- Pare de me provocar - ralhou Dulce, sem conter o riso. - Bem, a ligação familiar entre Daniel e Anna MacGregor e meus pais é mesmo complicada, então para que me esforçar em simplificar? Minha tia Shelby se casou com o filho deles, Alan MacGregor, você já deve ter ouvido falar nele, da época em que morava na Casa Branca.
- O nome não me parece estranho.
- E minha mãe, que antes tinha o sobrenome Grandeau, é prima dos irmãos Justin e Diana Blade, que se casaram, respectivamente, com outros dois netos de Daniel e Anna MacGregor, Serena e Caine MacGregor. Por isso, Daniel e Anna são considerados como meus avós, entendeu?
- Acho que sim, mas já esqueci o motivo que nos levou a falar sobre isso.
- Oh, eu também. - Dulce começou a rir, tendo de se apoiar nele para não perder o equilíbrio. - Acho que tomei vinho demais. Deixe-me ver... Sim, já lembrei. Casamenteiros. Estávamos falando de pessoas casamenteiras,-o que meu avô, que por acaso é Daniel MacGregor, mostra ser em todos os sentidos. Quando o assunto é arranjar casamentos, é ele quem dita as regras. O homem é uma verdadeira raposa, Uckermann. Você nem imagina... - Dulce parou um instante e começou a contar nos dedos. - Hum... Até agora, acho que sete dos meus primos se casaram com pretendentes arranjados por ele.
- O que você quer dizer com "arranjados"?
- Não me pergunte como, mas ele meio que escolhe a pessoa certa para os netos e depois dá um jeito de uni-los de alguma maneira, deixando a natureza seguir seu curso. Então, antes que você se dê conta, já está a caminho do altar. No último telefonema, ele me contou que meu primo, lan, e a esposa dele, que se casaram no último outono, já estão esperando o primeiro filho. Meu avô está nas nuvens.
- E alguém já mandou ele parar de se meter na vida dos netos?
- Ah, constantemente - respondeu Dulce, lembrando-se das reprimendas da avó.
- Mas ele não dá atenção. Tenho a impressão de que a próxima "vítima" será Adria ou Mel, enquanto ele ainda estiver disposto a dar algum tempo de paz a meu irmão, Matthew.
- E quanto a você?
- Ah, sou esperta demais para ele. Conheço todos seus truques e não pretendo me apaixonar tão cedo. E você, já esteve lá?
- Lá onde?
- Na terra dos apaixonados, Uckermann. Não seja tão lento.
- Ora, não é um lugar, é uma situação. E não, acho que realmente não estive lá.
- Mas acabará indo - falou Dulce, com ar sonhador. - Eventualmente... - Ela ia dizer mais alguma coisa, mas parou de repente.
- Essa não! Aquele é o carro de Johnny. Pelo visto, ele acabou vindo mesmo de Nova Jersey. Droga, droga, droga! Muito bem, lá vamos nós novamente com o plano. - Dizendo isso, virou-se para Christopher, mas teve de se apoiar nele ao sentir uma onda de tontura. - Eu não deveria ter tomado aquela última taça de vinho, mas acho que ainda sou dona do meu destino.
- Pode apostar que sim, menina.
Dulce fez uma careta de desagrado.
- O suficiente para saber que o fato de você me chamar de "menina" demonstra que está sendo arrogante e querendo parecer superior a mim, mas isso não vem ao caso. Teremos apenas de andar mais um pouco de mãos dadas, até passarmos pela janela da casa dela. Com muita naturalidade, está bem?
- Não vai ser fácil, mas verei o que posso fazer.
- Adoro essa sua veia sarcástica. Muito bem, estamos prontos e preparados. Agora vamos ficar só mais um pouco aqui porque ela está olhando - acrescentou Dulce, arriscando um -olhar na direção da janela da casa da sra. Wolinsky. - A qualquer momento a cortina vai se fechar. Tenho certeza.
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Um Vizinho Perfeito
RomanceO amor ainda era o maior legado dos Macgregor Fazer parte da família MacGregor era o mesmo que estar destinado a encontrar um grande amor. Sim, porque para os descendentes daquele poderoso clã escocês, não havia como escapar do olhar carinhoso e ma...