Capítulo quarenta e nove.

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Narrado por Joe Jonas.

Estar de volta na casa dos meus avós era algo louco. Era totalmente melhor do que voltar para minha casa em Ohio, mas ainda assim eu me sentia deslocado. Não posso dizer o mesmo de Maya que estava aproveitando cada segundo sendo paparicada pela minha avó e pelo meu avô.

Estávamos lá há dois dias, e ficaríamos mais dois dias antes de voltarmos para Nova York. Devo dizer que era muito agradável mudar os ares um pouco. Nova York pode ser muito perturbador de vez em quando, e é bom saber que tenho um refúgio em Los Angeles. Se pudesse, eu realmente viria mais aqui. Sinto falta da minha avó e meu avô. Eles são boas pessoas, e se importam comigo.

- Bom dia, vó. –eu falei assim que entrei na cozinha e a vi servindo café em uma caneca-

- Bom dia, meu amor. –ela falou sorridente e me alcançou a caneca-

- Onde está Maya? Eu passei no quarto dela e ela não estava. –eu perguntei e ela sorriu, ajeitando sua camisa azul clara-

- Ela acordou cedo, me ajudou a preparar a mesa e depois que seu avô acordou, ele a levou para pegar algumas conchinhas na praia. –ela falou e eu sorri-

Meus avôs tinham uma linda casa com o quintal para a praia. Era realmente a casa dos sonhos. Era grande, rustica e com a melhor vista! Eles tinham a praia como quintal. O quão sensacional é isso?

- Maya é uma ótima menina. –ela comentou e eu sorri- Tão doce, Joe... –ela falou com a voz pesada, e eu soube porque ela estava falando daquele jeito- Denise teria a adorado. –ela falou o que eu sabia que ela ia falar e eu suspirei-

- Vó... –eu comecei, querendo por tudo o que é mais sagrado que aquele assunto terminasse-

- Sua mãe teria a adorado. –ela repetiu com mais convicção, olhando para mim com a sobrancelha erguida-

- Eu sei que sim, vó. Para de falar dela. –eu falei impaciente, mas minha avó bufou e cruzou os braços-

- Qual é o problema de falar da sua mãe? Você acha que ela merece ser esquecida? –ela perguntou e eu suspirei-

- Claro que não, vó. –eu falei e peguei sua mão- Desculpa, ok? –pedi e ela suspirou pegando minha mão e apertando-

- Eu sinto tanto a sua falta, Joe. –ela falou e eu sorri, pegando em sua mão e a beijando-

- Eu também sinto sua falta, vó. –eu falei e ela caminhou até mim para me abraçar-

Não era adepto ao abraço, mas eu raramente via minha avó, por isso não podia desperdiçar a chance de abraça-la.

Quando nos separamos, ela voltou para o outro lado do balcão da cozinha e sorriu para mim. Eu conhecia aquele sorriso, por isso ri de leve e revirei os olhos, dando outro gole no meu café.

- Quando vai trazer uma namorada, hein? –ela perguntou e eu ri mais ainda, porque Dona Florence era realmente previsível- Quero bisnetos, meu filho. –ela falou e eu balancei a cabeça- Maya comentou que a professora dela andava frequentando sua casa. –ela comentou olhando as unhas e eu fiz uma careta- Você não anda fazendo coisas improprias com a professora de Maya, certo? –ela falou e eu gargalhei, me engasgando com o café-

- Vó, pelo amor de Deus. –eu falei e ela bufou, rindo também- Eu e a professora da Maya somos amigos... Ou éramos. –eu falei dando de ombros, tentando disfarçar meu desconforto-

Eu não via Demetria há uma semana. Depois da nossa última conversa, quem levou Maya no colégio foi Jack, e quem buscou foi Amy. Eu sabia que em algum momento eu ia precisar aparecer, e fingir que estava tudo em ordem, mas eu, por enquanto, não tinha estomago para isso.

- Qual é o nome dela? –ela perguntou sorrindo-

- Demi. –eu respondi e seu sorriso aumentou-

- É um lindo nome. –ela falou e eu ri, revirando os olhos-

- Para uma linda mulher. –comentei e ela continuou me encarando, querendo que eu continuasse- Vó, eu não vou fazer isso. Não vou falar sobre isso. –eu falei rindo e ela revirou os olhos-

- Eu quero bisnetos! –ela falou e eu ri- Ok, eu me contento por enquanto com minha nova neta. –ela falou dando de ombros e eu fechei meu sorriso- E ouse dizer que Maya não é minha neta, Joseph, ouse e eu te jogo esse resto de café nos olhos. –ela falou, me desafiando e eu suspirei- Ela é minha neta, pois eu sei que Denise queria lhe dar uma irmã.

- Mas não deu, vó. Morreu antes disso. –eu falei, perdendo minha paciência e me levantando, colocando a xicara na pia-

Minha avó suspirou e cruzou os braços, me olhando com dó. Odiei seu olhar, pois não precisava de sua pena. Ela sofreu da mesma forma que eu sofri, então porque eu era merecedor de pena?

- Já faz quinze anos, meu amor. Você precisa aprender a lidar com isso. –ela falou calmamente e eu respirei fundo-

Minha avó nunca se importou com meu jeito explosivo. Ela sempre lidou muito bem com ele, para falar a verdade. Ela sempre foi calma, compreensiva.

- Não quero brigar com você, vó. Essa é a última coisa que eu quero. –eu falei e ela sorriu docemente- Só não fala dela, ok? –pedi e ela suspirou-

- Tudo bem. –ela falou e passou a mão no meu rosto-

Parecia que ela queria falar alguma coisa, mas se calou assim que a porta que dava acesso ao quintal, foi aberta e Maya entrou junto com meu avô. Maya usava apenas um biquíni rosa pink que havia ganhado de Amy. Ela tinha um balde pequeno de plástico cheio de conchinhas, e ela sorria radiante. Eu sorri para ela que correu até mim e me alcançou o balde.

- Olha o que eu e o Vovô Bob pegamos. –ela falou animada e eu ri de leve, me agachando para olhar tudo-

- São lindas, Maya. –eu falei sorrindo e ela sorriu assentindo-

Depois que eu me levantei, olhei para meu avô que bateu em meu ombro, sorrindo. Maya mostrava as conchas para minha avó que muito pacientemente observava todas com atenção. Meu avô parou ao meu lado e sorriu para mim.

- É bom ter uma criança em casa. –ele comentou e eu sorri- Não temos uma desde que você deixou de ser um moleque. –ele falou e eu ri- Vamos no sótão, filho. Prometi à Maya que mostraria todos seus antigos brinquedos. –ele falou caminhando para fora da cozinha-

- Você ainda guarda aquelas coisas? –eu perguntei o seguindo-

- E porque eu não guardaria? –ele deu de ombros e eu sorri enquanto subíamos as escadas-

Era bom estar em família. Eu sentia aquela paz de espirito que eu raramente sentia em Nova York. E claro que as lembranças eram complicadas. Subindo as escadas, parece que eu vejo minha mãe de maio vermelho, correndo de atrás de mim com um tubo de protetor solar nas mãos, enquanto eu fugia dela gargalhando.

Era bom estar aqui. Era como se nenhum problema pudesse me atingir.

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