Bom dia, amores.
Como prometido, aqui está o capítulo.
Possivelmente o próximo saia em 16/05.
Boa leitura!
***
Ricardo
De banho tomado, estamos todos na sala esperando Rosângela voltar da panificadora com pães franceses. Faz uma hora que chegamos e tivemos que revezar os dois banheiros da casa, se quiséssemos comer logo. Porém, tamanha é a nossa surpresa quando a mãe da Daniela entra pela porta da sala, de mãos vazias.
– Ué. Não tinha ido na padaria, mãe? – Felipe pergunta.
– Daniela, que história é essa de que você voltou para cá de noivo á tira colo? – A mulher pergunta, ignorando Felipe. A repreensão para com a filha bem notória no tom de voz.
– Mãe...
– A culpa foi minha, Rosângela. – Levanto do sofá e ajeito a calça jeans escura.– Estava só eu e ela quando o... – Me contenho para não usar palavras de baixo calão referente ao ex-namoradinho da Daniela, na frente da senhora de meia idade. – ...O Neto, quis ofender a sua filha. Não aguentei e inventei toda essa presepada.
– Gente, mal consegui atravessar a rua. – Ela lamenta.
– Esse povo fuxiqueiro não tem nada melhor pra fazer, não? – Rafael expõe sua indignação.
– Ô mãe, me desculpa por... – Daniela suspira, fecha os olhos e balança a cabeça negativamente, como se estivesse arrependida. – Eu vou lá comprar pão pra senhora.
– Eu acho melhor você não sair, filha.
– Não, a senhora e o Lipe estavam certos, ontem. Eu não tenho que me trancar aqui. Não mais! Chega de me privar pelos erros do passado. Não vou mais me inferiorizar pra toda essa gente. Pelo amor de Deus! Estão me tratando como uma bruxa. Daqui a pouco vão querer me queimar em praça pública, também.
– É. E até agora você não contou pra gente o motivo disso. O que você fez de tão horripilante?
– Cala a boca, Sandra Cristina. – Intervém Levi.
Daniela ignora e apanha a carteira e o celular velho de cima da mesinha lateral, enfiando do jeito que dá nos bolsos da calça jeans.
Ela vai mesmo sair sozinha? Grande progresso para quem quase arrancou meus dedos com medo de descer do carro, no dia em que chegamos.
E se ela encontrar aquele otário de novo? Caralho, isso não vai dar certo.
– Vou com você. – Ela me olha aterrorizada e logo trato de explicar – Já que querem especular, vamos dar motivos. – Digo.
– Quer saber? – Felipe levanta do sofá – Vamos todos tomar café na padaria.
Agradecido, empatador de foda level hard.
– Vem também, mãe?
– Não, eu vou adiantar uns serviços por aqui, vão vocês. Mas pelo amor de Deus, fiquem longe de confusão. – Adverte.
– É só a confusão não vir até a gente. – Lipe responde e a mãe balança a cabeça, adentrando para a cozinha.
Todos saem animados, mas quando Daniela abre o portão, vira para Felipe e revira os olhos. Sua expressão de tédio seria percebida até para quem não a conhece. Felipe olha na mesma direção que a irmã e, de um carro preto e bem luxuoso, uma loira desce e ajeita os cabelos no reflexo do vidro fumê. Logo, um homem alto, de meia idade, desce para acompanha-la.
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Ultrapassando Limites
RomanceDaniela Fernandes é uma jovem vinda de Boa Esperança, uma cidadezinha pacata do interior do Paraná. Filha de uma mulher simples e pai desconhecido, ela vai morar com o irmão - cujo vínculo sanguíneo é restrito apenas pela parte da mãe - em busca de...