Capítulo 41

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William que se dizia tão esperto, não sabia da furada que estava se metendo ao deixar Pauliana apresentar "seu primo" a ele. Uma traição estava acontecendo bem em baixo do seu nariz, e ele nem percebia. Pauliana estava realizando sua vingança e William não notava. A diferença é que ela não poderia dormir com a mesma quantidade que William dormiu, seria descer o nível demais. Sua vingança seria essa. Trair William bem na cara dele. E era isso que ela estava fazendo a várias semanas.

— Pauli, acho que você se atrasou um pouco. Eu e ele já nos conhecemos.
Cláudio sorriu, lembrando que havia sido ele quem tinha atendido William no acidente que houve.

— É verdade Pauliana. — Cláudio completou. — Eu fui o médico do seu noivo quando aconteceu aquilo com ele.

Pauliana sorriu meio surpresa, com uma mistura de alegria também. William nem sonhava que o homem que salvou sua vida, fosse o amante da sua noiva.

— Ah, que bom! — Pauliana exclamou. — Assim, eu deixo toda aquela formalidade das apresentações para lá. Eu fico muito feliz que vocês já se conheçam.

— Podemos continuar nos vendo, né cara? — William tomou a iniciativa de virar amigo do rival.

— Nossa, é claro! Eu adoraria. — Cláudio sorriu mais uma vez e lançou um olhar para Pauliana.

— Então fechado, depois você pega meu número com a Pauli e a gente dá um rolé pela cidade, ou algo assim.

— Fechado! — Cláudio apertou a mão do "novo amigo".

— Bom, William, precisamos ir. Vou levar ele pra casa da mãe dele. — Pauliana falou.

— Tá ok então. Vão lá!

Chris, Ucker e Poncho olhavam a cena distante e pensaram como William podia ser tão tolo, e tão esperto ao mesmo tempo. Tava na cara, no olhar de Pauliana e  no sorríso malandro de Cláudio que eles não eram primos coisa nenhuma. Tinha algo a mais ali que só eles viram. Para William, nada passava de um parentesco. Coitado!

— Eu não sei como você confia nessa loirinha. — Ucker abriu uma lata de refrigerante se sentou, sendo seguido pelos dois amigos.

— A Pauliana? — William travou seu celular e o colocou no bolso. — Eu confio ué.

— Mas não deveria. — Poncho afirmou.

— Cada dia que passa vocês vem com uma coisa nova. Daqui a pouco vão implicar até com a cueca que eu uso.

— William, vamos deixar você ver sozinho! Toma conta dela hein. — Chris disse ligando a TV.

A campainha novamente tocou. Talvez seria Pauliana que tivesse esquecido algo. Ou até mesmo Maite, indo fazer uma visíta. Isso foi o que William pensou e se assustou quando abriu e viu que era César. Lembram? O empresário deles no começo, o pai de Pauliana.

— César?! Oi... — William estendeu a mão.

— Como vai, William? — César apertou sua mão gentilmente.

— Eu vou bem. Você que sumiu... por onde esteve?

— Bom, viajando nesses meses. Sempre é bom investir em algo novo, não é?

— Certo. — William sorriu.

— Eu posso entrar?

— Hm, claro. Os meninos estão lá dentro.

Os dois caminhavam em passos curtos, aproveitando a breve conversa. Quem via, até dizia que os dois sempre tiveram sido assim, amigos e companheiros. Mas só quem sabia das brigas, via como esses dois se odiavam.

— Galera, temos visitas! — anunciou William.

Os três se viraram e sorriram:

— César, quanto tempo! — Poncho se levantou e cumprimentou o velho amigo, os outros dois também.

— Pois é rapazes, como eu disse ao William eu estava trabalhando em outro país, mas agora estou de volta. — ele explicava. — soltou um longo suspiro. — Mas me contem, e a carreira de vocês, como está?

— Bem melhor do que quando era administrada por você. — ninguém travava a língua do William, ele falava mesmo e falava na cara. Estava demorando...

César lançou o mesmo olhar que Pauliana fazia quando estava prestes a bater em William, e ele não se intimidou.

— William... — Poncho pedia a ele que não criasse briga.

— Ué, estou falando a verdade! Nossa carreira não andava com o César! — cruzou os braços se sentindo o dono da verdade.

César apenas sorriu, fingindo que aquilo não o incomodava. Mas por dentro, dizia a si mesmo que acabaria com William. Bem lá pra frente, realizaria sua vingança. Quando William estivesse fraco, ele o empurraria para o precipício.
Pois é William, agora, totalizando três pessoas querendo vingança.

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