Learn to love.[JEMI]

Capítulo cinco.

- Como assim, Joe? –ouvi Jack murmurar no telefone e suspirei-

- Vou ficar mais um mês, pelo menos. –eu falei e ele arfou, indignado- Dá um jeito de explicar na empresa, ora. –eu dei de ombros- E quando retornar, Jack, estarei com a minha irmã. –eu falei-

- Isso é loucura. Você vai cuidar de uma criança? –ele perguntou com desdém e eu revirei os olhos-

- Não vejo o porquê da dúvida. Sou muito capaz, ok? –eu resmunguei e acenei para Maya que brincava no balanço de pneu que tinha nos fundos da casa-

- Meu amigo, apenas não imaginava isso. –ele falou- Você sabe que sua vida vai mudar drasticamente, certo? –ele perguntou e eu observei Maya-

- Eu sei. –eu murmurei- Mas não é justo com Maya, deixa-la aqui no momento que ela mais precisa. –eu dei de ombros-

- Isso é legal, cara. –ele falou e eu sorri de leve, revirando os olhos- Eu vou ajudar você. Tenho duas sobrinhas, então tenho alguma experiência com crianças. –ele falou e eu ri-

- Obrigada, cara. –eu falei-

Depois que desligamos, eu acendi um cigarro, me certificando que Maya não via aquilo. Ela estava finalmente se distraindo, depois de quase uma semana do acidente. Já estava organizando a papelada para conseguir a guarda dela, e só estava me estressando mais, com cada coisa para organizar.

- Isso não é um bom exemplo. –ouvi Joshua murmurar e revirei os olhos-

- Ela nem está vendo. –eu resmunguei, dando de ombros e ele sentou ao meu lado-

- Eu consegui uma guarda provisória. –ele murmurou e eu arregalei os olhos-

- Posso leva-la? –eu perguntei sorrindo-

- Ainda não. –ele falou e eu fechei meu sorriso- A guarda é apenas para sua avó não vir aqui querer pegar Maya antes do julgamento. Temos essa garantia por enquanto. –ele explicou e eu assenti, entendendo- Mas é uma guarda restrita. Maya não pode sair da cidade ainda. Sem a guarda oficial, isso seria considerado sequestro. –ele falou e eu assenti- Conseguiu licença no seu emprego? –ele perguntou-

- Meu amigo está conseguindo. –dei de ombros e Joshua franziu o cenho- Jack trabalha comigo, ele vai dar um jeito. –expliquei e ele assentiu-

- Você precisa de um emprego, ok? –ele falou e eu revirei os olhos-

- Eu sei. Não pretendo perder meu emprego.

Afinal, eu tinha um emprego muito bom. Sou chefe de Marketing de uma revista de Nova York, e sou fotografo também. Depois que me formei em Marketing e publicidade, foi fácil conseguir um emprego em Nova York. Tenho um bom apartamento também, no Central Park, no mesmo prédio que Jack, meu melhor amigo. Construí minha vida em Nova York, sozinho, e agora estava prestes a vira-la de pernas para o ar.

- Joe! –ouvi Maya chamar, e logo apaguei o cigarro, jogando-o longe e vendo-a correr até mim-

- Fala, pequena. –eu murmurei, sorrindo para ela-

- Quando eu volto para a escola? –ela perguntou e eu abri a boca, sem saber como responder

Acabei olhando para Joshua, procurando ajuda para ele responder por mim.

- Estou organizando. –ele murmurou e ela o olhou- Em breve. –ele falou e ela assentiu, voltando a correr para seu balanço- Você terá como pagar um colégio para ela em Nova York? –ele perguntou e eu bufei-

Desde que o informei que queria levar Maya para Nova York, Joshua me enchia de perguntas. Perguntava se eu conseguiria comprar móveis e roupas para ela. Se eu conseguiria lhe dar atenção. Se eu conseguiria lhe alimentar. E agora se eu conseguiria pagar a escola.

- Sim, Joshua. Pare de encher meu saco. –resmunguei e ele riu, assentindo-

- Você vai se sair muito bem, Joe. Sei que vai. –ele garantiu e eu o olhei- Só pergunto, pois quero que saiba que cuidar de uma criança requer tempo, responsabilidade... Seu pai sempre teve responsabilidade. –ele falou e eu ri, revirando os olhos-

- Menos tempo. Que Deus o tenha. –debochei e ele riu, balançando a cabeça-

- Humor mórbido, Joe. –ele murmurou e eu ri-

Ele se levantou e voltou para dentro de casa. Eu apenas suspirei e voltei a observar Maya, que agora estava apenas sentada no balanço, olhando para o horizonte, pensativa. Balancei a cabeça e peguei em outro cigarro, acendendo e tragando-o fortemente.

Minha avó foi embora há três dias, indignada por eu estar lutando pela guarda de Maya. Meu avô apenas balançou a cabeça e murmurou para eu relevar tudo aquilo. Estava confiante nesse processo. Já sentia que Maya seria minha, e tudo para ela seria fácil.

Sei que no fundo, isso era pura ilusão minha. Maya havia perdido os pais e isso era fodido o suficiente para mudar o comportamento dela, e seu jeito de ver a vida. Desde a morte da minha mãe, meu jeito de ver a vida mudou completamente, e eu odeio isso. Mudei meu jeito de pensar, sem querer, e não queria isso para Maya. Ela não merece isso. Não merece essa mudança, nem todos esses problemas. Maya era frágil, e eu tenho medo de que algo se parta dentro dela em qualquer momento. Foi difícil quando partiu algo em mim. Eu ainda lembro de como me foi quando me senti realmente sozinho pela primeira vez. Foi numa das primeiras brigas que tive com meu pai, depois da morte da minha mãe. Foi a primeira vez que ele me prendeu no porão, e eu lembro de como foi sentir algo partindo dentro de mim, como se tivessem desistido de mim. Como se eu mesmo tivesse desistido de mim. Eu tinha doze anos, e já me sentia um menino perdido. Maya não pode se perder. Não pode ser como eu.

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Nota da autora:

Oi, gentee!!!!!! Só queria dizer que estou muito feliz que vocês estão gostando! Eu to adorando escrever essa história, ela está fluindo de um jeito ótimo e eu queria avisar também que eu NÃO abandonei Happy Ending. Tenho uma lista cheia de ideias para ela, e não está nem perto de terminar. 

Sobre a Demi aqui em 'Learn to Love'... Vai demorar um pouco para ela aparecer. Como já devem saber, ela vai ser a professora de Maya em Nova York, por isso vai levar mais alguns capitulos para isso acontecer. Quem já acompanha minhas fanfics, sabe que eu faço as coisas com muita calma, para ficar cada capitulo mais real e espontâneo.

Confiem em mim, quando ela aparecer, vai ser no momento certo!!

Bom, votem e comentem, ok! Boa leitura, bjuuuu <3