capítulo 51

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Os lábios dele cobriram os dela em um beijo apaixonado. Quando eles se afastaram, ela estava com os olhos marejados de lágrimas.

- Não chore.

- Não consegue mesmo se acostumar, não é? - Ela sorriu.

- Nós, da família Saviñon, somos muito emotivos.

- Eu imagino. Seu pai me olhou com um ar de quem estava querendo torcer meu pescoço "emotivamente" ainda há pouco.

- Quando ele vir que você me deixou feliz, ele o deixará viver. - Dulce riu.

- Ele vai adorá-lo, Christopher, e minha mãe também. Primeiro porque eu já o adoro e depois por quem você é.

- Ranzinza, rude e temperamental?

- Isso mesmo. - Ela riu alto quando Christopher fez uma careta de desagrado.

- Eu poderia tentar mentir, mas você sabe que eu sou péssima nisso. - Os dois começaram a andar de mãos dadas.

- Eu adoro este lugar. Foi aqui que meus pais se conheceram e se apaixonaram. Papai vivia no farol naquela época, como um eremita, guardando o trabalho e irritando-se com a mulher que apa­recia para distraí-lo. - Dulce olhou-o de soslaio.

- Ele é ranzinza, rude e temperamental.

Christopher riu.

- Parece um homem bastante sensato. - Le­vou a mão dela aos lábios. - Dulce, quer ir a Newport comigo e conhecer minha família?

- Vou adorar. - Ela o olhou mais uma vez e franziu o cenho ao notar um brilho diferente nos olhos dele.

- O que foi?

Christopher parou e a virou de frente para si, se­gurando-a pelos ombros.

- Sei que você não quer se casar agora e que prefere se dedicar à sua carreira e à vida agitada de Nova York... Nem espero que goste da minha casa, que fica em um lugar afastado da cidade, sem muito barulho. Ainda assim... - Ele hesitou.

- Não quero que mude seu estilo de vida, Dulce, mas se algum dia decidir que quer se casar comigo e ter um lar e uma família tranqüilos, não se esqueça de me avisar, está bem?

Dulce sentiu uma onda de felicidade que ameaçou explodir em seu peito, mas se limitou a assentir.

- Pode deixar. Você será o primeiro a saber.

Dizendo a si mesmo que deveria se sentir sa­tisfeito com aquilo, Christopher beijou a mão dela.

- Está bem.

Fez menção de recomeçar a andar, mas sur­preendeu-se quando Dulce o fez parar de repente.

- Christopher?

- Sim?

- Quero me casar com você e ter um lar e uma família. - O sorriso que surgiu no rosto dele foi um reflexo do dela.

- Está vendo? Cumpri a pro­messa de avisá-lo.

Ele a tomou nos braços e rodopiou com ela, dan­do um grito de felicidade. Quem disse que sonhos não se realizavam?

Muito tempo depois, os dois se encaminharam de mãos dadas para a casa dos Saviñon. Havia ainda toda uma família que precisava ser avisada da novi­dade. Principalmente um avô muito, muito especial...


F I M






Obg a todos que acompanharam e comentaram! Espero qeu tenham gostado!

Um Vizinho PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora