Dulce seguiu o conselho de Christopher e demorou um bom tempo relaxando na banheira. Precisava daquele tempo para se acostumar àquela nova atitude dele. Ou seria aquilo, ponderou ela, apenas um lado de sua personalidade que ele ainda não havia tido oportunidade de demonstrar?
Como poderia imaginar que Christopher tinha um lado tão romântico? E como poderia prever que o fato de ele lhe demonstrar isso dificultaria ainda mais o controle de seus próprios sentimentos?
Amava-o de qualquer maneira, sob qualquer circunstância. Mas não havia mulher que resistisse a todas aquelas demonstrações de gentileza e romantismo. Deus, até onde seu amor iria chegar? Seria possível conseguir amá-lo ainda mais? Difícil. Mas não impossível.
Tinha noção de que Christopher estava fazendo aquilo para se desculpar, por havê-la magoado. Na verdade, ele não tinha idéia do que realmente havia feito a ela. Contudo, o mais importante, pelo menos para ela, era o fato de ele querer se desculpar de alguma maneira. Como poderia ne- gar um pedido de desculpas vindo de Christopher?
Uma noite tranqüila, com um jantar íntimo e casual, seria perfeita para eles. Christopher não gostava de multidões e, no momento, ela própria também não estava com disposição para ir a um lugar mais agitado. Por isso, comer pizza diante da tevê lhe pareceu um bom programa. Ela e Christopher teriam a chance de rir e de conversar sobre ame- nidades. Mais tarde, talvez até fizessem amor no sofá enquanto um filme em preto-e-branco estivesse sendo exibido na sessão da madrugada. Finalmente as coisas voltariam a ser simples entre eles.
Sentindo-se mais calma e relaxada, vestiu um longo robede seda azul, escovou os cabelos e começou a descer a escada. Foi então que uma música suave lhe chegou aos ouvidos. Um som envolvente e sedutor. Não ficou surpresa. Afinal, Christopher gostava daquele tipo de música e até tocava aquele estilo com seu sax.
Porém, ao descer mais alguns degraus, viu o candelabro sobre a mesa com suas velas acesas. Christopher estava ao lado da mesa, esperando-a com um sorriso charmoso. Havia trocado de roupa e estava trajando uma calça e uma camisa pretas, além de haver feito a barba.
Ao vê-la, ele lhe estendeu a mão. Dulce se aproximou devagar e pousou a mão sobre a dele, encantada com a maneira como a chamas das velas se refletiam sobre os cabelos e os olhos dele.
- Está se sentindo melhor?
- Sim, muito. O que está acontecendo aqui?
- Nós vamos jantar.
- Mas o cenário está um pouco elaborado para... - Dulce se interrompeu quando Christopher levantou-lhe a mão e roçou os lábios sobre seus dedos, deixando-a sem fôlego por um instante. - Pizza - completou ela.
Christopher sorriu.
- Gosto de olhar seu rosto à luz de velas - explicou. - Gosto do efeito das chamas no brilho de seus olhos. - Puxando-a delicadamente para si, beijou-a nos lábios. - E sobre sua pele. - Roçou os lábios sobre a face dela. - Acho que esqueci de quanto você é delicada e acabei indo longe demais em minha falta de consideração.
- O quê? - Dulce estava se sentindo ligeiramente zonza.
- Tenho sido descuidado com você, Dulce. Mas não serei esta noite. - Dizendo isso, beijou a mão dela, provocando-lhe um arrepio. - Tenho algo para você - falou ele, pegando uma pequena caixa com um laço cor-de-rosa que havia sido deixada sobre o balcão.
Dulce levou as mãos às costas, em um gesto instintivo.
- Não quero nenhum presente, Christopher. Não preciso de presentes.
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Um Vizinho Perfeito
RomanceO amor ainda era o maior legado dos Macgregor Fazer parte da família MacGregor era o mesmo que estar destinado a encontrar um grande amor. Sim, porque para os descendentes daquele poderoso clã escocês, não havia como escapar do olhar carinhoso e ma...