Reputação em ação pt. 1

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Austrália, 7:30, Refeitório

Finalmente o santo dia tinha chegado, muitas pessoas viriam dali três horas, famílias, amigos, ex-alunos e qualquer um que quisesse passar pelo grande portão, era hora do café, uma mesa inteiramente ocupada, haviam 16 pessoas sentadas ali, claro, nada harmonioso, uma bagunça sem igual, apesar de estarem todos com cara de sono e algumas meninas inventarem de colocar uma máscara no rosto pra cobrir não sei o que né, porque não é a boca que incomoda os outros, mas né, cada um com a sua.

- Ei, não era pra gente estar terminando os trabalhos? - Gaby bocejou em estado de transe.

- Ah, deixa, na última hora tudo vai dar certo, todo mundo gosta da gente mesmo. - Paula escorregou a cabeça, encostando a testa na mesa, enquanto os braços caiam para frente, pesos em cima de suas costas, braços na verdade, apenas deixaram ela mais inclinada a tirar um cochilo.

- Ah, eu não contava mais com isso. - A mais velha levantou-se, puxando o namorado junto. - Estamos indo pro clube, Gaby, pode ir indo, hoje temos que trabalhar juntas.

Quatro pessoas saíram, cada uma para um destino, Juh estava preocupada, ela olhava para baixo, os dedos de unhas longas tocando a pulseira verde recém-adquirida, mas algo impediu seus devaneios, ela levantou o olhar, encarando Hoseok.

- Não se preocupe com isso, por favor. - As mãos se juntaram, ninguém ali prestando atenção nos dois. - Melhor irmos pro clube, você tem que praticar.

- Ei, vocês dois! - Mary chamou-os quando eles se levantaram. - Cuidado viu? Hope, cuida da Juh, você pode não saber, mas ela fica nervosa em apresentações, fica fazendo umas caretas, vai que ela ri pra você.

- Nem brinca, eu vou jogar a flauta no meio da sua testa! - Ela ameaçou os dois, saindo em passos duros.

- Você não tem que ir? - IzZy tirou os olhos do celular, desencostando do peito do namorado, que murmurou incomodado.

- Tava quente.

- Você estava é dormindo, eu podia desmaiar aí que você não ia perceber!

- Ah, para de drama!

- Calem a boca. - Mary, a quem foi mencionada a pergunta, interrompeu a briga, se situando. - Na verdade não, meu trabalho já é aqui, eu preciso andar, a câmera tá na bolsa, agora essa coisa aqui, precisa vazar, comida não se faz sozinha.

- Nossa, saiba muito bem que já está tudo pronto.

- Ah, mas não está mesmo.

- Vocês falam da gente, mas olha isso, nem juntos estão. Se peguem. - Namjoon apontou para os dois e levou um chute na canela por baixo da mesa. - Ô, que isso?!

- Eu vou jogar o banco em você da próxima. Tchau aí pra vocês. - Ela levantou-se da cadeira, mas puxada da volta, lábios quentes em sua bochecha.

- Tchau Mary, passa na sala depois, vou fazer umas coisas para você.

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Austrália, 12:30, Escola.

Os portões foram abertos, e parecia uma manada de búfalos na hora do almoço, cada um estava em seu lugar, a postos para qualquer merda que pudesse vier a acontecer, claro, IzZy tinha consciência do perigo que corriam, mas preferia ficar quieta a estragar o dia que todos se esforçaram para acontecer.

- Boa tarde a todos. - A mesma frase de sempre, mas não a mesma voz, Kidoh estava no comando, e Gaby estava na mesa ao lado, falando com Jay, que tentava equilibrar uma pilha de papéis sem a ajuda de V, cuja atenção estava voltada para os vários monitores que brilhavam a sua frente. - Sejam bem-vindos à sétima edição do grande festival de St.Mary, espero que se divirtam, nossos diversos clubes estão trabalhando nas mais variadas atividades, toda a grade de programação do evento está localizada nos murais espalhados pelos corredores e na entrada da escola, os alunos estão disponibilizados para tirar qualquer dúvida que tenham sobre o evento, e não se esqueçam, a última atração será no jardim de trás da escola, é de legítima importância todos estarem presentes, tenham um bom dia.

