Capítulo 40

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Naquele instante, Maite sentiu cada centímetro do seu corpo gelar. Engoliu seco e olhou para mãe com receio, querendo entender o motivo de tudo aquilo naquela altura do campeonato.

— Que... que papo é esse mãe? — sentou-se.

— Ué, se coloque no lugar de William!

— Mãe, isso não vem ao caso. Nickolas é meu filho, SÓ MEU!

— POR ACASO VOCÊ FEZ COM SEU DEDO? — Helena gritou numa linguagem meio vulgar que fez Maite ficar sem graça, mas ainda sim disposta a lutar pelo Nick.

— Mãe, sem querer lhe faltar com respeito. Nick cresceu dentro de mim, saiu de dentro de mim. Até a maior idade, eu decido o que é melhor para ele. Estou decidindo agora que eu não quero que William saiba que tem um filho, entendeu?

— Ele tem todo o direito, sabia? — Helena indagou.

— Ele perdeu! Perdeu todo o direito quando me humilhou. Só quis me usar para ter uma noitezinha de prazer e logo depois  se foi, como se eu não fosse nada. Como se eu e ele não fossemos nada.

Pela primeira vez na vida, Maite havia aumentado seu tom de voz falando com a mãe. Não que ela queria fazer isso, mas não se conteve. Helena apenas abaixou a cabeça. Uma mentira daquela não se sustentava por muito tempo. Um dia, William saberia. Talvez aquilo fosse a chave para aquela infantilidade passar. Quem sabe?

Quando Helena por fim, desistiu de tentar convencer a teimosa filha que tinha feito, Eugenio chegou. Nick mudou sua expressão triste e correu pros braços de Eugenio, que o abraçou forte.

— Meu garoto lindo! — apertava com cuidado o menino.

— Tô de castigo, tio. — Nick falou com a voz baixa.

— Castigo? — olhou na direção de Maite, sabendo que essa ordem havia vindo dela.

— É tio... castigo! — fez seu biquinho lindo.

— Nick! — Maite exclamou e olhou para o filho. — Conte primeiro o que você fez.

— O que a criança mais adorável do mundo pode ter feito? — Eugenio deitou a cabeça dele em seu ombro.

— Mordi a Maite. — Nick respondeu baixinho.

— Maite? — Maite colocou a mão na cintura.

— A... a mamãe.
— Own, tadinho May... é só uma criança.

Maite bufou séria e revirou os olhos. Mais uma vez aquela frase irritante!

— Eugenio, meu querido! — Maite se aproximou com os braços cruzados. — Você sabe de quem ele é filho, não sabe?

— Sei... — Eugenio apenas disse.
— Com as travessuras que ele faz, dá pra ver que será uma cópia idêntica do pai! Tenho que educá-lo para isso não acontecer.

— Eu acho que você está exagerando. O fato dele ser travesso não o liga em nada com William. Toda criança é assim. Aponte-me uma que não é, que eu lhe aponto dez mil que são.

Helena sorriu por Eugenio ter falado tudo aquilo que ela quis dizer. Mas a face de Maite mudou por algo totalmente indescritível. Eugenio tinha razão, mas ela jamais iria admitir aquilo para mostrar que eles estavão certos.

— Enfim, não quero me meter em problemas familiares. Que tal irmos jantar hoje para comemorar?

— Comemorar o quê? — Helena curiosa com o fato, perguntou.

— Comemorar mais um dia de vida e triunfo, não?

Maite riu.

— Por mim tudo bem! — Maite disse.

— Ok! Vamos lá.

Eugenio levou Maite, Nick e Helena para um restaurante fino que havia alí. Estava contente por tudo em sua vida estar dando certo e quis comemorar com duas mulheres que ele adorava e um menininho que amava.

O jantar foi tranquilo. Eugenio e Maite agiam como amigos de infância. Helena olhava para eles, imaginando se um dia o destino poderia unir esses dois. Quem sabe? As coisas surgem do nada e não podemos evitar. Ela ficaria feliz. Maite merecia um homem como Eugenio. Carinhoso, inteligente. Lamentou-se por ela ter colocado os olhos primeiramente em William.

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