- Estou falando, Jack. Ela era linda! –eu falei servindo café na caneca de Jack-
- Eu acredito em você, irmão. –ele murmurou dando de ombros, sem tirar os olhos do jornal que tinha nas mãos- E quando você vai chama-la para sair? –ele perguntou dando um gole em seu café-
- Não vou chama-la para sair. –dei de ombros e ele me olhou- Maya, dez minutos! –gritei no corredor-
- Porque não vai chama-la para sair? –ele perguntou e eu respirei fundo-
- Eu provavelmente nem vou vê-la novamente. –respondi indiferente-
- Ela trabalha na nova escola da Maya, seu idiota. É óbvio que vai vê-la novamente. –ele falou e eu ri, revirando os olhos-
- Aquele lugar é enorme. Quais as chances? –perguntei e ele revirou os olhos- Bom dia, Maya. –murmurei vendo Maya entrar na cozinha-
Ela usava a camisa com o logo do colégio e a saia xadrez com o comprimento até os joelhos. Ri de leve vendo a bagunça que seus cabelos estavam.
- Precisamos de uma escova de cabelo nessa casa. –ela murmurou sonolenta e eu sorri para ela, lhe entregando sua tigela com cereais e leite-
- Eu consigo uma. –Jack murmurou se levantando e saindo da cozinha-
- Pronta para seu primeiro dia de aula? –eu perguntei vendo-a comer-
- Sim. –ela deu de ombros e eu sorri, sabendo que ela estava mentindo-
- Vai dar tudo certo, ok? Não tem porque estar nervosa. –eu falei e ela assentiu-
- Não estou nervosa. –ela falou e eu ri-
- Ok. –ergui as mãos e ela riu-
- Pronto! –ouvimos Jack falar e logo ele entrou na cozinha, com uma escova de cabelo nas mãos-
Nos apressamos para terminarmos nosso café e logo eu estava sentado no sofá, observando Jack arrumar o cabelo de Maya.
- Joe, nós parecemos um casal. –Jack sussurrou e eu ri, revirando os olhos-
- Sim, claro. –murmurei e ele riu, balançando a cabeça-
- Pronto, Maya. –ele falou e ela sorriu, assentindo-
- Obrigada, Jack. –ela falou e correu até o espelho, observando a trança que Jack havia feito-
- Devo me preocupar com o fato de você saber fazer tranças? –eu perguntei e Jack gargalhou-
- Eu tenho cabelo longo, idiota. –ele falou e eu revirei os olhos-
- Eu nunca vi você de trança. –dei de ombros e ele revirou os olhos também-
- Ainda bem. –murmurou e eu ri-
- Vamos, Maya? –eu perguntei pegando em minha pasta e ajeitando a alça da mesma em meu ombro-
- Vamos. –ela falou e pegou sua mochila, colocando-a nas costas-
Quando descemos para o estacionamento do prédio, Jack foi para seu carro e eu e Maya fomos para o meu. A escola de Maya ficava há quinze minutos do meu prédio, por isso chegaríamos no horário.
É claro que eu não estava contando com o trânsito de Nova York logo pela manhã. Quis me bater assim que virei a esquina e entrei na Quinta Avenida, dando de cara com uma bela faixa trancada.
Maya arfou, exasperada, e eu lembrei que em Ohio não tinha trânsitos como esse. Bufei, logo me irritando e bati no volante, buzinando para um motoqueiro que quase arrancou meu espelho retrovisor.
- Eu vou me atrasar? –Maya perguntou receosa e eu a olhei-
- Talvez. –eu murmurei e ela gemeu, passando a mão pelo rosto-
Depois de muitas buzinas, muitos minutos e muito estresse, conseguimos chegar no colégio. Eu e Maya saltamos para fora do carro e corremos para dentro do prédio. Na sexta-feira a diretora Susan já havia me apresentado a escola, depois de termos organizado toda a papelada da matricula de Maya. Conheci também a Professora substituta da turma de Maya, pois a professora mesmo não estava. E por já conhecer a escola, nós fomos direto para a sala de aula de Maya. A aula já havia começado, Maya estava atrasada há alguns minutos, por isso eu bati na porta. Sorri ao ver Maya ofegante passando as mãos pelo uniforme, ajeitando-o, instantes antes da porta ser aberta.
- Bom dia. –ouvi uma voz doce e conhecida-
E congelei no lugar... Como um perfeito idiota.
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Learn to love.[JEMI]
أدب الهواةJoe é um adulto amargurado com a vida, e com as perdas que teve. Desde muito cedo aprendeu a se virar sozinho, pela ausência do pai sempre ocupado e pela perda da mãe, muito cedo. Agora ele vive sozinho em Nova York, onde tem um ótimo apartamento, u...