Capítulo 80

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- Will, Will! Acalme-se. - Maite pediu, passou a mão no cabelo dele.

Ao olhar para Maite, sentiu um sentimento estranho. Ficou com medo de ser odiado por ela para sempre. Mas ao mesmo tempo, sentiu-se feliz por vê-la ali, tão perto, e carinhosa.

- Meu corpo dói, minha cabeça dói. Onde eu estou? Cadê o Nickolas? Cadê meu filhinho? - ele estava acabado. Alguns arranhões no rosto. Vários curativos espalhados pelo corpo.

- Ele está bem. Por favor, fique calmo. Se não, podem acabar te dopando.

Ele olhou para o nada, tentando reoganizar seus pensamentos. Queria entender tudo o que estava acontecendo. Seus olhos pediam lágrimas, e ele chorou. Abaixou a cabeça e chorou. Não por estar com dor. Isso era o de menos naquele instante. Mas sim, por ter visto o que se tornou, por conta de uma mágoa do passado. Era uma pessoa fria, que não tinha medo de magoar ninguém. Agora, essa pessoa fria, estava sendo magoada. O jogo virou.

- Perdão, Maite. - continuava chorando, como uma criança. Seu orgulho de macho não existia mais. Não se importou em chorar na frente de Maite e do namorado. - Eu fui um idiota, esse tempo todo. Me comportei de forma totalmente infantil. Não te dei o valor que você merecia. Depois de tudo o que aconteceu, você está aqui. Eu não acho certo você ficar. Mas pelo o que você mais ama nesse mundo: Me perdoa! Eu imploro.

Ela soltou um suspiro e olhou para Eugenio, que como na maioria das vezes, observava toda a situação no absoluto silêncio.

- William, pois é. Você se comportou muitas vezes de forma infantil. Me magoou demais. Sofri muito, muito mesmo por você. E agora... você vem me pedir perdão? - ela o encarou. William sentiu seu chão abrir ao ouvir essas palavras. O perdão de Maite não viria, ele pensava. Mas ela não estava errada. Ele vacilou muito. - Você arriscou sua vida, para salvar o Nick! A coisa mais importante da minha vida. NOSSO filho. Foi uma prova de amor, que eu nunca esperaria de você... é claro que sim. Está perdoado. - ao terminar, ela sorriu para ele.

Nunca em nenhum momento, os olhos de William brilharam tanto. Uma felicidade, um alívio gigante tomava conta do seu coração. Mesmo muito machucado, ele conseguiu ter forças. Puxou Maite, e lhe deu um abraço. Ela correspondeu aquele abraço, assinando um contrato de paz entre os dois.

Eugenio olhava para os dois. Estava certo. Foram feitos um para o outro. Se completavam.

- Fico sinceramente muito feliz por vê-los em paz um com o outro. - Eugenio comentou. - Ah, William! Não se preocupe. Nickolas sempre foi, e sempre será teu filho. Jamais quis tirar o lugar que cabia a você. Meu relaciomento com o menino, é apenas de tio e sobrinho. O papel de pai, é seu. Estava te esperando.

- Poxa, cara. Muito obrigado! Você se mostrou diferente do que eu pensava. Me tirou um grande peso da mente. Obrigado, de verdade. - agradecia Will. - Mas eu tenho medo. Não sei se conseguirei ser um bom pai para ele.

- Você vai... - Maite sentou na cama onde William estava. - Use mais seu lado bom, que você vai longe.

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