Capítulo cinquenta e sete.

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Horas depois, eu preparava o jantar de Maya. A pequena já havia tomado banho e agora vestia um vestido vermelho, simples e leve, enquanto me ajudava a preparar a mesa para nós duas. Joe não apareceu nessas horas, mas ouvimos o barulho do chuveiro, então sabíamos que ele estava vivo ainda. Eu até pensei em chama-lo para jantar, mas não o fiz, pois não queria discutir com ele na frente de Maya.

Nós jantamos strogonoff de frango, entre muitas conversas e risadas. Eu gostava muito de ouvir como era a vida de Maya em Ohio, e a pequena adorou ser ouvida.

Depois de jantarmos, Maya escovou os dentes e se deitou no sofá, como fazia todos os dias, ligando a televisão e colocando em algum desenho animado. Eu arrumei a mesa e entrei na cozinha, colocando a louça suja na pia. Senti meu celular vibrar e o peguei, vendo que era uma ligação de Ethan.

- Oi, Ethan. –falei com o celular no ouvido-

- Oi, amiga. Onde você está? –ele perguntou-

- Hm... Eu... Eu estou no apartamento do Joe. –sussurrei e ouvi Ethan arfar-

- Devo perguntar porque? –ele perguntou e eu bufei-

- Não. –murmurei e ele riu-

- Maluca! –ele gritou e eu ri de leve- Ok, usem camisinha. –ele falou e desligou, sem nem ao menos me deixar explicar-

Eu bufei, rindo de leve e me virei, pronta para sair da cozinha, mas acabei batendo contra alguém. Imediatamente notei que não era Maya, e sim Joseph que estava parado na porta da cozinha. Ele desviou o olhar de mim, olhando para o chão. Ele estava usando uma calça de moletom preta e uma blusa cinza. Seus cabelos estavam molhados e ele tinha um cheiro delicioso de banho recém tomado.

- Maya dormiu. –ele murmurou e eu assenti, sentindo borboletas no estomago com a sua voz rouca-

- Então eu estou indo. –murmurei e tentei passar por ele, mas ele segurou minha mão-

- Vamos conversar antes? –ele pediu e finalmente me olhou- Por favor? –ele sussurrou, e eu senti seu polegar acariciar minha mão-

Eu afastei minha mão assim que senti meu corpo se arrepiar, e caminhei de volta para a cozinha, cruzando meus braços e me encostando no balcão. Joe respirou fundo, passando a mão pelos cabelos.

- Vou levar Maya para a cama. –ele murmurou e eu assenti- Já volto. –ele disse e se virou, saindo da cozinha-

Eu respirei fundo algumas vezes, tentando me preparar para a tal conversa. Não demorou nem cinco minutos e ele voltou, com as mãos nos bolsos da calça. Parecia nervoso também, apreensivo, mas ainda tinha aquela confiança no olhar. Esse olhar que me abalava.

Ele se encostou no batente da porta, ainda me olhando intensamente, e eu só consegui desviar o olhar, pois olhar para ele só ia me desconcentrar.

- Desculpa. –o ouvi e virei meu rosto, encontrando seu olhar- Por... Por hoje. O dia foi uma merda. –ele murmurou, e desviou o olhar, olhando o chão- Eu não devia ter tratado você daquele jeito. Nem no telefone e nem quando você apareceu aqui com Maya. Mas você se importar comigo é algo novo para mim, e eu não sei lidar com isso. –ele falou e seu um passo na minha direção- Eu não sou uma boa pessoa, Demi. Sou bem estragado, para falar a verdade. Você fez bem ao se afastar de mim, eu te entendo, mas... Mas está sendo bem difícil. É bem difícil lidar com a merda que minha vida é, sem você por perto. –ele disse e deu outro passo-

- Não... Não vamos falar de nós. –murmurei e ele abaixou o rosto, olhando o chão- Vamos falar sobre Maya, Joe. Você a esqueceu no colégio. –eu lembrei e ele suspirou-

- Tomei um remédio para dor de cabeça. Dormi o dia inteiro. –ele falou balançando a cabeça- Sei que foi irresponsável, mas simplesmente não consegui acordar. –ele falou e deu outro passo na minha direção- Não vai se repetir, eu juro. –ele disse e parou na minha frente, a poucos centímetros de distância- Obrigado por ter trazido ela. –ele sussurrou e ergueu a mão, acariciando meu rosto- Tá tudo uma merda, linda. Não se afasta mais de mim. –ele pediu e eu fechei meus olhos-

- Joe. –sussurrei, querendo pedir para que ele se afaste, pois não consigo pensar direito com seu corpo praticamente colado ao meu-

- Só... Só me abraça. –ele sussurrou e passou seus braços pela minha cintura, afundando seu rosto na curva do meu pescoço-

Eu suspirei e o abracei de volta, sabendo que Joe não costumava abraçar pessoas com frequência. Pela forma que ele me abraçou apertado, eu pude saber que ele definitivamente não estava bem, por isso o apertei também. Era um abraço sem segundas intenções, tudo muito inocente. Eu estava apenas reconfortando-o.

- Eu senti sua falta. –sussurrei, sem conseguir me conter, e senti seus braços me apertarem ainda mais-

- Então fica, Demi. Fica por perto. –ele sussurrou contra meu pescoço e eu respirei fundo-

Quando nos afastamos, eu puxei sua nuca e selei meus lábios nos seus. Senti que ele ficou surpreso, mas logo me beijou se volta. Apesar de intenso, não era um beijo selvagem como os outros. Era.... Romântico. E nosso.


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Um momentinho Jemi para começar 2017 muuuuito bem!! Feliz ano novo, gente! <3

Learn to love.[JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora