Capítulo 68

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No dia seguinte...

William desembarcou na rodoviária de sua cidade. Seus olhos estavam vermelhos. Havia chorado muito durante a viagem. Sua vida tinha acabado diante dos seus olhos, e ele não pôde fazer nada para evitar. Sua cabeça doía, mas não tanto quanto seu coração. Seguiu caminhando pelas ruas da cidade, com um capuz preto, e óculos escuro em pleno dia de sol. Não queria ser reconhecido por ninguém, e muito menos falar com ninguém. Só queria sua casa e sua cama, e uma música muito alta para chorar e gritar. Por pra fora aquela dor que ele estava sentindo.

Depois de uma hora caminhando no sol, chegou em casa, deixou sua mala em qualquer lugar. Fechou a porta do seu quarto e ligou o ar condicionado no máximo. Ligou seu mp3 no máximo e colocou fones de ouvido. Estava fechado!

*************

A noite, o mesmo aconteceu com Maite e a Dope. Chegaram a cidade de carro. Estavam exaustos e tinham que descansar urgentemente. Os amigos estavam preocupados com William. Rezaram bastante para encontra-lo em casa quando chegassem. Eugenio estava alí, recebendo os amigos.

Poncho, cansado de manter pra si algumas palavras, chamou Maite num canto.

- Maite, você sabe que eu te respeito muito, que eu te admiro muito. Te acho incrível, mas eu preciso te falar uma coisa que está me sufocando a viagem inteira.

Ela sabia do que ela iria falar, mas ainda sim concordou em continuar com a conversa.

- Diga. - ela pediu.

- Você não tinha nenhum direito de ter tirado o William da banda. Desculpe, mas é o que eu penso.

- Mas eu já fiz. E isso, não me importa mais! William que se vire para se levantar, assim como eu me virei.

- Mas Mai, isso é estúpido. Você destruiu a única coisa boa que tinha na vida dele. Tá, eu sei. William não é o cara mais angelical do mundo mas poxa... ele é meu irmão de banda. Me sinto no dever de defendê-lo.

- Eu te admiro, Poncho! Mas não... não posso colocar ele de volta. O que eu fiz já está feito. E mesmo que ele merecesse, ou implorasse, jamais teria outra chance. Jamais!

Poncho fez apenas que não com a cabeça. Saiu decepcionado com a amiga. Maite estava indo longe demais. Teria que ter cuidado. Ele chamou os amigos e foram para casa.

Maite olhava pro nada agora e se perguntava por qual motivo se sentia tão... incompleta. Será que a tal vingança não tinha sido boa? Ela não se sentia boa. Era uma coisa que apertava seu coração. O que seria? Era para estar radiante, soltando fogos. Mas não. Não estava.

- Pensativa? - Eugenio se aproximou dela.

- Eugenio. - ela sorriu e deitou a cabeça no ombro dele. - Finalmente, tudo acabou. Se você quiser, podemos ficar juntos.

Eugenio torceu os lábios mas sorriu. Seus olhos não brilharam, mas ele era esperto e fingiu estar muito feliz com aquilo. Estranho... demonstrava-se muito apaixonado por Maite, e quando finalmente ela o quis, ele deu aquele sorriso frouxo? Tinha algo no ar!

- Por mim, tudo bem. Eu sempre te quis. - disse sorrindo, com um pouco de insegurança.

Maite levantou os pés e o beijou. O beijo dele era tão calmo, tão fofo e delicado. Delicado até demais. Parecia não querer causar nenhum dano a boca de Maite. É, ela tinha encontrado um principe.

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