Capítulo Dezenove - Daniela Fernandes

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Daniela

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Daniela

Fala a verdade aí, assume que eu já virei amooor. Revirei seu coração, brincou com fogo, e nesse jogo você se queimou... ♫

– Será que eu posso saber o motivo de tanto bom humor?

Interrompo minha desafinada canção quando escuto a voz grossa de Felipe atrás de mim.

Eu estava me sentindo a nova voz brasileira, diante do Lulu Santos e do Daniel, antes de meu irmão chegar de fininho e me dar um puta susto, estragando minha animada cantoria matinal e fazendo com que eu derrubasse a leiteira cheia de água em cima da pia.

Felipe é tão silencioso, que às vezes, até me esqueço que moramos juntos. Ainda mais agora, que ele só passa em casa para tomar banho e trocar de roupa, já que Sandra Cristina toma para si seu pouco tempo disponível.

Posso estar parecendo uma criança birrenta, no entanto, estou pouco me lixando para a infantilidade do meu comportamento. Sinto falta da superproteção do meu irmão mais velho, e confesso estar sentindo ciúme dessa nova relação que ele e minha amiga decidiram assumir recentemente.

Com o coração batendo acelerado pelo susto, levo uma mão ao peito e passo por ele, rumando em direção ao armário para pegar o pó de café.

– Você me assustou.

– Está muito distraída ultimamente.

– Impressão sua.

– Você ainda está chateada comigo, ?

Volto para a pia e, novamente, encho a leiteira de água.

– Eu só achei que tínhamos um acordo, Lipe. – Respondo ainda sem olhá-lo.

– E nós tínhamos. Mas eu não planejei me apaixonar por ela, Dani.

Ligo o fogão e coloco a água para ferver. Soltando um suspiro que demonstra toda a minha exaustão emocional, reúno os resquícios de coragem que possuo em meu interior para encará-lo. Já faz tempo que não nos falamos direito, e eu estaria mentindo se dissesse que isso não está corroendo meu coração.

– Sobre a nossa discussão na casa da mãe, eu quero te pedir desculpa, Lipe. Eu não quis magoar você quando disse que me sentia sufocada. A verdade é que agora, que você mal tem tempo pra mim, eu sinto até falta da sua proteção demasiada.

– Nós dois estávamos de cabeça quente. Eu também não quis dizer aquilo pra você. Não me arrependo nem um mísero segundo por ter ficado ao seu lado quando aquele filho da puta aprontou toda aquela merda. Se ele ao menos merecesse a minha amizade... – Felipe balança a cabeça negativamente – mas ele não merece, nem nunca mereceu. Nós dois fomos cegos em relação ao Neto, e eu tenho certeza que fiz a coisa certa quando tomei as suas dores. Me desculpa por ter sido tão duro, Pequena Mosqueteira.

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