Capítulo setenta e sete.

492 44 36
                                    


Narrado por Demi.

- Quer que eu espere, moça? –o taxista perguntou assim que eu saí do táxi-

- Não, obrigada. –falei sorrindo e logo me afastei-

A tão falada "fazenda" da avó de Maya e Joe era o que eu podia chamar de extravagante. A casa parecia um chalé, e o terreno onde havia os animais era imenso. Imaginei Maya brincando naquele grande terreno e sorri. Abri a porteira que havia ali e caminhei até a casa, apertando a campainha assim que cheguei. Demorou um minuto até o avô de Joe aparecer. Ele sorriu assim que me viu e eu retribui. Ele sim era um senhor agradável, ao contrário da mulher dele.

- Demetria, certo? –ele perguntou educadamente-

- Sim. É um prazer ver o senhor de novo. –eu disse e apertei sua mão- Hm... Eu vim com o Joe para o julgamento, que é... Daqui três dias. –eu falei e ele assentiu, olhando para trás de mim-

- Ele não veio, certo? –ele perguntou parecendo preocupado-

- Não, ele ficou em casa. –eu falei e ele suspirou aliviado- Eu queria ver a Maya, e o Joshua disse que tudo bem se eu viesse sozinha. –eu disse e ele sorriu-

- Sim, tudo ótimo. –ele disse e deu passagem para eu entrar- Maya está na cozinha. –ele disse e eu o segui-

- Margo está? –eu perguntei apreensiva-

- Não. Ela foi tomar chá com a vizinha. –ele disse e eu assenti- Maya? –ele chamou assim que entramos na casa-

- Sim? –ouvi e sorri, logo vendo a pequena sair de uma porta- Senhorita Lovato! –ela gritou e correu até mim-

Assim que eu a abracei, senti meu peito se apertar. Maya estava magra. Seu corpo quase sumia dentro de um vestido cinza. Quando nos soltamos, eu segurei seu rosto fino com as duas mãos e observei suas olheiras. Ela fechou os olhos e balançou a cabeça, como se soubesse exatamente o que se passava na minha cabeça.

- Oi, meu amor. –eu disse e beijei sua testa- Que saudade. –eu disse e ela sorriu fracamente-

- O que está fazendo aqui? –ela perguntou com os olhos brilhando de alegria-

- Eu vim ver você. –dei de ombros-

- Em Ohio? –ela perguntou confusa e riu- Isso é legal, Senhorita Lovato. Quer ver meu quarto? –ela perguntou e eu assenti-

- Quero. –disse e ela pegou minha mão-

Antes de sumirmos pelo corredor, lancei um olhar sério para seu avô que pareceu entende prontamente o que eu estava pensando. O quarto de Maya era pequeno, praticamente metade do seu quarto no apartamento de Joe. Tinha alguns brinquedos bem cuidados, e alguns livros. Claro que eu não conseguia imaginar Margo comprando aquilo para a neta.

- Compramos esses brinquedos em Nova York. –Maya falou, praticamente lendo meus pensamentos- Vovô me deixou escolher. –ela disse orgulhosa de si mesma- E os livros eram do Joe de quando ele era criança. –ela falou e então me olhou- Como está o Joe? –ela perguntou, sentando-se na beirada da sua cama-

- Está com saudade de você. –eu disse me sentando ao lado dela-

- Eu também estou com saudade ele. –ela disse suspirando-

- Ele... –eu sorri- Ele veio para Ohio comigo. –eu sussurrei e ela arregalou os olhos-

- Ele está aqui? –ela perguntou surpresa se levantando-

- Bom, não na fazenda. –eu falei e ela desmanchou seu enorme sorriso-

- Ele não quis me ver? –ela perguntou e eu peguei suas mãos-

- Claro que ele quis, mas Joshua não deixou. –eu falei e ela franziu o cenho-

- Porque não? –ela perguntou e se sentou ao meu lado- Eu sei que daqui alguns dias vai acontecer aquela reunião de novo. Ouvi a vovó falando. Tem algo a ver com isso? –ela perguntou e eu assenti-

- Como você está, Maya? –eu perguntei passando a mão pelos seus cabelos alvoroçados-

- Bem. –ela deu de ombros- Nessa semana só fiquei de castigo duas vezes. –ela comentou sorrindo e eu me encolhi-

- E porque ficou de castigo? –eu perguntei acariciando seu rosto tão pequeno e frágil-

- Na segunda-feira foi porque eu não lavei a louça. E na terça-feira foi porque eu revirei os olhos para a vovó. –ela falou e suspirou- Mas tá tudo bem, senhorita Lovato. –ela sorriu fracamente-

Me preparei para falar algo, mas ouvi a voz daquela senhora nojenta e insuportável. Maya fez uma careta e revirou os olhos, e eu levantei.

- Fica aqui um pouco, ok? Eu já volto. –eu disse e ela assentiu, confusa- Escolha um livro para ler para mim. –eu sugeri e ela sorriu, caminhando até a estante com livros-

Saí de seu quarto e caminhei até a sala de estar, onde Margo se sentava nos sofá. Richard, o avô de Maya, parecia prestes a lhe contar algo, mas ela me viu antes.

- Quem é você? –ela perguntou e eu fechei minhas duas mãos em punhos, controlando a raiva que sentia daquela senhora-

- Ela era professora da Maya, Margo. –Richard falou sentando-se ao seu lado- Sente-se, Demetria. –permaneci de pé-

- Ah, claro. A professora sem ética alguma, da minha neta, que transava com o meu neto. –ela me olhou de cima a baixo e eu sorri debochada-

Juro que sou uma pessoa doce. Sou educada, e sempre, SEMPRE, respeitei os mais velhos, mas essa velha nojenta não vai se sentir superior para cima de mim. Ah, mas não vai mesmo!

- Transo, na verdade. –a corrigi e ela fechou seu sorriso- E você é a avó repugnante, que traumatizou o seu neto, e está traumatizando a sua neta. –eu disse e a olhei de cima a baixo-

***

ATT DUPLA PORQUE EU SOU BEM BOA! COMENTEM MUITOOO SOBRE ESSE 'VRÁÁ' DA DEMI <3

Learn to love.[JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora