Capítulo 23

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- Bom, Maite, aqui está a lista que você pediu semana passada. Das Bandas Undergrounds que poderiamos administrar e começar a trabalhar com elas. - Eugenio estendeu a lista para Maite, que olhou concentrada para cada nome de banda, data de formação e integrantes.

- São todas bastante tentadoras, Eugenio. De verdade, eu adoraria administrar todas. - suspirou orgulhosa de si mesmo. - Hmm, vejamos. Poderiamos começar com... - seus olhos bateram no nome "Dope", lá para o fim da lista. Um frio da espinha surgiu, fazendo sua pele se arrepiar. Olhou o nome dos integrantes para confimar que não estava imaginando. Poderia muito bem ser outra banda, com outra formação. Mas sua suspeita foi abadita pelos nomes. Eram eles! Os Dopes! Estavam na lista junto com outras bandas.

- Algum problema? - ele perguntou ao ver sua amiga de trabalho totalmente desnorteada.- Banda Dope é o problema. - falou baixo, ainda olhando para o nada.

Seria uma armadilha do destino? A banda que por anos ela idolatrou, estava ali, numa lista com dezenas de bandas que ela nunca tinha ouvido falar. A princípio, pensou em dar lugar a outra banda. Não era justo, fazer com que William lucrasse, aos seus esforços. Mas por outro lado, ele estaria na palma de sua mão pela primeira vez. Repito, seria uma armadilha do destino, para que William pagasse a Maite cada coisa que fez com ela? Ela deveria seguir com essa louca e talvez impensável decisão? Ela iria. E iria com todas as suas forças, segurando como uma guerreira, a chance de vingança que a vida lhe ofereceu.

- Sim, a Banda Dope. Conhece?

- Oh se conheço. Se lembra do cara que me deu um tapa quando você estava indo lá para casa?

- Aquele loiro, dos olhos cor de mel meio mal encarado? Lembro sim, e confesso que até hoje, não entendo o motivo daquele tapa.

- Eu te conto. Ele é vocalista dessa banda. Os outros integrantes são meus amigos, gosto deles. Mas do William não. Ele me fez sofrer bastante.

- Então vai, me conta essa história desde o princípio.- Bom, eu era fã deles, muito. Até que um dia, consegui realizar meu sonho de poder ve-los de pertinho. Desde então, William e eu começamos a ter uma relação de amizade aos beijos sabe? Logo veio o namoro e logo, a gravidez.

Eugenio franziu a testa, tentando compreender a versão resumida da história que acabara de ouvir.

- A gravidez? Então ele...

- Sim, Eugenio. William, vocalista da banda Dope, é o pai do meu filho.

Maite explicou o resto da história. Sem derramar uma lágrima, coisa que ela não conseguiria um tempo atrás. Eugenio entendia agora todos os medos dela, e o mínimo que podia fazer como seu amigo, era respeitá-la e ajuda-la no que fosse preciso com o Nickolas.

- Desculpe, Maite. Não queria que o nome da banda estivesse aí. Você acabou se lembrando de tudo...

- Não importa. Dope é a minha escolhida.

- Como? - na dúvida, perguntou. Agora mais confuso do que nunca, queria saber o motivo dela ter escolhido a banda.

- É isso mesmo. Não percebe? O destino está me dando uma oportunidade de recuperar minha dignidade de volta. E você, será meu aliado.

- E quanto aos outros integrantes? Pelo que eu entendi, são seus amigos.

- Eu não farei nada com eles. Só com William. Foi ele quem me fez sofrer, e merece sentir na pele. Não se deve ferir uma mulher, meu caro Eugenio. Homem magoa, mas uma mulher com o coração partido, magoa e fere muito mais.- ela soltou uma risada estranha, e seu rosto edureceu.

Carregava um brilho diferente no olhar.

Pobre William, quem dera se estivesse na mira apenas de Maite. Agora que o contrato com a gravadora do ex sogro havia acabado, Pauliana tinha declarado guerra a ele, que não levou a sério em nenhum momento as ameaças da loira. Uma coisa que os homens odeiam nas mulheres, é que elas nunca esquecem algo que lhe foram prometido. E insistem, até o fim para conseguir.

- William, volte aqui. - Pauliana gritou, e todos na rua guiaram seu olhar até ela.William estava sendo seguido há algumas horas, sua paciência já estava no limite e isso não era nada bom. Ele caminhou até ela, tapando sua boca.

- Quer fechar o bico? O que você quer, hein?

- Não é por quê você arruinou a vida da Dope, terminando com o contrato que havia entre vocês e meu pai que eu esqueci que você me prometeu casamento. - ela dizia brava, explodindo todos os seus argumentos.

- Não te prometi casamento droga nenhuma.

- Prometeu sim. Enquanto estavamos no quarto e você dominava meu corpo como bem entendia, você lembra?

- Nunca acredite em mim na cama, valeu? Os homens falam qualquer coisa para vocês fazerem mais e mais.

- Não me importa! - bateu os pés com força no chão. - Eu quero ser sua mulher. Você não vai me deixar sozinha.

- Porra, mas você é insistente.

- Não mandei você me prometer nada.

- Tá! - ele bufou com força e a encarou. - Você vai ser minha mulher, satisfeita?

Na verdade o que ele queria era uma garantia diária na cama, então parou de discutir com ela, apenas concordou.

- Sabia que ia aceitar! - deu um forte abraço e não viu quando ele revirou os olhos.

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