Capítulo 36

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No dia seguinte.

William estava tão ansioso para ir embora do hospital, que os médicos acharam melhor liberá-lo para não estressá-lo, podendo assim causar mais problemas.

Assim que deu, ele foi para casa, feliz por ficar longe "daquele lugar", como ele mesmo dizia. Sempre odiou hospitais, pois seu pai era médico numa clínica ao lado de sua antiga casa. Então, digamos que aquela era uma má lembrança.

Eugenio e Maite, sempre tão bonzinhos, pegaram o carro e foram até a casa de William, saber como ele estava, se precisava de algum medicamento ou algo assim. Eugenio havia insistido muito para Maite ir, e ela acabou indo com ele.

— Maite, não seja tão pessimísta, talvez ele goste da visita. Quem sabe? — Eugenio indagou.

— Eugenio, eu conheço a peça. Quer apostar quanto, que ele vai ser grosseiro ao menos uma vez? — eles andavam pelos corredores da casa dos amigos, procurando o quarto de William.

Ao chegarem numa porta com vários adesívos, de cães ferozes, avisos de "Não perturbe", e inúmeras coisas assim, Maite teve um flashback, das vezes que passara pela aquela porta. Quando era namorada de William, — na verdade, quando achava que era namorada dele. — Ela suspirou e bateu na porta.

Pauliana abriu a porta, e Maite revirou os olhos.

— A vinda aqui já começou muito mal. — bufou.

— Bom dia para a senhorita também. — Pauliana foi educada por pura ironia.

— Seu namorado está?

— NOIVO. — Pauliana aumentou o tom de voz, fazendo Maite sentir uma pontinha de ciúme. — Sim, está. Entra logo, vai...

Maite ignorou a rival e entrou no quarto com Eugenio, que estava um pouco sem jeito com a visita.

— Bom dia, William. — Eugenio o cumprimentou.

— Fala ae... vocês por aqui?

— É, achamos melhor ver como você estava. — Maite respondeu por Eugenio.

— É, to bem. Obrigado.

— Precisando de algo? — Eugenio queria ser o mais amigável possível.

— Bom, na verdade sim. Que vocês parem se sentir pena de mim. Eu só passei mal, não operei, nem nada. Tô legal. — ele queria apenas falar, mas seu gênio e sua voz grossa fez com que ele quisesse ser grosseiro.

— Eu lhe disse. — Maite olhou para Eugenio que dizia que ela estava certa, com o olhar.

— Vocês ainda perdem tempo. — Pauliana caminhou em direção a William, e lhe deu um rápido beijo na boca. — Vou sair amorzinho.

— Sair? — as sobrancelhas de William ficaram num formato, mostrando que ele ficou chateado ao ouvir aquilo. — Outra vez?

— Preciso ir ver umas coisas em casa. — ela mentia, ele acreditava. — Mas talvez a noite eu volte.

— Hum, se você diz. Vai lá. Se cuida. — ele suspirou, olhando ela sair pela porta sem dizer mais nada.

Eugenio e Maite cruzaram o olhar e olharam para William novamente.

— Então, não está precisando de nada mesmo? — Eugenio o questionou.

— Já disse que não, é sério.
— Se você diz, eu assino em baixo. — se levantou, pegando sua maleta. — Eu preciso ir no banco resolver umas coisas. Você fica aí, Maite?

— Hum, tá bem. Fico!

— Certeza? — direcionou um olhar a Will.

— Sim, pode ir tranquilo. Eu sei dominar a fera.

Eugenio soltou um pequeno riso e beijou a testa de Maite. Deu dois leves tapinhas no ombro de William e saiu em seguida.

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