O amor não é a única solução, apesar de a melhor

64 3 1
                                    

- Jin, seja lá onde você estiver, vá até a Mary, ela precisa de ajuda. - O telefone desligou e ao invés do tempo parar, era como se a cada segundo já tivesse se passada uma hora, o mais velho do grupo pôs-se a correr, os que estavam com ele simplesmente o deixou ir, mil pensamentos corriam a mente de Seokjin naquele segundo, com tudo o que vinha acontecendo, ele sempre temia que algo desse errado, eles sempre conseguiam se safar de qualquer que fosse seus problemas, seja pela ajuda de Isabella ou a de Namjoon, qual ele considerava um grande amigo desde a infância em que eles corriam pelos corredores de suas casas em busca de problemas para causar, mas agora, com IzZy fora da liderança, Shado comandando o grupo e Namjoon zelando pela paz, ele não sabia mas em o que acreditar, e nos últimos meses, Mary era a única coisa que se mantinha constante em sua vida, desde as provas até as atividades do clube, ela sempre esteve consigo, mesmo com sua personalidade forte, ela sempre olhava pelo melhor dos dois, pelo melhor dos dois, e ele ainda não estava preparado para perdê-la, não ia ser uma queima de fuzil que iria impedi-lo de vê-la, de tê-la para si mais uma vez.

A caminho da quadra sua preocupação aumentava, mas conforme a mesma se aproximava, luzes apareceram em sua visão e seus olhos custaram a se acostumar, ele podia chegar a essa conclusão sozinho, a escola tinha enfim entrado em ação, e apesar da raiva subir por tofos os seus poros, eles tinham conseguido, porque com a aparição da direção, eles seriam liberados e então poderiam resolver seus problemas, mas nenhum problema com qualquer organização criminosa era maior que sua preocupação com Mary. O suor escorria pelas pontas de seus cabelos e sua camiseta parecia grudar em seus ombros, quando ele a viu.

O corpo pairando sobre uma maca, os cabelos lhe cobriam a face de onde ele podia vê-la, uma máscara a ajudava a respirar, sua roupas tinham marcas de queimado e sangue e mesmo a distância ele via o peito dela subir e descer, era lento e descompassado, o som da ambulância reluzia em seus ouvidos, e ele pôs-se a correr, sua pernas pesavam, mas seus pensamentos reluziam em choque, oficiais da justiça passaram por ele, bombeiros passaram por ele, tudo passou, e ele enfim se viu a frente dela, seu corpo inclinou-se sobre o dela e quando percebeu, lágrimas caíam de seus olhos enquanto seu corpo pendia para frente, os joelhos encontrando o chão, e antes de cair em prantos, a única coisa que ele ouviu foi a voz de IzZy em seu ouvido dizendo que tudo ia ficar bem.

================================== 3rr0r ===================================

Aquele lugar era horrível. Era arrasador estar ali. Tudo reluzia. Tudo. Tudo era branco, tudo tentava passar paz, mas aquela não era a paz que eu queria levar comigo, aquele era o pensamento de Namjoon naquele momento, sentado na sala de espera, de um hospital, hospital cujo seu amigo estava confinado em, nada mais tirava Jin de lá a menos que Mary estivesse junto com ele, as últimas horas tinham sido um pesadelo, ele nunca tinha ouvido tanto choro quanto naquele dia, as meninas acabaram-se em lágrimas, Isabella tentou ao máximo não demonstrar, mas sua proximidade com a amiga era tanta, e ele não a culpava, muito pelo contrário, ele queria poder ter chorado junto com ela, isso se outras coisas não preenchessem sua cabeça naquele momento, era absurdo o fato de onde eles tinham chegado junto com a falta do que fazer, ele nunca pensaria no fato de que eles se dividiram e mesmo que quase obrigatoriamente tiveram que mudar sua composição, sua amizade, aquela qual ele tinha com todos desde que suas famílias tinham os largado naquele internato sem uma explicação plausível, ou seja, sem a criação dois pais, eles cresceram em conjunto e formaram seus próprios pensamentos, até alguém chegar e estragar tudo.

Suspirando, Namjoon levantou-se e olhou ao redor, todos ainda estavam ali e por segundos ele esqueceu o que tinha acontecido a eles, eles poderiam perder uma amiga e infelizmente, ele nao sabia a quem culpar por aquela tragédia.

================================== 3rr0r ============================

Semanas se passaram em monotonia, o decreto de que as aulas seriam canceladas por um semana era equívoco, na verdade, foram muito mais de uma semana, eles teriam agora quase dois meses em casa, coisa que Rebeca não aceitava muito bem.

- Eu não aguento mais isso! Kook, vamos ter que ficar confinados assim? - Apesar de estarem sem aulas, eles ainda tinham que ficar na escola, tinham liberdade para andar por ela, mas somente na ala dos dormitórios. - Eu estou sentada aqui há mais de oito dias, minha bunda está ficando quadrada!

- De uma coisa você ter certeza, sua bunda não está ficando quadrada, se quiser posso conferir pra você. - As palavras de Jungkook tinham sido ditas em meio a risadas, mas Becca tinha sentido seu fundo de verdade, ela o olhou, sorrindo estranho, enquanto se arrumava com a cabeça no colo do menino, ele tinha passado os últimos dias no quarto dela, que sem a invasão de suas amigas que dividiam o mesmo com ela, dava a eles grandes momentos de privacidade. - Não me olhe assim, eu estava brincando.

- Eu sei que você não estava.

=============================== 3rr0r ====================================

- Sim, isso mesmo. - A garota estreitou os olhos, afastando o celular do ouvido, engolindo em seco ao ouvir os palavrões do outro lado da linha. - Você não pode dizer que não tentei, por eu ter tentado é que aconteceu tudo isso.

- Eu não quero mais saber disso, era para atrapalhar, não quase matar um deles, tem noção do quanto podemos perder se um daqueles trastes morrer?! Não, você não tem noção, porque você não usa essa cabeça pra nada. - A respiração dos dois estava forte, e antes que Megan pudesse desligar, mais ordens lhe foram dadas. - Eu quero você aqui em 15 minutos sem que ninguém saiba, NINGUÉM, se aquele Shado aparecer aqui com você, os dois perdem a cabeça.

~o~

- V, você sabe que não foi culpa sua. - Jay sentou-se ao lado do garoto, uma mão sobre seu ombro, enquanto a outra segurava um copo de água gelada, os dois estavam em seu ambiente de trabalho, aquele cubículo cheia de papéis e de ideias traçadas, mas qualquer um que olhasse direito, veria que os olhos inchados de Jay não era por conta de meras noites sem dormir. Ela vinha visitando Mary e ajudando Jin todos os dias, o máximo que podia, a amiga tinha sido diagnosticada com um braço fraturado, queimaduras de terceiro grau que precisariam de cirurgia, mas que ainda teriam cicatrizes se não fossem tratados apropriadamente, e batidas na cabeça, ela tinha caído de um jeito horrível, e não tinha ninguém lá no momento com ela, Jin estava encarregado de liberar o sistema da escola, e Shado tinha lhe dado certeza de tudo ficaria bem, mas isso não tinha acontecido. - Não foi vocÊ quem nos dividiu assim.

- Mas eu ajudei Jay, eu ajudei. - A cabeça dele entre as mãos e os cotovelos apoiados no joelho, ele não a olhava, ele não tinha coragem de a olhar sem que uma culpa assolasse cada pedaço de seu ser, ele a amava demais para simplesmente destruir tudo pra ela.

- Tae, olhe pra mim, eu não te culpo por nada, nós não teríamos como prever isso, a Mary vai acordar, ela vai ficar bem, nós vamos arrumar essa bagunça, nos formar e tudo vai terminar bem, se você não ao menos acreditar, seu corpo não vai conseguir sair do lugar. - Sem resposta ela colocou o copo ao seu lado no chão e trouxe o menino para si, envolvendo-lhe o corpo com seus braços frágeis, compartilhando de um sentimento nunca antes sentido por ambos.

GraduationOnde histórias criam vida. Descubra agora