Capítulo trinta e nove.

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- Me sinto iludido. –murmurei deitado na cama de Demi, como se já fosse de casa, enquanto Demi caminhava de um lado para o outro-

- Imaginou o que? Que você invadiria meu apartamento, me agarraria na cozinha e depois nós transaríamos no meu quarto? –ela perguntou sentando na beirada da cama, de costas para mim-

- Olha, linda, foi exatamente o que eu imaginei. –eu murmurei engatinhando até ela e passando minhas mãos pelos ombros dela- E eu sei que você imaginou também, até porque quem teve a ideia de vir para o quarto foi você. –sussurrei em seu ouvido e Demi levantou prontamente, se virando para mim-

- Veio para isso? –ela perguntou e eu sorri, me atirando para trás na cama-

- Não especificamente, mas estou sempre disposto. –respondi maliciosamente e ela revirou os olhos- Preciso da sua ajuda. –eu falei mais sério e ela voltou a se sentar na beirada da cama, mas dessa vez virada para mim- Uma assistente social vai procurar você em breve, para falar de Maya. Preciso que você fale que eu sou um ótimo responsável pela minha irmã.–eu disse e ela franziu o cenho-

- Pensei que a guarda era definitivamente sua. –ela murmurou e eu suspirei-

- Não é ainda. –falei olhando o teto- Minha avó abriu mão da guarda e deu para mim, por isso é minha, mas vai ter um julgamento e se o juiz decidir que Maya não está bem comigo, ela vai para a minha avó.

- E você está preocupado? –ela perguntou o fitando-

- Estou. –falei dando de ombros e ela balançou a cabeça-

- Você é um bom irmão, Joe. Acho que não precisa se preocupar. –ela deu de ombros-

- Sei que sou um bom irmão, me esforço para isso. Não é por essa a minha preocupação. –murmurei fitando o teto, sem querer encara-la-

- E qual é a sua preocupação? –ela perguntou e deitou ao meu lado, fitando o teto também-

- O juiz não vai aprovar algumas coisas. –eu murmurei e vi de relance ela franzir o cenho em uma careta fofa- Um coisa, para ser mais especifico. –expliquei-

- Que tipo de coisa? –ela perguntou-

- Eu fumo. –respondi sem hesitar-

Sei que Demi é doce e toda certinha, por isso deveria ter medo do que ela acharia ao saber que eu fumo. Não que eu vá mudar se ela não aprovar. Não sei se sou capaz de parar de fumar até se o juiz me pedir. Isso é a minha preocupação.

- Oh. –ela murmurou e eu virei meu rosto para fita-la-

- Surpresa? –perguntei e ela me observou-

- Um pouco. –ela deu de ombros- Fuma na frente de Maya? –ela perguntou ainda me observando-

- Nunca. –respondi prontamente e ela assentiu mordendo o lábio inferior-

- Há quanto tempo fuma? –ela perguntou interessada, virando de lado e apoiando sua cabeça no braço-

Eu parei para pensar, e me lembrar quando exatamente eu comecei a fumar. Tanta coisa já aconteceu na minha vida que a primeira vez que eu fumei é algo que eu simplesmente apaguei da minha memória. Depois de me esforçar um pouco para lembrar, eu apenas fiz as contas.

- Dez anos. –respondi e só depois analisei e me surpreendi, pois sou fumante há uma década e nem notei-

Demi pareceu se surpreender também, erguendo as sobrancelhas a abrindo a boca levemente.

- Wow. –ela sussurrou e eu assenti- Você começou a fumar com quinze anos? –ela perguntou e eu assenti novamente- Bom... –ela falou depois de segundos- Não vou julga-lo. O pulmão é seu. –ela deu de ombros e sentou-se na cama, com uma postura desconfortável- Não tem medo de pegar alguma doença? –ela perguntou mordendo a ponta da unha, e eu soube que ela estava desconfortável-

- Minha mãe morreu de câncer no pulmão e nunca fumou um cigarro sequer. –eu falei e ela me observou, com o rosto tenso- Se for para acontecer, acontecerá. –dei de ombros, tentando disfarçar o desconforto que eu senti também. Acho que aquela era a primeira vez que eu falava da minha mãe para Demi-

Demi se mexeu, desconfortável ainda, e se levantou, passando as mãos pelos cabelos. Eu me sentei na cama, apoiando meus braços nos joelhos, e fiquei observando o quão linda ela era. O quão sexy ela ficava com o cabelo molhado em volta do rosto e sobre os ombros. O quão adorável ela ficava enquanto mordia a ponta do lábio inferior quando estava pensando bastante. Ou como seu nariz torcia um pouco antes dela falar quando estava irritada. Demi era adorável, linda e eu não conseguiria me afastar.

- Isso muda seu jeito de olhar para mim? –eu perguntei de repente e ela me olhou-

- Não tenho um jeito de olhar para você, Joseph. –ela murmurou e eu sorri-

- Tem certeza? –eu perguntei e ela suspirou-

- Não me importo que fume. –ela falou e eu assenti- Como eu disse, o pulmão é seu. Acho legal que você tenha respeito pela sua irmã e não dê esse exemplo a ela. –ela falou e sentou ao meu lado- Agora, sobre nós... –ela falou me olhando e eu a fitei também, passando a língua por meus lábios- Não acho que devemos continuar desse jeito. –ela falou respirando fundo- Eu... Eu não faço o seu tipo, isso é um grande fato. E eu não quero ser machucada. –ela falou e eu desviei meu olhar- Não quero ser um caso, uma pessoa sem valor. Não quero ser isso, Joe. –ela continuou e eu suspirei-

- Você não seria isso. –eu murmurei-

- E eu seria o que? –ela perguntou e eu encarei a parede, sem querer olha-la-

Eu não tinha uma resposta para aquilo. Poxa, estávamos a recém começando. Porque eu namoraria com ela? Não sou assim. Nunca namorei na minha vida!

- Acho que devemos tentar uma amizade. –ela sugeriu e eu a olhei com o cenho franzido-

- Eu não tenho amigas, Demi. –resmunguei adquirindo um mau-humor-

- E Amy? –ela perguntou confusa e eu bufei-

- Amy é lésbica. –eu respondi e ela ergueu as sobrancelhas-

- Ela é? –Demi perguntou e eu ri de leve. Parece que não sou o único com um péssimo "gaydar"-

- Minha amizade com Amy dá certo pois eu a vejo da mesma forma que eu vejo o Jack. Não sinto atração por ela, ou nada do tipo. –expliquei e ela assentiu- Já com a nossa amizade... –eu murmurei, apontando de mim para ela- Eu ia querer agarra-la o tempo todo. –murmurei e sorri ao ver seu rosto corar-

- Uma amizade requer maturidade. –ela falou desviando o olhar- Acho que é a opção mais saudável para que eu não saia machucada. –ela deu de ombros- Se estiver disposto... –ela sugeriu e eu observei seu rosto-

Queria poder jurar para Demetria que eu não a machucaria. Que eu seria um cavalheiro, e a trataria com uma princesa, mas eu não posso. Não quando eu sei que sou um cafajeste, e que não valho um centavo.

Mas eu gosto dela, gosto de sua companhia e de sua conversa. Não sei se conseguiria ficar sem isso. Por isso depois de segundos, eu peguei sua mão e entrelacei nossos dedos.

- Acho que podemos tentar, linda. –falei e ela sorriu-

 –falei e ela sorriu-

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