As coisas aqui em casa não andam muito boas depois do jantar de ontem á noite. Meus pais dormiram em quartos separados e mal estão se falando. Hoje cedo meu pai não desceu para tomar café como ele sempre faz durante anos, ele pediu para levarem a comida e o seu jornal - que ele lê todas as manhãs - para o seu escritório onde passou o resto do dia.
Não posso dizer que estou me sentindo culpada por ele estar assim porque não estou. Ele está assim porque não aceita que perdeu, ele não aceita que agora nós não vamos mais admitir essas regras familiares - impostas séculos atrás - na nossa família. Não posso dizer que não estou me sentindo culpada, mas posso dizer que estou triste. Ele é meu pai e eu o amo, me dói saber que ele não aceita que eu tenha minhas próprias escolhas e enquanto ele não querer enxergar a realidade as coisas terão que continuar do jeito que estão.
Já se passavam das oito horas da noite e me encontrava agora no meu quarto tentando concentrar-me na leitura do meu livro, mas, sinceramente, não estava com cabeça nem para ler um livro, minha mente estava rodeada de pensamentos, expectativas e desilusões, já fazia dias que não conseguia focar em algo sem estar pensando em alguma coisa totalmente oposta.
Uma luz branca brilhou de cima da escrivaninha onde meu celular se encontrava, deixei meu livro em cima da cama e fui em direção ao telemóvel que piscava incessavelmente.
Era uma mensagem.
Um sorriso se abriu em meus lábios assim que vi quem a havia mandado.
Hey Claire.
Espero que não esteja fazendo nada de importante agora
porque eu vou te levar em um lugar.
Estou te esperando ao lado da sua casa.
x. Zayn.
Fiquei algum tempo tentando entender o que havia acabado de ler. Ele estava falando sério mesmo? Iríamos sair á essa hora da noite?
Você só pode estar brincando, Zayn. pensei enquanto olhava a rua pela janela podendo ver duas luzes bem fortes - provavelmente de um carro - vindo da direção da casa vizinha e invadindo poucos metros da frente da minha casa. Com certeza ele não parou em frente de casa para não criar - mais - problemas com o meu pai. Ah, Zayn, como não te amar...
Troquei de roupa rapidamente colocando uma calça jeans, uma blusa de manga longa fina na cor bege e uma bota preta. Antes de sair peguei meu casaco preto para me manter ainda mais aquecida do frio que fazia lá fora.
Desci as escadas e encontrei minha mãe na sala assistindo televisão, disse á ela que iria sair com um amigo - que para ela eu não precisava esconder que era o Zayn - e sai de casa seguindo em direção ao grande portão que dava passagem para a rua.
Uma voz abafada pelo vento soou atrás de mim fazendo-me parar.
- Aonde a senhorita vai á essa hora? - Mark se encontrava do lado do seu carro com os braços cruzados sobre o peito.
Droga, Mark!
- Vou sair com alguns amigos. - disse apenas, sorri e fiz menção de retornar minha caminhada, mas fui novamente interrompida.
- Amigos ou amigo? - perguntou desconfiado. Não o respondi, permaneci em silêncio até ele voltar a falar - Seu pai sabe?
- Ele não precisa saber, aliás, duvido muito que ele se importe com o que eu faço enquanto ele está lá naquele escritório trabalhando.
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Save Me ≈ z.m
Hayran Kurgu❝Porque talvez você será aquela que me salvará. E no final de tudo, você é minha protetora.❞『Wonderwall』