❀ Epílogo ❀

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Sexta-feira á noite, primeiro dia das férias de verão e talvez a melhor época do ano. O vento lá fora ainda está gelado, demora alguns dias até que as temperaturas comecem a subir e o Sol comece a esquentar as ruas de Londres.

Eu me encontrava agora na casa do Zayn. Estávamos deitados no sofá, enrolados na coberta e assistindo um programa sobre a vida animal. É claro que não estávamos prestando atenção, era mais interessante fechar os olhos e sentir as mãos dele massageando os meus cabelos. 

Sinto ele se inclinar sobre o sofá e ficar com o seu rosto acima do meu. Olho para ele e lhe dou um sorriso. 

– O que foi? - pergunto sorrindo.

– Nada. - ele sorri. – Só queria ver se você já tinha dormido.

Ele se aproxima mais e me beija calmamente nos lábios. Nos separamos quando ouvimos batidas vindas da porta. 

  – Você está esperando alguém? - pergunto olhando-o sério. 

  –  Não. - ele se vira para a porta e mais duas batidas são depositadas nela. - Eu vou ver quem é. 

Zayn se levanta e vai até a porta. Já são quase dez horas, quem seria há uma hora dessas? 

O barulho da porta rangendo faz com que eu saiba que ela acabou de ser aberta. Olho em sua direção e vejo o Zayn paralisado. Seu rosto ficou pálido e suas mãos começaram a tremer igualmente ás suas pernas.

– Zayn? - ele não responde. – Zayn, quem é? - pergunto mais alto e mesmo assim ele não responde, continua olhando fixamente para o que quer que esteja na sua frente.

Levanto do sofá e vou até a porta ficando ao seu lado. Olho para frente e me deparo com um homem um pouco mais alto que o Zayn. Ele usava uma roupa considerada fina para o frio que fazia lá fora, sem contar as partes em que ela estava rasrasgada. Seu cabelo estava todo desgrenhado e encaracolado e já apresentava muitos fios brancos no meio dos fios pretos, o mesmo á sua barba que aparentava estar à muitos dias sem fazer.
O olhar do homem era vazio. Eu não sabia dizer o que ele estava sentindo, se estava com frio ou com fome ou até mesmo com medo. Não havia emoções na sua feição, mas no canto dos seus olhos havia lágrimas. Por que?
Será que ele era um mendigo á procura de abrigo para fugir da noite fria?
Olho novamente ao Zayn e este agora também apresenta lágrimas nos olhos. A sua luta por impedir que elas caiam sobre o seu rosto não é forte o bastante e uma gota escorre pela sua bochecha parando em sua boca.

– Quem é você? - pergunto ao homem á minha frente.

Não posso negar que minhas palavras saíram carregadas de raiva. Seja quem ele for eu sei que ele não faz bem ao Zayn. Essa pessoa precisa ir embora.

Ele não me respondeu. Continuou mantendo seus olhos fixos aos do Zayn.

– Me responda! - ordeno e ele nem sequer me olha.

Estava prestes a mandá-lo embora, mas Zayn me interrompe colocando seu braço na minha frente me impedindo de me mexer.
Olho para ele e este me olha também e depois volta seu olhar ao homem mudo á nossa frente.

– Zayn...

– Ele é o meu pai.

Save Me ≈ z.mOnde histórias criam vida. Descubra agora