capítulo 46

41 5 0
                                    

Ao sentir os lábios de Christopher roçando seu quei­xo, Dulce levantou o rosto de modo que seus lábios encontrassem os deles. Sua pulsação estava ace­lerada, mas seus movimentos, ao ritmo da música, eram lentos, quase preguiçosos.

- Christopher... - murmurou, equilibrando-se na ponta dos pés para beijá-lo com mais intensidade.

- Deve ser o jantar - falou ele, ainda com os lábios junto aos dela.

- Hum?

- O jantar. A campainha.

- Oh.

Dulce tivera a impressão de ouvir uma campainha, mas o ruído lhe parecera tão distante que

ela pensara que o som. houvesse vindo de outro apartamento.

- Espero que não fique desapontada - disse Christopher, enquanto abria a porta.

- Não é pizza.

- Oh, tudo bem. Qualquer coisa está bom para mim.

Como ele queria que ela se preocupasse com comida com todo seu corpo ardendo de desejo por ele? Entretanto, não conseguiu esconder o ar de espanto ao ver garçons uniformizados entrando no apartamento.

Aturdida, ficou observando os homens arruma­rem as iguarias sobre a mesa com eficiência e discrição. Eles partiram em menos de dez minutos, e somente então Dulce conseguiu voltar a falar.

- Isso... parece estar maravilhoso.

- Venha sentar-se. - Christopher lhe segurou a mão e indicou um lugar para ela, antes de se inclinar e beijá-la na nuca.

Dulce se lembrava de haver comido alguma coi­sa, mas não tinha muita certeza do que fora e nem de como o fizera. Era como se seu poder de observação houvesse decidido abandoná-la de re­pente. Toda sua atenção estava centrada em Christopher, e somente nele. Só conseguia se lembrar da maneira como os dedos gentis haviam tocado os seus e de como aqueles lábios macios haviam ro­çado a pele sensível de sua mão em determinados momentos. A maneira charmosa como ele sorrira e servira mais champanhe, que ela bebera até sentir a cabeça ficar leve, muito leve.

Também se lembrava com clareza da maneira como ele a carregara nos braços, com infinita gen­tileza, até o andar de cima. E de como ele a co­locara com todo cuidado sobre a cama, em meio aos lençóis perfumados. Acendeu as velas do can­delabro, como já havia feito antes, mas dessa vez se aproximou de uma maneira diferente. Uma ma­neira permeada por uma espécie de magia cari­nhosa e sensual que Dulce não saberia ao certo como definir, apenas sentir.

Um beijo intenso e apaixonado iniciou o ritual de amor. Christopher ofereceu a ela mais do que con­seguia se imaginar capaz de oferecer a alguém, e encontrou na resposta sem reservas de Dulce mais do que poderia sonhar.

Fizeram amor lentamente, sem pressa, sem re­ceios. Para ambos, aquele delicioso compartilhamen­to íntimo foi uma espécie de descoberta mútua, algo que viveria apenas na lembrança dos dois.

Quando Christopher abriu o robe de Dulce, ficou algum tempo admirando suas formas perfeitas, lisonjean­do-a com aquele olhar de indisfarçável desejo.

- Você é tão linda, Dulce - disse, fitando-a nos olhos.

- Quantas vezes deixei de lhe dizer isso? De lhe mostrar isso?

- Christopher...

- Deixe que eu lhe faça isso. Deixe-me vê-la sentir prazer ao ser tocada como eu deveria tê-la tocado antes. Assim... - murmurou ele, percor­rendo toda a extensão do corpo macio e cheio de curvas com a ponta do dedo indicador.

Um Vizinho PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora