Capítulo sessenta e cinco.

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Narrado por Demi.

Acordei de madrugada ao sentir o lugar ao meu lado na cama, vazio e frio, evidenciando que Joe havia saído já há um tempinho. Me levantei, ajeitando sua camiseta em meu corpo e saído quarto, ajeitando meu cabelo. Era por volta das 4h00 e eu cambaleava pelo corredor.

Entrei na cozinha e me servi um copo d'água, bebendo tudo em um gole. Quando voltei para o corredor, consegui ver com mais clareza o quarto de Maya com a luz acesa e a porta entreaberta. Eu suspirei e caminhei até lá, logo encontrando Joseph na cama dela, encolhido e dormindo profundamente. Quis chorar ao ver aquilo.

Desde que o conheci, sempre notei que Joe era alguém quebrado por dentro. Ele teve seus traumas, que eu definitivamente tenho medo de saber. Mas vê-lo sem Maya, era como vê-lo mais quebrado ainda. Eles eram ligados um no outro sem nem ao menos notar. Me partia o coração ver Joe sofrer em silencio, por não saber se expressar da melhor maneira.

Eu caminhei até a cama e toquei seu ombro, fazendo Joe pular e abrir os olhos. Assim que ele me olhou, vi que ele estava envergonhado. Me sentei na beirada da cama e ele balançou a cabeça.

- Não conseguia dormir. –ele sussurrou com a voz rouca pelo sono- Desculpa por ter saído da cama. –ele murmurou e eu sorri de leve-

- Não precisa pedir desculpa. –eu disse e ele se sentou na cama-

- É estranho dormir sem saber se ela está bem. Eu não sei se ela já chegou, se deram comida para ela, ou se ela está passando frio. –ele se encolheu-

- Você já viveu com seus avos. Eles não cuidavam de você? –eu perguntei e ele se mexeu, desconfortável-

- Meu avô cuidava. –ele deu de ombros e suspirou- Não quero pensar nisso. Vou acabar surtando e indo para Ohio sequestrar Maya. –ele disse passando as mãos pelo rosto- Eu... Eu não devia ter feito o que eu fiz no tribunal. Não devia ter avançado no advogado, nem gritado com a minha avó. –ele sussurrou e eu peguei sua mão-

- Não precisa ficar pensando nisso agora. Já passou, Joe. Agora é batalhar para conseguir Maya de volta. –eu falei e ele assentiu-

- Eu... –ele engoliu em seco- Eu preciso de você comigo, Demi. Sozinho eu não consigo. –ele disse e eu senti meu peito apertar-

- Você não está sozinho. –eu disse e acariciei seu rosto-

Joe avançou sobre mim e me beijou. Eu fiquei surpresa, mas segurei seu rosto e o beijei de volta. Sua língua invadiu minha boca com desespero e eu correspondi, mesmo sabendo que ele só estava tentando esquecer seus problemas. Ouvi Joe grunhir, me segurando fortemente pela cintura.

- Vamos sair desse quarto. –ele sussurrou contra minha boca e eu assenti-

Nós nos levantamos e saímos do quarto de Maya, apagando a luz e fechando a porta. Joe me puxou assim que paramos no corredor e me prensou na parede, me beijado novamente. Ele nunca havia me beijado com tanta brutalidade antes, mas eu não tinha do que reclamar. Ambos estávamos com as mentes nubladas pelos problemas, e só precisávamos limpar nossos pensamentos. E ainda assim, Joe conseguia ser delicado. Ele era quente, bruto ou não, e eu nunca conseguiria me cansar desse seu jeito.

Ele segurou com uma mão a minha nuca, entrelaçando seus dedos em meu cabelo, e mordeu meu lábio inferior, me fazendo gemer baixinho. Joe desceu seus lábios para o meu pescoço, passando as mãos por baixo da camiseta que eu usava.

- Toma um banho comigo. –ele pediu roçando os lábios na minha mandíbula-

- É tarde. –eu sussurrei e gemi assim que ele raspou os dentes em meu queixo-

Learn to love.[JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora