Capítulo 81

822 57 5
                                    

No dia seguinte...

Tempo perfeito para ir à praia. Maite parou seu carro na entrada do colégio de Nick. Muitas crianças falando, rindo alto, com seus pais. Colocou um óculos escuro e saiu do veículo para esperar seu filho. Sentiu saudades da sua época de criança, quando seu pai a buscava todos os dias na escola.
Nick viu a mãe, sorriu e correu até ela. Maite abriu os braços, pegando o menino no colo e o abraçando forte.

- Que saudades do meu amor!!! - a mãe babona encheu o menino de beijos.

- Eu também mamãe... vai, vamos ao McDonalds, hoje? Tem uns carrinhos legais no McLanche Feliz.
Maite riu. Lembrou que havia prometido isso a ele a dias... Era a hora de cumprir.

- Huuuuum, tudo bem!! Mas só hoje, hein. Nada de exagerar.

Entraram no carro. Nick foi para o banco de trás, colocou o sinto e ficou admirando a mãe por todo o caminho.

Apesar de estar dirigindo bem concentrada, Maite estava com a mente em outro lugar. Como ia ficar a história de Nickolas e William? Nick tinha um pai, e já estava na hora de saber quem é. Fez esta pergunta várias vezes a sua mãe, que não soube como dizer. Mas era verdadeira, ao falar que seu pai não era Eugenio. Primeiro porque não era verdade. Segundo, mesmo Eugenio sendo o "namorado" de Maite, ele não tinha uma responsabilidade de pai. E terceiro... ah! Ela esperava alguma mudança de William, para poder contar. E já que isso estava acontecendo, aquele era o dia perfeito para isso.

Chegaram ao McDonalds. Maite pensou em não comer nada, por causa de sua dieta, mas a dor ao ver Nick chateado ao ouvir isso foi maior. Ela fez questão de interromper todo o sacrifício do regime para ver seu garoto sorrir. E funcionou. Entre conversas e brincadeiras, eles iam comendo... até que o momento tinha chegado.

- Filho. - Maite ficou um pouco mais séria. - Olha para a mamãe...
O menino olhou nos olhos da mãe, esperando ela falar algo. Sentiu que ia ser algo sério.

- Você sabe que a mamãe te ama muito, não é? - o menino fez que sim com a cabeça. - Eu nunca faria nada para te magoar, e se brigo com você, é porque quero que você seja uma boa pessoa no futuro. Bom... há um tempinho atrás, você me fez uma pergunta e eu não tive resposta para te dar. Você me perguntou quem era seu pai, lembra?

- Lembro, mãe...

- Bom. - ela engoliu seco. - Seu pai sempre esteve, de uma certa forma, muito próximo de você. Muito mesmo. Mas ele, também não sabia que era seu papai... Mas agora ele já sabe.

- E por que ele não sabia antes? - curioso, e com razão, o menino perguntou.

- Por que ele nem imaginava, que poderia ter um filho. E mamãe, ficou com medo de contar, e ele não acreditar... você entende?

- Um pouco... quem é?

- Seu papai, o homem que colocou você na minha vida, é o William. O "tio William", lá do trabalho da mamãe.

Maite achou que o menino ia ficar totalmente desapontado. Porém seu coração de mãe, dessa vez havia se enganado. Viu um brilho nos olhos do garoto, que sorriu para a mãe, em sinal de aprovação. Seu coração se aliviou completamente. E viu que tinha feito a escolha certa, quando ouviu:

- Ele é meu papai? Você jura?! Jura mesmo? Ele é tão legal, e é novo... vai poder brincar comigo? Vaaaai?

- É claro, filho! - Maite riu e passou a mão no cabelo loiro da criança. - E ele está louco para te ver.

- Vamos lá, vamos lá mamãe. - o Nick começou a dar pulinhos. Estava claramente feliz com aquilo tudo. Sempre sonhou em ter um pai, com quem pudesse brincar. E agora ele tinha, e queria aproveitar muito.
Maite, acabou levando o menino para o hospital. Mesmo não gostando tanto, de ter o filho naquele ambiente, abriu uma exceção. Era uma situação especial, que queria assistir com seus próprios olhos.

William não estava esperando visita alguma. Seus amigos de banda haviam ido pela manhã, e ele achou que só viria eles. Mas teve a surpresa ao ver Maite entrando no quarto.

- Boa tarde, William! Está se sentindo melhor? - ela disse, parando na porta.

- Ahm, oi... - respondeu sem jeito. - Sim. Eu estou bem. Não me machuquei tão grave.

- Será que você tem forças para um abraço grande? - ela sorriu.

- Eu acho que não entendi...

Maite olhou pra fora da porta, e chamou o filho, que entrou correndo, feito um foguete. William sentiu um frio na barriga ao ver seu filho, e compartilhou o mesmo sentimento com o garoto, que subiu na cama e deu um abraço apertadíssimo no pai.
Que sensação boa! William nem se importou com as dores. Nunca pensou que poderia sentir algo tão forte, por alguém que nem conhecia direito. Era um amor que não cabia em seu peito. Sentir o cheiro, o calorzinho do filho em seus braços. Inexplicável!!!! Só tinha certeza que já amava muito aquela criança. A pobre criança, tão inocente de tudo o que tinha acontecido até ali, apertou forte o pai. Com medo de perde-lo novamente. Seus pequenos olhos se emocionaram.

- Ei, não precisa chorar meu lindo... - Will pôs o menino em seu colo, e limpou seu rostinho.

- Você é mesmo meu pai? De verdade? Não vamos nos separar mais?

- Sou, é claro que sou! A partir de agora, não vou me desgrudar de você... desculpa por tudo e por ter ficado tão longe... assim como você, eu também não sabia.

Nick beijou o rosto do pai. Seu coração de criança era puro. Ele desculpou o pai, mesmo sem saber muito pelo quê. Maite tirava um grande peso das costas. Aquela cena era linda. Seu filho com o pai... como sempre deveria ter sido.

Quando o Amor Fere Onde histórias criam vida. Descubra agora