❀ Capítulo 8 ❀

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Já estava seguindo Zayn por quase uma hora, minhas pernas estavam exaustas. Era hora do almoço e já fazia horas que não comia nada, podia sentir minha barriga roncando e meu corpo fraquejar, mas não podia me render agora estava muito perto de saber a verdade e nada iria me impedir.

Estávamos em uma parte de Londres que nunca havia ouvido falar ou visto. Era um lugar sombrio e vazio. As casas eram humildes e pequenas, a maioria ainda sem pintar feitas somente por tijolos e cimento. As pessoas que passavam por mim tinham uma feição amarga estampada no rosto, a principal característica dos homens dali era a barba mal feita e a das mulheres... Bom, não havia muitas mulheres ali, as únicas que vi estavam dentro de suas casas com os cabelos juntos em um rabo de cavalo e a pele suja de terra, talvez por estarem limpando seus lares ou algo do tipo.

A mídia não costumava passar essa parte da cidade na televisão, como se as pessoas que morassem aqui não pertencessem a esta capital.

Zayn estava a um quarteirão de distância de mim e ainda não havia percebido que eu estava perseguindo-o... Assim espero.

Ele dobrou a esquina e corri para não o perder de vista. Encostei-me no muro onde ele havia virado e o observei entrando em uma casa ao final da rua. Ela era simples como todas as casas daquela região e parecia ser muito pequena. O telhado era baixo e a cor das paredes - ou melhor, dos tijolos - estava com um tom escuro que indicava que a casa havia sido feita á muitos anos atrás. A única janela que dava visão para a rua tinha o vidro quebrado, como se alguém tacou algum objeto contra ela. A madeira da porta estava podre, muito descascada e quando Zayn a abriu ela quase caiu sobre ele.

Não consigo acreditar que ele vive ali, não consigo imaginar nas dificuldades que ele deve passar.

Assim que Zayn trancou a porta, sai do meu esconderijo e me direcionei em direção á casa dele. Avisto um grupo de homens ocupando uma parte inteira da calçada onde estava e decido atravessar para o outro lado sem olhar diretamente para eles, mas antes que pudesse me deslocar um dos homens estava vindo em minha direção e não havia para onde correr.

- Hey galera, olha só o que temos aqui. - disse o homem gesticulando as mãos para os outros virem até onde estávamos. - O que uma menina como você. - disse olhando-me dos pés a cabeça fazendo-me enjoar - Está fazendo em um lugar como esse?

Não respondi nada. Tentei sair de perto deles, mas um dos homens me segurou pelo braço me impedindo.

- Perdeu o caminho de casa? - disse o rapaz que estava me segurando.

- Me solta! - respondi tentando me soltar.

- Eu vou te soltar. - respondeu calmo sem nenhuma expressão em seu rosto. Em um momento até pensei que ele estaria sendo sincero, mas então ele disse: - Mas só depois de você se divertir conosco. - o mesmo sorri fazendo todos em nossa volta rirem do que acabou de dizer.

Não, Não, Não!

Aonde eu vim parar?

Eu preciso sair daqui. Preciso de ajuda.

Tento me soltar das suas mãos, mas ele aperta mais o meu braço fazendo-me gemer de dor.

- SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA? - gritei o mais alto que podia esperando alguém aparecer e tirar aqueles ogros de cima de mim, mas não havia ninguém. Não havia nenhuma alma vagando por aquelas ruas. Eu estava sozinha com aquela gangue e sabe-se lá o que eles iriam fazer comigo.

Comecei a me sentir fraca, meu desespero e meu medo se juntaram com a minha falta de comida e minhas pernas tremiam sem controle.

Eu não sei o que fazer. Olhei para os homens á minha frente e seus rostos pareçam borrões, minha visão estava embaçada e só conseguia ver o sorriso podre deles estampados em seus rostos com prazer.

Save Me ≈ z.mOnde histórias criam vida. Descubra agora