- Sem escala? - perguntou ele, dando-se conta de que até gostara da brincadeira.
Ver seu beijo ser considerado em uma escala acima de dez não deixava de ser lisonjeador. Ao ver Dulce reagir apenas com um impotente gesto de mãos, começou a rir. E ainda estava rindo quando desceu a escada em direção à porta da sala.
- Posso entrar agora? - sussurrou Anahí, colocando a cabeça no vão da porta entreaberta do estúdio de Dulce.
- Ah, meu Deus, Anahí. O que vou fazer aqui? - Aturdida, Dulce colocou um segundo lápis atrás da orelha, derrubando o primeiro sem nem parecer se dar conta disso. - Pensei que não iria haver nenhuma conseqüência. Quer dizer, o que há de mal em se deixar levar pelo encantamento de um homem bonito, atraente e irresistível?
- Deixe-me pensar... - Anahí sentou-se diante da mesa de trabalho da amiga.
- Nenhum mal! Absolutamente nenhum mal.
- E se você acabar se apaixonando um pouquinho por ele, isso fará parte do jogo, certo?
- Absolutamente certo.
- Mas o que fazer quando você vai um pouco além do limite?
Anahí franziu o cenho, preocupada.
- Você foi além do limite?
- Acabei de fazer isso - Dulce respondeu.
- Oh, querida. - Em um gesto carinhoso, Anahí deu a volta pela mesa e abraçou a amiga. - Tudo bem. Acabaria acontecendo, mais cedo ou mais tarde.
- Eu sei, mas sempre pensei que aconteceria mais tarde.
- Todos nós pensamos isso.
- Christopher não vai gostar de saber que eu me apaixonei por ele. Vai ficar aborrecido com isso. - Apoiando a cabeça no ombro da amiga, Dulce exalou um suspiro trêmulo.
- Também não estou muito contente com isso, mas acabarei me acostumando.
- Claro que sim. Coitado do Frank. - Com um suspiro, Anahí afagou o ombro da amiga e se afastou um pouco.
- Ele nunca a interessou de verdade, não é mesmo?
Dulce balançou a cabeça negativamente.
- Sinto muito.
- Ora. - Anahí dispensou seu primo preferido com um gesto de mão.
- O que vai fazer?
- Ainda não sei. Para ser sincera, estou pensando em sair correndo e me esconder em algum lugar - confessou, forçando um sorriso.
- Isso é para covardes.
- Tem razão. Seria uma atitude covarde. E que tal dar tempo ao tempo e ver se isso passa?
Anahí balançou a cabeça, rindo da ingenuidade da amiga.
- Sua boba. Quando se é atingido pela flecha de cupido, meu bem, a cura não vem assim, tão facilmente.
Dulce respirou fundo.
- Então, que tal irmos fazer compras?
- Agora, sim, começou a falar com sensatez. - Com um breve gesto de comemoração, Anahí se encaminhou para a porta.
- Vou ver se a sra. Wolinsky pode ficar com Charlie, então enfrentaremos esse problema como mulheres de verdade.
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Um Vizinho Perfeito
RomanceO amor ainda era o maior legado dos Macgregor Fazer parte da família MacGregor era o mesmo que estar destinado a encontrar um grande amor. Sim, porque para os descendentes daquele poderoso clã escocês, não havia como escapar do olhar carinhoso e ma...