O microfone desligou-se e os fones caíram sobre a mesa, o garoto se viu livre de provavelmente a coisa mais chata que já teria feito na sua vida.

- Parabéns, foi tão bem quanto eu. - Palmas de ceticismo vieram de sua tão amada namorada, as vezes, nem ele conseguia entender o humor ao qual ela era assolada. - Se quer trocar de lugar, estou aceitando....

- Nunca mais me faça fazer isso, e está me devendo um lanche, vamos sair no próximo final de semana. - Os braços a envolveram e Kidoh agradeceu por suas atividades evitarem contato com todas as pessoas ali embaixo, assim ele poderia dar leves escorregas e beijar o pescoço de sua garota nas horas vagas, não que isso não a irritasse, mas só o fazia mais contente.

- Você sai planejando as coisas sem ao menos me contar, mas vamos, e você vai me pagar um lanche também. - Os olhos antes focados na tela do computador, viraram-se juntamente ao corpo, e Gaby segurou o rosto do menino entre as mãos, juntando seus lábios em um beijo rápido, interrompido pela urgência de um telefonema, Kidoh praguejou um palavrão e deixou que a ruiva se ocupasse de atendê-lo.

A sala ficou em silêncio por alguns momentos, até que um excesso de raiva não pôde ser oprimido.

- MAS VOCÊ NÃO PODE ESTAR FALANDO SÉRIO! - A voz irritada ecoou pelo local, e até o garoto, tão acostumado, viu-se dando passos que o fariam se distanciar dali. - Cara, eu ODEIO fazer esse trabalho de vez em quando.... Tudo bem, só cuide para que ninguém ache estranho, eu vou limpar tudo isso, vou ligar para a Paula, ela vai ter que adiar o jogo dela.

- O que aconteceu? Heim? - Uma onda de coragem reuniu-se em Kidoh, ele percebia a urgência daquilo tudo, mas sua personalidade desbocada dava um lugar maior em sua preocupação. - Não compraram salsicha suficiente? Ou você só vez essa cena porque depois daquele atentado com o fumante de repente quer ser agente da CIA?

De novo, o silêncio atingiu o lugar, Gabriele jogou-se na cadeira, abrindo as gavetas de sua mesa da forma mais rápida que podia, quando achou o que procurava, um sorriso apareceu em seus lábios, e logo, na tela do PC, apareciam todas as câmeras da escola, ao vivo, Kidoh logo percebeu o que rolava ali, mas ele não achava que ela ainda fazia coisas como aquela, mas pensando bem, por que ela pararia de fazer coisas como aquela? Nada parava aquela mulher, a não ser uma boa briga, mas não era aquilo que eles tinham ali.

- Ok, qual a boa? Não se faça de séria do nada só para me preocupar. - Ele aproximou-se da mesa, ainda brincalhão.

- Observe um pouco e verá, enquanto isso, eu preciso fazer coisas mais importantes que tentar brincar de Lince. - Pegou o celular no bolso, ela não tinha decorado o número da amiga, longe disso, não tinha decorado o número de ninguém, e isso a fez xingar, quando frustrada, tivera que parar e procurar pela figura na lista de contatos, finalmente, o telefone chamava.

- Alô? - A voz sem emoção respondeu o outro lado da linha, parecia estar sem muito o que fazer.

- Seguinte, Paula, preciso de um sacrifício.

- Sacrifico? Tipo.... Um bode ou algo do tipo? - Ela parou um segundo. - Gaby, você precisa de um ar livre.

- Não, eu não preciso de um ar livre, preciso que você jogue.

- Tá, eu vou jogar, daqui uma hora e....

- Não, eu preciso que você jogue agora.

- Agora?! Tá louca?! Isso é impossível! - Paula respirou fundo, quando algo em sua mente a dizia para se acalmar. - Por que?

- Porque eu preciso de todos longe da entrada principal, antes que alguém saia machucado dali.

Foi como um lampejo de ligação entre as duas, e tudo parecia claro, a jogadora concordou e pensou em como fazer isso acontecer, e rápido, precisava de Suga, ali e agora.

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