Capítulo trinta e quatro.

620 48 13
                                    

Joe me passou as coordenadas para sua casa, mas fora isso, nossa viajem foi em silencio. Ele apenas cantarolava baixinho a música que tocava no rádio. Quando chegamos, eu desci do carro e fiz a volta para abrir a porta do carona. Assim que abri a porta, ele saiu do carro e eu lhe entreguei sua chave.

- Quer dormir comigo hoje? –ele perguntou e eu ri-

- Não. –respondi e vi ele subir os degraus que levavam até a porta do prédio-

- E como vai para casa? –ele perguntou com a voz grave e grogue-

- De táxi. –eu respondi e ele me olhou-

- Nem pense. –ele resmungou e eu bufei-

- Onde Maya ficou? –eu perguntei e ele fez uma careta, encostando-se na porta de entrada do prédio-

- Na vizinha. –ele respondeu e tateou o bolso da calça- Deixei meu celular no carro. –ele murmurou e desceu os degraus- Interfone para o 503 e fale com o Jack para ele descer. –ele falou e eu franzi o cenho, mas fiz o que ele pediu-

Apertei o número e esperei, vendo Joe sentar no banco do carona, com as pernas para fora do carro, e pegar seu celular no porta-luvas.

- Oi? –ouvi no interfone e me inclinei no mesmo-

- Jack? –eu perguntei com uma careta envergonhada-

- Eu mesmo. Quem é? –ele perguntou-

- Demetria. –eu respondi e olhei Joseph novamente- Eu estou com Joseph. Será que pode descer e me ajudar com ele? –eu perguntei e aguardei sua resposta-

- Demetria... A Demetria? –ele murmurou confuso-

- Sim... Eu acho. –respondi confusa e ouvi sua risada-

- Ok, eu estou descendo. –ele falou e desligou-

Eu desci os degraus e caminhei até o carro, me encostando na porta aberta do carona. Joe me olhou, com o rosto vermelho por causa da bebida. Ele balançou a cabeça e sorriu de leve.

- Desculpa. –ele murmurou com a cabeça encostada no banco-

- Pelo que, exatamente? –eu perguntei e senti ele pegar minha mão-

- Eu estraguei nossos encontros. –ele murmurou e eu sorri, sentindo o carinho que ele fazia na minha mão- Amy falou que eu precisava seguir em frente, te esquecer. –ele murmurou com os olhos fechados, e eu soube que ele só estava falando aquilo por causa da bebida- Não costumo acreditar em sinais e destino, mas acho que fomos no mesmo restaurante por algum motivo.

- E qual motivo seria esse? –eu perguntei e Joe desceu do banco, se aproximando de mim e segurando minha cintura com as duas mãos-

- Não conseguimos ficar longe um do outro. –ele murmurou e eu ri de leve-

- Você está bêbado. –murmurei e ele sorriu-

- Estou, mas você está aqui comigo. –ele murmurou roçando seus lábios nos meus-

Juro que quis afasta-lo, mas não tinha força de vontade suficiente. A atração entre a gente era algo incomum, quase palpável. Ele se inclinou, e eu não lutei contra. Como poderia? Eu queria aquele beijo, tanto quanto ele.

Joe não perdeu tempo e logo selou seus lábios nos meus pela segunda vez. Joe era intenso, quente e eu fui obrigada a gemer baixinho quando ele mordeu meu lábio inferior e invadiu minha boca com sua língua.

Sentia meu corpo esquentar, em combustão, por onde as mãos de Joe passavam. Ele me apertava com desejo, beijando minha boca com vontade. E eu retribui, obviamente. Entrelacei meus dedos em seu cabelo macio, aproveitando cada segundo daquele momento, por mais errado que fosse. Precisávamos ficar longe um do outro, mas ali estávamos, tão grudados que parecíamos um.

Fomos obrigados a nos separar quando ouvimos o barulho da porta, mas Joe ainda me deu alguns selinhos antes de se afastar, apertando minha cintura pela última vez. Assim que me recompus, eu me virei, passando a mão pelos cabelos.

Um homem loiro, de cabelos longos, estava encostado na porta do prédio, com um sorriso debochado e confuso ao mesmo tempo.

- Boa noite. –ele murmurou e eu senti meu rosto esquentar ao mesmo tempo que Joe segurou minha cintura por trás- Sou o Jack Lawless. –ele falou e desceu os degraus-

Ele usava uma calça xadrez vermelha e uma regata branca. Provavelmente seu pijama, e seu cabelo estava bagunçado.

- Demi. –respondi tímida e me afastei de Joe que olhou Jack-

- O que aprontou dessa vez, Jonas? –Jack perguntou para Joe que balançou a cabeça e me olhou-

- Vamos subir? –ele perguntou e eu neguei com a cabeça- Demi... –ele tentou e eu neguei novamente-

- Vou para casa. –murmurei e olhei Jack que olhava de Joe para mim, sorrindo discretamente- Foi um prazer conhece-lo. –eu murmurei e me afastei- Adeus. –falei e me virei, pronta para atravessar a rua-

Ouvi Joe murmurar algo para Jack, mas ignorei, olhando para a rua onde alguns carros passavam. Esperei um táxi, mas esse não apareceu.

- Eu levo você. –ouvi e me virei, vendo Jack e Joe ainda no mesmo lugar- Sou de confiança, relaxa. –ele falou sorridente e apontou para o banco do carona- Entra aí. –ele disse e eu olhei Joe que caminhou até os degraus-

Caminhei até o carro, vendo Joe se virar para mim e assentir, sorrindo de leve.

- Vai para seu apartamento, deixa a porta destrancada. Quando eu voltar eu busco Maya e a deixo lá. –ouvi Jack falar e Joe assentiu, entrando no prédio-

Jack fez a volta no carro e sentou no banco do motorista. Ele ligou o carro e me olhou, esperando que eu falasse onde eu moro.

- Brooklyn. –respondi e ele assentiu, começando a dirigir-

- Sabe, eu ouvi falar muito de você. –ele murmurou e eu sorri de leve- Mas quando eu soube que Joe tinha um encontro hoje, tive a certeza de que era com outra mulher. –ele disse e eu ri-

- É uma longa história. –eu murmurei e ele sorriu-

- Temos tempo. –ele deu de ombros-

Eu assenti e comecei a contar o que havia acontecido, resumidamente. Contando a história, eu não pude acreditar que aquilo realmente havia acontecido. Eu só podia estar enlouquecendo.


Learn to love.[JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora