Narração: Maju
São três horas da tarde e eu resolvo dar uma volta de Skate, tenho ficado tanto em casa que já estou me sentindo parte dos móveis.
E aqui estou eu, passando por cima da calçada quente, em direção a pista de Skate.Eu comecei a me interessar por surf e Skate, eu era bem mais nova, com uns seis pra sete anos. Meus pais são separados, mas antes disso acontecer, meu pai queria um filho menino, pra ele poder passar esses hobbies que ele tinha para o garoto.
Mas quando ele soube que era uma menina, ele pensou bem, e viu que isso também poderia ser aplicado a mim, apesar de ser garota.Quanto mais eu crescia mais eu gostava de surfar e andar de Skate, e curto até hoje. E pretendo seguir esse estilo de vida por muito tempo.
Chegando na pista, eu resolvo observar a galera que também está lá, são bem feras, fazem umas manobras bem legais.
Resolvo explorar o outro lado da pista, e só tem um garoto.
O Sol está escaldante hoje, o que me não me deixa ficar com os olhos bem abertos, e eu tenho que usar as mão para fazer meio que uma proteção para eu tentar enxergar melhor.Procuro um lugar que tenha sombra, para me sentar, e ver as manobras do garoto, ele até que manda bem.
Ele vê que eu estou observando ele, mas algo deu errado.
O garoto se distraiu, e caiu do skate.Saio correndo em disparada até a rampa, com a intenção de ajudar o garoto.
—Nossa! Você ta bem?
Ele não está nada bem, parece que foi bem sério.
—Ai meu Deus! Desculpa eu ter te atrapalhado, n..não era a m..minha intenção! -eu estou realmente desesperada.
—Calma... A culpa não foi sua, eu que me distraí. - ele faz muita cara de dor.
—O..Olha, eu vou ligar pra minha mãe te buscar, e te levar pro hospital.
— Não precisa... É.. Qual o seu nome?
—Eu me chamo: VOCÊ PRECISA IR PRO HOSPITAL.
Ele continua com as expressões de dor.—Calma moça
—Se tem uma coisa que eu não consigo ser agora, é calma. Vou ligar pra minha mãe!
—M.. Mas..
—Mas nada, cala a boca e espera.Ele faz uma cara de assustado, mas concorda.
Ligação
— Ô mãe, vem aqui na pista de Skate rápido, eu acidentei um garoto.Ele tenta interromper
— Você não me...
— Moleque cala a boca porque se não eu te dou mais um motivo pra ir pro hospital.
— Cê é mó louca, cara.Voltando a ligação...
— Como você fez isso, Maria Júlia??????
— Ai mãe, só vem.Passado uns cinco minutos minha mãe chega, e ajuda o garoto que eu nem perguntei o nome a se levantar.
— Consegue andar? -minha mãe pergunta.
Ele tenta dar um passo, mas da um grito de dor o que não é um bom sinal.Nós ajudamos ele, que vai de um pé só até o carro.
Vamos até o hospital em silêncio, e minha mãe praticamente voa com aquele carro.Chegamos no hospital e as enfermeiras trazem uma cadeira de rodas pro garoto, já que ele não consegue andar direito, pois sente muita dor.
E lá vai eu, entrando na sala de atendimento e sou barrada por uma velha rabugenta da recepção.
—Você não pode entrar.
—Mas hein?! Eu vou entrar sim.
— Não vai não garota desaforada!
—Vou falar mais devagar, pra senhora entender: E U V O U E N T R A R!
—Mas você não pode!
—Olha só, eu acho bom a senhora deixar eu entrar de boa, ou eu vou invadir mesmo.
—Vai, vai entra! Esses jovens perderam o respeito...Deixei ela falando só, e fui correndo até a sala pra ver o que tinha acontecido com o garoto, eu estava bem preocupada. Eu senti que a culpa foi minha dele ter se distraído, se eu não estivesse alí naquele momento, ele não teria se machucado.
Entro de sala em sala até achar onde ele está, e enfim encontro o garoto.
Minha mãe estava cuidando dele.—Maju? Como você conseguiu entrar? -ela falou espantada.
— Mãe, eu sou a Maju. Eu sempre dou um jeito. -pisco o olho pra ela.O garoto está deitado numa maca olhando pro teto, com as mão sobre o Peito.
Chamei minha mãe no canto, e perguntei se o que aconteceu com ele era grave. Ela me disse que ele fraturou a perna, mas que iria ficar bom logo, que eu não precisava me preocupar.
Ele pode até ficar bem, mas eu ainda estou com aquela sensação de culpa por ele ter se machucado.
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Adolescente Em Crise
Roman pour AdolescentsSurfista, Skatista, com uma personalidade forte, brava, não leva desaforo pra casa e muito decidida. Mas embora ela seja durona por fora, tem um coração frágil. Você está enganado se pensa que a Adolescência é uma fase só de alegrias.