Capítulo dez.

665 60 8
                                    

- Estou falando, Jack. Ela era linda! –eu falei servindo café na caneca de Jack-

- Eu acredito em você, irmão. –ele murmurou dando de ombros, sem tirar os olhos do jornal que tinha nas mãos- E quando você vai chama-la para sair? –ele perguntou dando um gole em seu café-

- Não vou chama-la para sair. –dei de ombros e ele me olhou- Maya, dez minutos! –gritei no corredor-

- Porque não vai chama-la para sair? –ele perguntou e eu respirei fundo-

- Eu provavelmente nem vou vê-la novamente. –respondi indiferente-

- Ela trabalha na nova escola da Maya, seu idiota. É óbvio que vai vê-la novamente. –ele falou e eu ri, revirando os olhos-

- Aquele lugar é enorme. Quais as chances? –perguntei e ele revirou os olhos- Bom dia, Maya. –murmurei vendo Maya entrar na cozinha-

Ela usava a camisa com o logo do colégio e a saia xadrez com o comprimento até os joelhos. Ri de leve vendo a bagunça que seus cabelos estavam.

- Precisamos de uma escova de cabelo nessa casa. –ela murmurou sonolenta e eu sorri para ela, lhe entregando sua tigela com cereais e leite-

- Eu consigo uma. –Jack murmurou se levantando e saindo da cozinha-

- Pronta para seu primeiro dia de aula? –eu perguntei vendo-a comer-

- Sim. –ela deu de ombros e eu sorri, sabendo que ela estava mentindo-

- Vai dar tudo certo, ok? Não tem porque estar nervosa. –eu falei e ela assentiu-

- Não estou nervosa. –ela falou e eu ri-

- Ok. –ergui as mãos e ela riu-

- Pronto! –ouvimos Jack falar e logo ele entrou na cozinha, com uma escova de cabelo nas mãos-

Nos apressamos para terminarmos nosso café e logo eu estava sentado no sofá, observando Jack arrumar o cabelo de Maya.

- Joe, nós parecemos um casal. –Jack sussurrou e eu ri, revirando os olhos-

- Sim, claro. –murmurei e ele riu, balançando a cabeça-

- Pronto, Maya. –ele falou e ela sorriu, assentindo-

- Obrigada, Jack. –ela falou e correu até o espelho, observando a trança que Jack havia feito-

- Devo me preocupar com o fato de você saber fazer tranças? –eu perguntei e Jack gargalhou-

- Eu tenho cabelo longo, idiota. –ele falou e eu revirei os olhos-

- Eu nunca vi você de trança. –dei de ombros e ele revirou os olhos também-

- Ainda bem. –murmurou e eu ri-

- Vamos, Maya? –eu perguntei pegando em minha pasta e ajeitando a alça da mesma em meu ombro-

- Vamos. –ela falou e pegou sua mochila, colocando-a nas costas-

Quando descemos para o estacionamento do prédio, Jack foi para seu carro e eu e Maya fomos para o meu. A escola de Maya ficava há quinze minutos do meu prédio, por isso chegaríamos no horário.

É claro que eu não estava contando com o trânsito de Nova York logo pela manhã. Quis me bater assim que virei a esquina e entrei na Quinta Avenida, dando de cara com uma bela faixa trancada.

Maya arfou, exasperada, e eu lembrei que em Ohio não tinha trânsitos como esse. Bufei, logo me irritando e bati no volante, buzinando para um motoqueiro que quase arrancou meu espelho retrovisor.

- Eu vou me atrasar? –Maya perguntou receosa e eu a olhei-

- Talvez. –eu murmurei e ela gemeu, passando a mão pelo rosto-

Depois de muitas buzinas, muitos minutos e muito estresse, conseguimos chegar no colégio. Eu e Maya saltamos para fora do carro e corremos para dentro do prédio. Na sexta-feira a diretora Susan já havia me apresentado a escola, depois de termos organizado toda a papelada da matricula de Maya. Conheci também a Professora substituta da turma de Maya, pois a professora mesmo não estava. E por já conhecer a escola, nós fomos direto para a sala de aula de Maya. A aula já havia começado, Maya estava atrasada há alguns minutos, por isso eu bati na porta. Sorri ao ver Maya ofegante passando as mãos pelo uniforme, ajeitando-o, instantes antes da porta ser aberta.

- Bom dia. –ouvi uma voz doce e conhecida-

E congelei no lugar... Como um perfeito idiota.

Learn to love.[JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora