Capítulo dezenove.

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Nesse dia, Demi usava um vestido branco e delicado, um pouco acima dos joelhos, e com um decote discreto, mas que conseguiu acabar comigo. Seu cabelo estava solto, e ela usava pouca maquiagem nesse dia. Mas seus lábios estavam com um batom vermelho, quase da cor da boca, e eu logo quis tira-lo dali.

Depois que todas as crianças já tinham ido embora, Demi murmurou que eu podia entrar. Pedi para Maya ir até o parquinho, o que foi uma tarefa fácil, já que ela adorava aquele lugar. Ela saltitou até o parquinho e eu entrei na sala de aula, agora vazia. Demi juntava algumas folhas em uma pasta verde, e eu me encostei em uma das classes na frente da mesa dela.

- Em que posso ajuda-lo, Joseph? –ela perguntou educadamente e eu sorri fracamente-

- Bom... Você já sabe o que houve com a Maya, certo? Sobre os pais dela. –eu murmurei e ela me olhou-

- Sim. Sobre o seu pai, certo? –ela falou e eu assenti-

- Eu nunca fui muito presente na vida da Maya. Quando ela tinha cinco anos, eu me mudei para cá, e não mantive contado. Quando ainda morava com ela, eu não mantinha contato. –balancei a cabeça e suspirei- Ela não se abre comigo. E eu sei que ela precisa se abrir, mas ela não confia em mim.

- Como sabe se ela precisa se abrir? –Demi perguntou encostando-se em sua mesa, de frente para mim-

- Eu perdi a minha mãe quando tinha dez anos. E eu precisava me abrir, conversar com alguém. –dei de ombros e ela respirou fundo-

- Talvez Maya seja diferente. –ela deu de ombros- Eu observo bastante o comportamento da Maya na sala de aula. Ela é doce, muito doce. –ela sorriu- Mas as vezes ela realmente se fecha. É normal para uma criança. Ela não sabe reagir com as coisas que estão acontecendo com ela. São muitas mudanças na vida dela, e ela é nova demais. –ela falou e eu assenti- Eu poderia sugerir um terapeuta, mas se ela não fala com você, que é a pessoa mais próxima que ela tem agora, ela não vai querer falar com um terapeuta.

- Eu queria que ela soubesse que eu sou a pessoa mais próxima que ela tem agora. –dei de ombros e Demi sorriu-

- Logo ela vai saber. –ela deu de ombros-

Sua voz era calma, e conseguia realmente me tranquilizar. E a forma como ela movia seus lábios só me dava mais vontade e beija-la, mas não podia.

- Ela fala alguma coisa dos pais na sala? –eu perguntei, tentando distrair minha cabeça-

- Ela é bem quieta. –Demi deu de ombros- Ela conversa bastante com o Tony. Ele perdeu o pai no ano passado, e eles parecem ter bastante assunto. –ela falou e eu assenti- É natural ela ser fechada, Joseph. Só tenha paciência, e quando ela notar que pode falar com você, ela vai falar. –ela disse e eu sorri-

- Minha amiga disse a mesma coisa. –comentei e ela sorriu-

- Aquela que veio na reunião? –ela perguntou e se virou, começando a juntar algumas coisas e colocar dentro de sua bolsa-

- Ela mesma. –murmurei, olhando discretamente para sua bunda, porque eu não presto mesmo-

Demi não disse mais nada, apenas terminou de juntar as coisas e organizar sua mesa. Eu me ergui, mexendo em meu cabelo e a observei melhor. Quando ela se virou para mim novamente, ela já colocava sua bolsa no ombro.

- Mais alguma coisa? –ela perguntou e eu umedeci meus lábios-

- Aquele cara de ontem... É seu namorado? –eu perguntei, sorrindo de canto e Demi riu, balançando a cabeça-

- O Ethan?-ela perguntou e eu assenti- Não, ele é só um amigo. Moramos juntos. –ela deu de ombros e eu aumentei meu sorriso-

- Sendo assim... –eu falei e dei um passo à frente, pois a carne é fraca- Você gostaria de sair para jantar comigo, qualquer dia? –perguntei e Demi abriu a boca, corando-

Posso até ter tentado me controlar, mas no fundo eu já sabia que a chamaria para sair. Assim que eu entrei na sala, eu sabia que seria fraco. Essa mulher mexe comigo.

- Não acho uma boa ideia. –ela murmurou e mordeu o lábio inferior, me fazendo baixar meu olhar para seus lábios convidativos-

- Porque não? –perguntei em um sussurro e ela deu um passo para trás, batendo seu quadril na mesa-

Eu controlei um sorriso, e dei outro passo à frente, pousando minhas mãos na mesa, deixando Demetria entre meus braços. Ela agora estava pálida, parecendo nervosa, mas em seu olhar eu via que ela não estava tão incomodada assim com a minha aproximação.

- Eu sou professora da sua irmã. –ela murmurou e eu senti sua respiração quente bater em meu rosto, me tentando a me aproximar-

- Não vejo como isso possa interferir no que eu quero. –eu murmurei inclinando minha cabeça para o lado, olhando-a melhor-

- Interfere. –ela sussurrou, e eu senti suas mãos pousarem em meus ombros-

- Não é possível que só eu sinta isso. –eu sussurrei engolindo em seco e ela fechou os olhos, respirando fundo-

- Isso o que? –ela perguntou e eu sorri de leve, roçando meus lábios em seu queixo, vendo a pele de seu pescoço se arrepiar deliciosamente-

- Essa vontade. –murmurei e ela arfou-

Quando ela abriu os olhos, eu soube que não era o único com vontade ali. Seus olhos queimavam de desejo, e só pelo fato de ela não ter me empurrado, eu já sabia que ela me queria. E porra, isso é ótimo! Ela me queria!

Eu ousei me aproximar, tendo a certeza de que não levaria um tapa, mas acabei sendo interrompido pela porra de uma batida na porta, e aí sim ela me empurrou. Quando viramos nosso rosto encontramos o amigo de Demi, Ethan.

Ele tinha um olhar irônico no rosto, e quando eu olhei novamente para Demi, ela tinha o rosto vermelho, enquanto passava as mãos pelos cabelos.

- É a sua irmã que está no parquinho? –ele perguntou e eu franzi o cenho, controlando minha vontade se socar sua cara-

- Sim. –respondi com a voz fria, e rouca-

- Ela caiu do balanço e machucou o joelho. –ele falou e eu o olhei novamente- Ela estava chorando bastante. –ele falou e eu passei por ele, correndo para fora da sala de aula-

Learn to love.[JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora