- Eu ia beija-la. –murmurei pela quarta vez, na sacada do meu apartamento, ao lado de Jack, enquanto eu fumava um cigarro.
- Sim, irmão, eu já ouvi isso. –Jack falou revirando os olhos- Maya ter se machucado pode ter sido um sinal. –ele comentou e saiu da sacada, entrando no meu apartamento-
Eu bufei, dei uma última tragada no cigarro e entrei também, vendo Maya deitada no sofá, dormindo enquanto passava algum desenho na televisão.
Ela tinha ralado o joelho, caindo de um balanço no parquinho, enquanto eu, o irmão desnaturado, tentava seduzir sua professora. Seria cômico, se não fosse vergonhoso.
- Como assim um sinal? –eu perguntei vendo Jack sair da cozinha com uma garrafa de cerveja na mão-
- Você ia beija-la, mas não beijou, pois, aquele cara chegou dizendo que Maya estava machucada. Se Maya não tivesse se machucado, o cara não teria aparecido, e você teria beijado Demetria.
- Ok... –murmurei com o cenho franzido, sem entender o que ele estava falando- Como assim um sinal? –eu perguntei de novo e Jack bufou, sorrindo-
- Não era para ser, cara. –ele deu de ombros- Você teria se arrependido, Demetria teria se arrependido, poderia dar merda, entende? –ele falou e eu revirei os olhos- Só estou dizendo, irmão, pode ter sido um sinal. –ele falou e deu uma olhada em Maya- Você limpou o machucado? –ele perguntou e eu assenti- Fez direito o curativo? –ele perguntou-
- Sim, porra. –falei impaciente e ele riu, assentindo-
- Ok então. –ele falou e caminhou até a porta- Boa noite.
- Boa noite, ladrão de cervejas. –murmurei e ele riu saindo do meu apartamento e fechando a porta-
Eu suspirei e me aproximei de Maya, sentando na beirada do sofá e passando a mão pelos seus cabelos.
- Maya? –chamei baixinho e ela se remexeu, ainda dormindo- Vai para a cama, linda. –sussurrei e ela murmurou algo-
- Me leva. –ela sussurrou e eu sorri-
Me levantei e me inclinei sobre ela, passando um braço por baixo de seus joelhos e o outro em seus ombros. Ela gemeu de dor, pois seu joelho machucado acabou dobrando, mas logo se ajeitou em meu peito e eu caminhei até o quarto dela. Assim que eu pousei seu corpo na cama e beijei sua testa, consegui ver um sorriso em seu rosto e ri, sabendo que ela estava acordada o percurso todo, mas apenas estava com preguiça de caminhar até seu quarto.
- Boa noite, pequena. –sussurrei e beijei seu rosto-
- Boa noite, Joe. –ela murmurou e eu liguei seu abajur ao lado da cama, caminhando até a porta- Joe? –ela chamou e eu me virei para ela, que olhava para mim-
- Sim? –perguntei e ela suspirou-
- Você está apaixonado pela Senhorita Lovato? –ela perguntou receosa e eu arregalei meus olhos-
- Como é? –eu perguntei apertando o batente da porta-
- Eu ouvi Jack falando que você tentou beija-la... –Maya deu de ombros e eu suspirei-
- Não, Maya. Não estou apaixonado pela sua professora. –eu falei balançando a cabeça- Apenas esqueça esse assunto, ok? Não comente com ninguém. –pedi e ela assentiu-
- Seria legal se fosse apaixonado por ela. –ela comentou e se virou de costas para mim, fechando os olhos- Boa noite. –murmurou baixinho e eu sorri, fechando a porta-
Caminhei até o meu quarto e logo tomei um banho, caindo na cama logo depois. Estava cansado, esgotado, e só precisava dormir.
No outro dia, quando acordei, depois de escovar meus dentes e tomar um banho, caminhei até o quarto de Maya, entrando no mesmo e sentando na beirada de sua cama. Cutuquei sua barriga levemente e ela se remexeu, sentindo cócegas. Sorri e cutuquei sua barriga novamente, fazendo-a pular e abrir os olhos.
- Bom dia, pequena. –murmurei e ela grunhiu, tapando seu rosto com o travesseiro-
- Não quero ir para o colégio. –ela murmurou e eu ri, tirando seu edredom-
- Como está sua perna? –perguntei e ela se virou de barriga para cima, tirando o travesseiro do rosto-
- Eu uso saia, Joe. Todo mundo vai ver meu joelho machucado, e vai rir de mim. –ela falou e eu suspirei-
- Se alguém rir de você, me diga e eu derrubo cada um de um balanço. –falei e ela riu- Agora levanta e toma um banho. –falei e beijei seu rosto, levantando e saindo do quarto-
Eu ajeitava minha camisa jeans quando vi a porta ser aberta por Jack que sorriu para mim.
- Bom dia. –ele murmurou e eu sorri-
- Bom dia. –respondi e entrei na cozinha-
Comecei a preparar café, e o cereal de Maya e Jack, enquanto o mesmo arrumava a mesa. Era sempre assim, desde que Maya se mudou para cá. Nós três realmente parecíamos uma família feliz. Vinte minutos depois Maya entrou na cozinha, já com seu uniforme e uma escova de cabelo na mão. Ela entregou a escova para Jack que sorriu e beijou sua testa antes de começar a pentear seus cabelos. Sorri de leve, pois gostava dessa rotina, mas logo entreguei a tigela com o cereal para Maya, enquanto ainda tomava meu café.
Depois de tudo pronto, eu e Maya fomos para seu colégio. Ela ainda mancava um pouco, mas o machucado não estava tão feio como ontem. Era um machucado normal, que toda criança já teve, por isso estávamos tranquilos.
Assim que chegamos, atrasados como quase sempre, Demetria já fechava a porta da sala, mas assim que viu Maya, ela abriu novamente a porta. Maya correu para entrar na sala, ignorando o machucado no joelho, e assim que chegou, Demi se agachou e beijou seu rosto.
- Fiquei preocupada com você ontem, meu anjo. –Demi murmurou passando a mão pelo rosto de Maya-
- Já estou bem, Senhorita Lovato. –Maya falou e se virou para mim- Até mais, Joe. –ela falou e entrou correndo na sala-
Me inclinei e me encostei no batente na porta, erguendo minha mão e alcançando a mochila de Maya para Demetria que a pegou sem me olhar.
- Bom dia, Senhorita Lovato. –murmurei sorrindo provocantemente e ela suspirou, me olhando-
- Bom dia, Joseph. –ela falou e se preparou para fechar a porta, mas eu coloquei a mão na mesma, impedindo Demi se fecha-la-
- Você não me deu uma resposta ontem. –murmurei e ela corou, balançando a cabeça-
- Não sei do que está falando. –ela murmurou fazendo força para fechar a porta e eu ri, pegando sua mão-
- Eu refresco sua memória, então. –falei e ela me olhou- Gostaria de sair comigo essa noite? –perguntei sorridente-
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Learn to love.[JEMI]
Fiksi PenggemarJoe é um adulto amargurado com a vida, e com as perdas que teve. Desde muito cedo aprendeu a se virar sozinho, pela ausência do pai sempre ocupado e pela perda da mãe, muito cedo. Agora ele vive sozinho em Nova York, onde tem um ótimo apartamento, u...