capítulo 33

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Até sentir-lhe o corpo recomeçar a estremecer e se mover com cada vez mais sensualidade, em busca do novo êxtase.

Deixando-a quase no limiar do clímax, Christopher levou-a até a única cadeira que havia na sala. Livrando-se das próprias roupas, sentou-se e pu­xou-a para si de maneira quase selvagem. Então guiou-a até seu membro pulsante e ambos final­mente se tornaram um. Sem deixar de fitá-la nem por um instante, maravilhou-se ao ver o verde intenso dos olhos dela se escurecerem de prazer.

Então, com um gemido erótico, ela começou a se mover. Dessa vez, seria Dulce quem ditaria o ritmo do prazer. E ela o fez melhor do que ele poderia esperar. A cada movimento daqueles qua­dris perfeitos, Christopher sentia como se fosse explo­dir de prazer a qualquer momento. O gosto da sensualidade de Dulce permanecia em sua boca, enquanto o excitante aroma de seus corpos unidos lhe invadia as narinas, enevoando-lhe os sentidos e fazendo-o ansiar pelo alívio final.

Aqueles sons sensuais e quase selvagens emi­tidos por Dulce o estavam deixando louco, assim como o arrebatamento erótico presente na expres­são do rosto dela e naqueles lábios entreabertos.

Christopher sentiu que estava muito próximo do clí­max e teve de se esforçar para conseguir se conter mais um instante, só mais um instante, até sa­tisfazer Dulce completamente.

De fato, não teve de esperar muito, pois logo a viu inclinar a cabeça para trás, com uma concen­trada expressão de êxtase, ao mesmo tempo em que um gemido mais alto e mais prolongado anun­ciou a força de seu ápice de prazer.

Então Christopher também fechou os olhos, arre­batado por uma intensa onda de prazer. Gemeu, ao sentir os lábios e a língua de Dulce em seu pescoço, o complemento perfeito para aquele mo­mento tão especial.

Lembrou-se do que ela havia lhe dito antes, que ninguém a havia tocado como ele. Também ninguém o havia tocado como ela. No entanto, por mais que fosse hábil com as palavras, não conseguia imaginar uma maneira de dizer a Dulce quanto ele a considerava especial.

- Passei a noite inteira querendo fazer isso com você. - Pelo menos isso ele podia dizer, sem arriscar o futuro de ambos.

- E pensar que eu quase fui dormir. - Com um longo suspiro pleno de satisfação, Dulce passou a mão pelos cabelos, ajeitando-os. - Eu sabia que esta cadeira era perfeita para você.

Christopher sorriu com charme.

- Eu estava pensando em mandar restaurá-la, mas agora acho que vou mandar pintá-la de dou­rado, como uma espécie de troféu.

Ela riu inclinando a cabeça para trás, então voltou a olhá-lo e segurou o rosto dele entre as mãos.

- Adoro quando você tem esses surtos de bom humor.

- Não estou brincando - declarou Christopher, com expressão séria.

- Isso vai me custar uma fortuna.

Queria vê-la rir, fazendo aquele som, do qual ele se tornara quase dependente, soar pela sala.

Mas Dulce se limitou a sorrir, com um brilho de divertimento no olhar.

- Christopher - disse, antes de beijá-lo nos lábios.

O beijo suave, mas intenso, foi como uma es­pécie de compartilhamento de algo muito especial. Christopher estremeceu. Aqueles dedos carinhosos en­trelaçados a seus cabelos e os lábios doces de Dulce o fizeram ansiar por algo que ele se recusava a admitir.

Algo muito intenso estava acontecendo em seu ser, tornando suas mãos trêmulas no esforço de se manter imune àquele turbilhão de sensações. Mas Dulce era encantadora demais para ele con­seguir resistir. Havia cruzado aquela tênue linha entre querer e precisar, sentindo-se perigosamen­te próximo do limite de amar.

Dulce suspirou, encostando o rosto junto ao dele. Se pelo menos Christopher pudesse amá-la tanto quanto ela o amava...

- Está com frio? - perguntou Christopher, ao notar a temperatura do rosto dela.

- Um pouquinho. - Ela manteve os olhos fe­chados por mais algum tempo, lembrando a si mesma que nem sempre era possível se ter tudo que se queria.

- Estou com sede. Também quer um pouco de água?

- Sim, eu vou pegar - respondeu ele.

- Não, não precisa se incomodar. - Dulce ficou de pé, deixando Christopher com uma incômoda sen­sação de perda. - Matthew gostou de você - comentou, indo em direção à cozinha.

- Também gostei dele. - Christopher respirou fun­do, recuperando o autocontrole.

- Aquela escul­tura em seu ateliê é trabalho dele?

- Sim. Maravilhoso, não? Matthew tem uma visão muito singular das coisas. E vê-lo trabalhar, quando ele está de bom humor e não ameaça ma­tar quem o estiver observando, é uma experiência incrível.

Dulce abriu uma garrafa de água, encheu um copo alto até a borda e bebeu quase um terço de seu conteúdo, antes de entregá-lo a Christopher. Não notou o olhar surpreso que recebeu quando se ani­nhou feito uma gata manhosa sobre o colo dele.

- O que acha de fazermos uma viagem? - perguntou ela, de repente.

- Uma viagem?

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Continua ou não?

Um Vizinho PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora