chama: Máquina de lavar. Indico a todos...

Ok, vestido já tenho. Vamos ver a minha cara, Não vou passar nada demais, ninguém me conhece direito lá mesmo. Para eles eu sou a filha do subchefe.

Esse codinome já me causou muitas raivas. Antes eu estudava em uma escola que era filiada da empresa em que meu pai trabalha. Todos já estão cansados de saber que eu não sou flor que se cheire desde pequena. E eu sempre aprontei muito, e nossa, sempre que eu aloprava na escola, falavam: "A filha do subchefe é toda malcriada" "A filha do subchefe nem parece que é filha dele" CARALHO, meu nome é Maria Júlia! Não a "filha do subchefe", até nas apresentações dos coleguinhas de classe, as professoras falavam: "Então alunos, essa é a filha do subchefe. "
As Crianças ficavam intimidadas de falar comigo, e não faziam amizades. Sei lá, acho que eles pensavam que se andassem comigo, e elas fizesse algo, a filha do subchefe falaria pro papai e ele o expulsaria da escola, talvez.

Mas depois que eu entrei no ginásio, eu troquei de escola e estou livre desse codinome por lá, mas dentro da empresa dele eu ainda sou chamada assim.

O meu celular toca, e era o meu pai ligando;

/Ligação/

Maju: Oi, pai
Pai: Já estou quase chegando, já ta arrumada?
Maju: Quase, pai. Ta tipo muitoooo perto, ou ta mais ou menos?
Pai: Mais ou menos. Mas assim que eu chegar aí já é pra sairmos, ok?
Maju: Ok.

Nossa, eu sou muito cara de pau. Nem banho eu tomei ainda e tô "quase pronta". Deixa eu correr, antes que me pai me arraste do jeito que eu estou pra esse jantar...

Tomo meu banho, e pela primeira vez no mês, meu cabelo desembaraçou fácil.

Visto o vestido, procuro o meu óculos, dessa vez eu não posso esquecer. Não quero derrubar outro garçon.

E eu espero que o último garçon que eu derrubei, não me veja hoje e queira me derrubar só pra revidar. O mundo tá Crazy.

Enfim, pronta.

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Adolescente Em CriseOnde histórias criam vida. Descubra agora