Chegou Pai!

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Algumas horas mais tarde, ouvi a campainha tocar, e desci as escadas.
Era o meu pai, que tinha acabado de chegar.

Pai: Maju!
Maju: Oi... Pai.

Ele entra, e vai colocando a sua mala na mesa de centro da sala.
Tinha um bom tempo que eu não o via. Bom, continua o mesmo.

Pai: Vou tomar um banho, e já já desco para termos uma conversa, moçinha. - eu não disse nada, apenas balancei a cabeça concordando.

Me jogo no sofá, com o braço esquerdo caído, e a outra mão cobrindo os olhos.

Depois de uns dez minutos, desce ele, com um bermudão, e camisa sem manga.

Pai: Levanta, Maju.
Maju: Que comece o sermão.
Pai: Eu adoraria não te dar um sermão, você sabe disso. Você sabe que eu sou super a favor de você zuar no colégio, você é adolescente... Já tive sua Idade. Mas você sabe que eu também não admito brigas! Você, uma garota linda, com um carisma sensacional, esportista, se rebaixar a isso minha filha, isso eu não admito! isso me deixou triste e bravo com você.

Eu deixei meu pai triste... Mal vejo o cara, e quando apareço é pra dar tristeza. Isso me deixou meio abalada, e sou bem sensível, meus olhos lacrimejaram.

Maju: Foi mal pai...
Pai: Foi péssimo, Maju. Mas... Eu sou seu Pai, apesar de ter te dado essa bronca, saiba que é pro seu bem.

Meu pai me da um abraço forte.

Pai: Vou até a escola com você amanhã. E eu gostaria de saber, se você pode me dar umas aulas de luta, sabe, meu chefe ta me azucrinando... -nós rimos.
Maju: Me desculpa, pai?
Pai: Claro, meu amor. Só não sai batendo em mais ninguém por aí, pelo menos na escola... - ele ri.
Maju: Suave, pai.
Pai: Minha garota! Eu poderia te dar um castigo pra você pensar no que fez, mas isso é segredo nosso, então vou deixar passar.

Todas as vezes que meu pai me colocava de castigo pra "pensar no que fiz", eu nunca pensava no que eu fiz.
Eu só pensava em como me livrar daquele castigo, pensava em tocar fogo na casa, fugir, virar moradora de rua, mas nunca pensava no que eu fiz de errado.

Se essa Suelen vacilar outra vez, acho que vou ter que ensinar a ela com todas as letras, que eu não sou aquelas garotinhas do fundamental não, comigo é outro patamar de idéias.
Ou vacila e aceita a consequência, ou nem brinca comigo.

Tirando esse meu lado do mal, eu sou um doce de pessoa, Juro.

Adolescente Em CriseOnde histórias criam vida. Descubra agora