Capítulo 66

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A noite havia realmente sido quente. Vocês são testemunhas. Os dois transaram por vontade e loucura própria. Não estavam bêbados, nem drogados. Nada!

Maite estava sentada no colo de William, recebia seu carinho. Estava toda derretida mas não podia mostrar, e não mostraria. William pela primeira vez fazia isso. Estava abraçado com ela, lhe tratando com delicadeza e carinho. Um frio na barriga invadiu seu estômago e ele não sabia nem se quer o motivo. Só queria ficar alí... horas e horas com Maite!

Se inclinou para beijá-la, mas ela não deixou e ele não entendeu sua atitude. Ela olhou séria para ele e disse:

- Vai embora! - disse com autoridade.

- QUÊ! - ele exclamou. - Como assim ir embora, Maite?

- Sim, ué! Não há mais nada para você fazer aqui. VAI...EMBORA. - Disse pausadamente.

William, com seus olhos decepcionados, olhava para ela.

- Pegue suas roupas e vá. Quero ficar aqui um bom tempo para lavar cada parte do meu corpo que você tocou.

Woooool! Aquilo no coração de William foi como uma bala. Agora ele provava do próprio veneno. Sabia como era ser desprezado na rua. Engoliu seco, mas ainda a questionou:

- Eu não entendo, Maite! Se você tem nojo de mim, por que transou comigo essa noite, hein?

- A questão não é se eu tenho nojo, ou não. - ela entrou de baixo do chuveiro, se molhando e fechando os olhos. - É um fato! O fato que sou uma mulher, e assim como vocês homens, também tenho necessidades. E como o Eugenio não veio... você foi o único que estava... disponível.

Maite não viu, porém William abaixou o rosto de um modo que dava dó. Fechou o box e saiu, vestindo suas roupas e deixando Maite sozinha novamente, naquele quarto gigante.

Quando chegou no seu quarto, se jogou na cama e ficou olhando para o teto por um tempo. Agora sua cabeça doía. Ele precisava de um tempo, para por seus pensamentos e idéias em ordem. Não sabia com quem conversar, e nem sobre o que conversar. Precisava falar, e saber se alguém nesse mundo, ainda lembrava dele. Da sua existencia.

Apagou a luz. A escuridão tomou conta do quarto. Não tinha medo do escuro desde muito novinho. Pegou seu celular, e agora a única coisa que iluminava era a luz do visor. Discou um número, que não tinha em sua agenda, mas sabia de cabeça. Sabia de quem era. Esperou chamar. Era noite, mas sabia que as pessoas não dormiam cedo.

- Alô, boa noite? - uma voz madura atendeu. Era uma mulher.

William quis desligar, mas não podia. Demorou alguns segundos para responder.

- Estão precisando de algo? - disse um pouco baixo.

- Perdão? - a mulher da linha parecia não ter entendido.

- Vocês estão precisando de algo? - repetiu.

- Algo como?

- Eu não sei, poxa, não moro mais aí... só quero saber se vocês estão precisando de algo. - suspirou.

A mulher demorou um pouco para responder. William escutava sua respiração e um som de reportagem vindo da televisão.

- Wi..William? - a mulher gaguejou.

Ele desligou a linha e olhou pro escuro do quarto. Secou a lágrima que descia de seu rosto e falou baixinho:

- Mamãe...

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