Capítulo 8

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Pauliana não era do tipo que ia deixar aquela situação passar. Fez questão de chamar César, seu pai, e esperar William "pacientemente". Os outros três, já estavam prevendo a confusão que aquilo tudo daria. Eles sabiam exatamente onde o amigo William tinha ido, mas ninguém conseguia abrir a boca e contar tudo. Tudo para preservar a amizade.

William chegou em casa 20h00. Encontrou todos na sala e se preparou mentalmente pela discursão que estava vindo.

- Quem morreu? - perguntou.

- Você tá quase. - Pauliana disse irritada. - Pai, fala com ele.

- William... - César sorriu tentando ficar mais calmo possível.

- César... - disse no mesmo tom, totalmente de deboche. - O que eu fiz dessa vez? O que eu fiz com sua princesinha?

- Como um grande rei das mulheres, você deve imaginar que não se deixa uma esperando... certo? - ele tocou o ombro de William, que se afastou.

- Eu só fui sair. Não havia nenhum motivo para ela fazer esse escândalo todo. Por acaso eu reclamo quando ela viaja? Não, né?

- É diferente, seu tapado. - ela disse. - Eu viajo por... por coisas importantes.

- Oh, deve ser realmente muito importante viajar SÓ para comprar uma coisinha mínima naquelas grifes caras.

- Isso não vem ao caso. - ela bufou. - O que está em discursão aqui, são seus erros, não os meus.

- Meus erros todo mundo aponta! É SEMPRE assim. Agora, e quando eu acerto? - William andava pela sala. - Não vem UM elogio.

- Talvez se você acertasse mais...

- Quer saber? César, cala a boca que você só é homem de verdade quando a praga da sua filha está longe.

Os amigos se entreolharam, mas os três ainda calados.

- Pese suas palavras antes de falar comigo, isso poderá cair muito feio no seu contra...

- FODA-SE ESSE CONTRATO. Quer cancelar? Que cancele! Essa droga de banda tá do mesmo jeito que você encontrou, nada mudou com você. Cancela essa merda porquê eu não preciso de você. Não sei eles, mas eu NÃO!

- Tem certeza do que está me pedindo? Vocês não vão achar um empresário e gravadora juntos nunca mais.

- Pode até ser que não encontremos os dois num só. Mas eu conheço uma empresária... Muito útil por sinal. - falava de Maite.

- Ok, você que manda. Mas não vou romper o contrato por conta de suas rebeldias. Ainda não. A Banda Dope não é só você. Ainda tem seus amigos. Ucker, Poncho e Chris fazem parte dela. E se eu não estou cancelando, é por eles, e não por você.

- Faz o que você quiser. Continua cumprindo as ordens dessa loira mimada.

- Não tenho motivos para ficar aqui e ouvir seus desaforos. Quando você estiver mais calmo, volte a nos procurar. - Pauliana tinha cansado e puxou o pai para fora para irem embora.

- Garota chata! - William resmungou.

- Não precisava disso tudo, né William. - Ucker reclamou.

- Ah, Ucker, vai a merda... Me deixa em paz que cansei de discutir por hoje.

- Hum, como quiser. Mas me diga... - suspirou. - Quem é essa empresária que você conhece, hein?

- É aquela gatinha de ontem. Ela é estudante empresarial e já tá entrando no fim do curso.

- Olha lá, hein... Não deixa essa daí ser mais uma. Se for pra ficar, fica com ela. - Poncho dizia.

- Relaxa Ponchito. Eu não expulso ninguém da minha vida, elas mesmas é que dizem se merecem ou não. - riu. - Bom, vou subir e dormir...

- Já? São só 20h17. - Chris perguntou.

- Eu tive uma tarde maravilhosamente cansativa... Então, já viu. Preciso recuperar as energias. - piscou de brincadeira e subiu pro quarto.

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