Capítulo sete.

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Semanas depois.

As semanas foram passando e eu fui ficando mais ansioso. Queria ir logo para casa, não aguentava mais essa casa cheia de lembranças, e essa cidade. Maya havia voltado para a escola, pois ainda não tínhamos previsão de quando iriamos para Nova York. As papeladas do processo de guarda de Maya ainda não haviam chegado e nem Joshua sabia me dizer porquê.

Foi numa sexta-feira, depois do almoço, onde eu e Maya terminávamos o seu dever de casa, que eu ouvi a porta se abrindo. Estávamos sentados no chão da sala, Maya estava focada em seu caderno, escrevendo algo e eu estava com seu livro no meu colo ajudando-a. Ouvi passos e virei meu rosto, dando de cara com nossa avó e seu advogado. Franzi o cenho e me levantei, pousando o livro na mesinha de centro.

- O que faz aqui? –eu perguntei e vi Maya levantar também-

- Vim conversar com você, Joe. –ela falou tranquilamente e sorriu para Maya que retribuiu o sorriso, meio hesitante- Podemos conversar no escritório? –ela perguntou e eu assenti-

- Fica aqui, ok? –eu pedi para Maya que assentiu, voltando a se sentar no tapete e pegar seu lápis-

Eu, minha avó e seu advogado caminhamos até o escritório e eu fechei a porta.

- Devo chamar o Joshua? –eu perguntei vendo-a se sentar na antiga cadeira do meu pai-

- Ele já está a caminho. –ela falou ajeitando seu cabelo- Creio que se lembre do Senhor Robert, meu advogado. –ela apontou para Robert, muito bem arrumando em seu terno preto e sua expressão contida e profissional-

- Lembro. –dei de ombros, sem muita importância- O que a senhora quer?

Não hesitei em perguntar e ela suspirou, guardando seja lá qual for a resposta à altura que ela me lançaria. Vovó estava se portando elegantemente na frente do advogado, e eu me controlava para não rir.

- Vim conversar sobre Maya. –ela respondeu e eu cruzei os braços-

- Não vou voltar atrás, vó. Quero a guarda dela. –eu falei e ela sorriu falsamente-

- Posso saber porque? –ela perguntou e eu revirei os olhos-

- Pois não quero que você tente modifica-la, como tentou comigo. –eu falei e ela balançou a cabeça-

- Ingrato, como sempre. –ela comentou e eu vi a porta se abrindo, e Joshua entrando no escritório, me lançando um olhar calmo- Pois bem, Joe, apesar de querer ter a minha neta comigo, eu vim aqui lhe dizer que abro mão da guarda dela. –ela lançou e eu arregalei meus olhos-

- É o que? –eu perguntei e olhei Joshua que parecia mais confuso do que eu-

- A verdade é, Joe, que eu não tenho mais idade para criar uma criança. –ela deu de ombros- Não quero me estressar indo em julgamentos, lendo papeladas, e tudo o mais. Se quer ficar com ela, fique. –ela deu de ombros- A guarda dela está comigo, por ser a responsável mais próxima, mas eu trouxe Robert para lhe passar a papelada, abrindo mão da guarda. –ela falou e eu vi Robert abrir sua maleta e tirar alguns papeis-

- É sério isso? –eu perguntei olhando firmemente para ela que sorriu docemente-

- Sim. –ela falou e eu ofeguei, confuso demais-

Quando a vi entrando na casa, jurei que era para tentar me fazer desistir da guarda de Maya. Cheguei até a cogitar que ela levaria Maya a força e eu não poderia fazer nada para impedir. E agora ela soltava essa...

- Senhora Jonas, você sabe que não é tão simples assim, certo? –Joshua perguntou e minha avó franziu o cenho-

- E o que seria complicado? Estou abrindo mão da guarda. –ela deu de ombros-

- Mas mesmo assim, se a assistente social achar que Joe não é apto para cuidar de Maya, ela volta a ser sua. –Joshua falou e eu franzi o cenho-

- Sério isso? –eu perguntei, agora para ele que assentiu-

- Você até pode levar a Maya para Nova York, mas uma assistente social vai até sua casa, e vai averiguar tudo da sua vida.

Eu assenti, satisfeito por saber que poderia voltar para casa, e que Maya estaria comigo. Olhei para minha avó e para seu advogado e assenti, fazendo minha avó sorrir.

- Então daremos início à papelada. –minha avó decretou e Joshua passou por mim, se aproximando da mesa, junto com o advogado dela-

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