Capítulo Vinte e Um - Ricardo Vasconcellos

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Ricardo

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Ricardo

Dizer que eu estou puto é eufemismo. Guilherme está agindo como se fosse meu pai, me perseguindo para saber o que aconteceu e o motivo de eu estar recluso há dois dias. Acho que o moleque tem medo de que eu morra de tanto fumar ou beber, pois assim, ficará sozinho no mundo, já que não podemos contar muito com Norberto e Marisa.

Não procurei por Daniela, e não o farei até ter meus pensamentos ordenados. Primeiro preciso foder o rabo daquele Filho da Puta, me certificar que ele irá pagar pelo que fez, para então decidir o que farei em relação a nós dois. Se depender de mim, Neto nunca mais vai aprontar merda nenhuma. Sou o Satânico em pessoa, quando fico com raiva. E azar o do Neto, por ter se metido com o Diabo de valise.

Confesso que fiquei entre surpreso e enraivecido quando Daniela me contou a merda que fora seu passado. É claro que eu gostaria de ter sabido antes, mas ainda assim, foi bom tomar conhecimento de tudo pela boca dela, mesmo que Neto, de certa forma, tenha a obrigado falar.

Não tive coragem de ver o vídeo que, sim, eu recebi pelo whatsapp de um número desconhecido que sei ser do Neto, já que fiz questão de adicioná-lo para poder confirmar através da foto do perfil. Me dando conta, enfim, que essa possessão toda que sinto em relação a Daniela é o famoso ciúme, se eu tivesse assistido, não haveria processo, nem tampouco julgamento, já que, provavelmente, eu me vingaria daquele moleque na porrada.

Eu não suportaria vê-la com outro, ainda que seja na porcaria de um vídeo amador; ainda que seja passado e eu tenha certeza de que ela o odeia. Eu não suportaria.

Agora o comportamento dela faz tão sentido para mim... a relutância em se relacionar, sua repulsa por homens ricos e arrogantes, seu surto quando tirei uma foto sua dormindo em minha cama. Tudo se encaixa perfeitamente, como em um quebra-cabeça. Um fodido e sujo quebra-cabeça.

Gosto dela mais do que deveria; mais do que imaginei ser capaz gostar de alguém, um dia. Porém, me recuso, a todo custo, pensar nesse sentimento que era desconhecido até vê-la pela primeira vez. É muita merda junta para lidar, então, preciso focar em um problema de cada vez. E certamente, ter me envolvido de forma sentimental, é um problema para mim.

No terceiro dia após o ocorrido, adentro a Bragas&Cia com minha valise em mãos, cuja alça está sendo apertada com força para que eu não cometa uma burrice e leve minhas mãos ao pescoço da Japonesa Pornô.

- Bom dia, senhor Ricardo.

- Você tem dois minutos para estar em minha sala.

Ela limpa a garganta e logo o barulho frenético de seus saltos ecoando no piso preenche meus ouvidos, me deixando irritado e piorando instantaneamente a dor de cabeça que me arremete desde ontem.

Sento-me em minha cadeira e deixo a valise sobre a mesa, para então estreitar meus olhos para Samira.

- O que foi isso no seu rosto? - Curioso, indago, estranhando a pequena mancha vermelha visível mesmo sob a maquiagem.

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