Capítulo nove.

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Uma semana depois.

Eu caminhava tranquilamente pelos corredores de uma escola particular, perto da empresa que trabalho. A escola é uma das melhores da cidade, e realmente consigo imaginar Maya estudando aqui. Marquei uma reunião com a diretora, e estou indo me encontrar com ela agora. Maya ficou na empresa, ajudando Jack a editar a nova capa da revista.

Assim que entrei na sala da diretora, bati na porta e logo uma linda mulher abriu a porta para mim. Ela era nitidamente mais velha que eu, mas não deixava de ser linda.

- Boa tarde. Você deve ser o senhor Jonas, não é? –ela murmurou abrindo a porta e eu passei por ela-

- Pode me chamar de Joseph. –eu murmurei sorridente e estendi minha mão para ela-

- Sou Susan, a diretora da escola. –ela falou apertando minha mão- Por favor, sente-se. –ela pediu e eu sentei em uma poltrona em frente a sua organizada mesa-

A verdade era que, por ser uma escola muito renomada, as matriculas para os alunos já estavam encerradas. Estávamos na metade do ano letivo, e aparentemente, ninguém entrava na escola depois do primeiro mês de aula. Eu estava nervoso, pois aquele era realmente um colégio muito bom, e era o ideal, pois era perto do meu trabalho, e eu poderia buscar Maya sempre no horário.

- Bom, Joseph, como eu lhe expliquei no e-mail, as matriculas já estão fechadas há alguns meses. –ela começou dizendo e eu assenti-

- Sim, eu sei, mas queria apenas ter a certeza de que você não mudaria de ideia, se eu lhe explicasse a situação exata. –eu murmurei e ela franziu o cenho-

- E que situação seria essa? –ela perguntou e eu respirei fundo antes de começar a falar-

- Maya é minha irmã, e morava em Ohio, junto com meu pai e minha madrasta. –eu comecei e ela assentiu- Os dois morreram em um acidente de carro há algumas semanas. –eu completei e vi Susan arregalar os olhos-

- Oh, meu Deus, eu sinto muito. –ela murmurou e eu assenti- Você ficou com a guarda? –ela perguntou-

- Fiquei. –murmurei e passei a mão pelos cabelos- Maya é realmente importante para mim, e eu realmente quero dar a ela uma boa educação. Quero que ela tenha todas as oportunidades que quiser, e sei que ela será muito bem-sucedida nessa escola. É a melhor da cidade. –dei de ombros-

Vi Susan hesitar, suspirar e se virar para seu computador. Ela digitou algumas coisas e logo se virou para mim novamente.

- Qual é a idade dela? –Susan perguntou-

- Sete anos. –eu respondi e ela logo assentiu, voltando a se virar para o computador-

Demorou cerca de cinco minutos até Susan se virar para mim novamente, ajeitar seus óculos e sorrir.

- Olha, Joseph, nessa escola, nós quase nunca abrimos exceções. Eu sou a diretora há dez anos, e posso dizer que são realmente raras.

- Mas existem? –perguntei e ela sorriu-

- Em algumas situações, sim. –ela falou e eu sorri- Eu posso ver como se importa com sua irmã, e isso é... Isso é lindo. Eu perdi meus pais quando era muito nova também, e se eu tivesse um irmão com essa dedicação, eu seria incrivelmente sortuda. Maya tem sorte. –ela falou e eu senti meu sorriso vacilar. Ela suspirou, balançou o rosto e voltou a fitar a tela do computador- Hoje é quinta-feira... –ela murmurou para si mesma- Se puder me trazer os documentos dela, os seus, e mais alguns papeis, amanhã, acho que ela pode começar na segunda-feira. –ela falou e eu assenti, realmente aliviado-

- Obrigado. De verdade. –eu murmurei e ela sorriu assentindo-

Depois de trocarmos mais algumas palavras, eu me levantei e apertei sua mão, me sentindo realmente mais leve. Até que foi fácil, para ser sincero. Essa gente realmente se comove com a morte alheia, hein?

Quando Susan abriu a porta para mim, sorrindo e se despedindo, eu retribuí e dei um passo para fora. Teria dado outro se não tivesse batido em alguém. Virei meu rosto e dei de cara com a mulher mais linda que eu já minha vida.

- Desculpa. –ela falou e riu de leve, corando-

Céus, até a voz dela era linda. Eu tenho certeza que parecia um babaca nesse momento, quase babando em cima daquela belezura, mas juro, não conseguia evitar. Ela é linda! Seu cabelo era curto, acima do ombro, e ela tinha os olhos brilhantes. Eu nunca reparava nos olhos das mulheres, mas aqueles olhos...

Ela usava um vestido vermelho comportado, um pouco acima dos joelhos. Parecia delicada, frágil. Era adorável.

- Oh, olá, Demi. –ouvi Susan falar e a linda morena se virou para ela, sorrindo docemente-

- Olá. –ela falou e pousou a mão no meu braço- Com licença. –ela sussurrou-

E então eu notei que estava atrapalhando sua passagem, como um belo otário psicopata. Eu sobressaltei e assenti, como um perfeito idiota, e saí de sua frente, vendo-a entrar no escritório da diretora.

- Até amanhã, Joseph. –ouvi Susan falar ainda na porta e virei meu olhar para ela-

A tal Demi havia se virado, dentro do escritório e me fitou curiosamente, com aquele maldito olhar brilhante.

- Até amanhã. –eu murmurei para Susan e voltei a olhar para a morena- E desculpa pelo... –tentei murmurar mexendo com a mão de uma forma patética. O que diabos estava acontecendo com o meu cérebro?-

- Sem problemas. –ela falou sorrindo e se virou, pousando umas pastas coloridas na mesa de Susan-

Sorri para Susan mais uma vez, e logo parti, ainda sentindo meu braço formigar onde ela havia tocado. Agora sério, o que diabos estava acontecendo comigo?

Learn to love.[JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora