Capítulo 82

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A tarde, definitivamente foi feita para eles. Não se desgrudaram nenhum minuto. Maite, quis deixa-los sozinhos. Sabia perfeitamente que quando fosse hora de ir embora, Nick não ia quer. Dessa vez, seu coração de mãe foi obrigada a deixar. Ver aquele lindo sorrisinho, aqueles olhos azuis brilharem como nunca ao falar "papai", não tinha preço. Ela foi em casa e pegou algumas roupas para ela, para o filho e também foi na casa de William, fazer o mesmo.

Quando voltou, mais uma cena linda atravessou seu olhar. Nick, com a cabeça deitada na barriga de William, dormia. E o papai babão, fazendo carinho nos cabelos do menino.

- Puxa, ele... ele dormiu cedo hoje. Como conseguiu? - Maite perguntou espantada. Ela nunca conseguiu fazer ele dormir antes das 9 horas.

- Ué, a lógica é simples... - ele falava num tom baixo e cuidadoso para não correr nenhum risco de acordar o menino. - quanto mais ele brinca, quanto mais se cansa, mais cedo ele dorme. E tá dormindo há um tempão.

- Quer que eu coloque ele no quarto de visitas? Você deve estar querendo dormir...

- Não, deixa ele aqui comigo... eu já fiquei tempo demais longe dele.

Um sorriso apareceu no rosto de Maite. Ela tinha escutado aquilo mesmo? Meu Deus! Nick definitivamente estava fazendo um bem danado a William... logo de cara, ele estava tão mais delicado, cuidadoso. Isso era lindo.

- Tá bom, então! - Maite puxou uma cadeira e sentou perto dos dois. - Ele é sua cara...

- Você acha? Mas e esses olhos azuis?

- Provavelmente, puxou ao meu pai. Ele tem o olhar sonhador do meu pai... nos olha com a mesma intensidade que ele.

William soltou uma risada curta.

- E eu, perdendo tempo, achando que era filho do Eugenio... você não vai me dizer mesmo, por quê terminaram?

- Não... se o Eugenio quiser, ele te conta. Você foi um bobo, um cego... Poncho te disse várias vezes.

- Sim, mas... ai, por quê você ao saber que estava grávida não foi me contar?

- Te contar? Mas como William? - perguntou de cabeça baixa. - Eu sentia vergonha ao olhar para você, e acreditar que fui enganada doeu muito. Se eu te contasse, as coisas podiam piorar... você fazer algo, não sei.

William viu que a imagem que deixara, não era nada boa. Ele sabia que o verdadeiro William, não era nada assim. O outro "eu" que ele quis exibir, o "eu" de ferro, que não era machucado por ninguém, acabou ferindo ele mesmo.

- Eu não sou um monstro né, poxa... se você tivesse dito, eu ia ter que aprender a lidar com uma criança. Talvez não fosse o melhor pai do mundo, mas ia dar meu melhor...

- Olha, me desculpa tá bom? Por ter te escondido tudo. Por ter sido tão egoísta... por essa vingança estúpida... por ter te tirado da banda... e se você quiser, o seu lugar está lá... te esperando.

- Eu não tenho o que te desculpar. O culpado disso tudo fui eu. Ao contrário das outras, você me deu uma lição. Se eu não tivesse feito isso, nada disso teria acontecido.

- Sim, é verdade. Mas, aconteceu. Tudo aconteceu. Os dois erraram. Agora temos que em primeiro lugar, ser muito amigos. Tem uma vida inocente ligada á nós dois.

William respirou fundo e falou:

- Você tem toda razão.

- Bom, eu tô morrendo de sono. Vou para o quarto de visitas, ver se eu consigo dormir um pouco... esses dias foram muito agitados para mim e... - Maite sentiu um puxão no seu braço, e quando deu por si, William a beijou. Odiou a si mesma, por estar aceitando aquele beijo. Mas fazer o que... ele era irresistível.

- William, quê isso? - ainda com os rostos próximos, ela perguntou.

- Um beijo de boa noite.

- Seu lado sem vergonha nunca vai mudar? - ela sentiu seu perfume e fechou os olhos.

- Nunca! - ele deu mais um selinho e sorriu. - Boa noite.

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