Capítulo 20

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— Eu fico feliz em saber que sua carreira está começando a caminhar, Maite. — Poncho estava feliz pela amiga.

— Obrigada Poncho, obrigada mesmo. Você, Ucker e Chris tem sido como irmãos para mim.

Maite estava passando a tarde com seu amigo, Poncho em sua casa. Era uma tarde tranquila, um pouco nublada e a conversa estava agradável.

— Mas se tudo estivesse perfeito. — ela suspirou.

— E não está? 

— Depende do ponto de vista.

— Não entendo, Maite. — ele afirmou tentando buscar clareza nas palavras dita pela amiga.

— Poncho, — ela abaixou o olhar, num momento vergonhoso, talvez. — Estou esperando um filho do William.

As sobrancelhas dele se arquearam alto o suficiente para ler sua expressão e notar seu espanto. Ninguém havia pensado que algo assim poderia acontecer, ninguém, muito menos William.

— Você disse que está grávida?

Ela apenas fez que sim com a cabeça.

— E pretende contar ao William?

— Eu não sei, já pensei nisso muitas vezes. Numa hora, eu sinto que preciso contar, afinal não fiz o neném sozinha. E em outra, sinto que é melhor ele não saber.

— Maite, me desculpe se isso te ofender. Ultimamente vejo você com um carinha... não pode ser dele? — Poncho perguntou, achando que o tal carinha era o novo namorado da amiga.

— Não me ofendeu. E também, não pode ser do Eugenio. William foi o segundo homem na minha vida, o primeiro existiu a muito tempo, e tivemos que terminar por causas pessoais. Depois disso, William foi o único que me tocou.

— Entendo. — suspirou. — Mas, você pode contar comigo, viu? 

— Obrigada mais uma vez. Se for menino e puxar um pouquinho seu gênio, eu vou agradecer muito a Deus. — ela soltou um pequeno riso sincero.

— Bom, não sei se ele puxará a mim, pois não é meu filho. Maaaas, melhor puxar o meu do que puxar o do pai, não é? — riu.

— Com certeza.

Mais tarde, Poncho chegou em casa e sua cabeça ainda não tinha esquecido as palavras de Maite. Ela estava grávida de um homem que não estava nem aí para nada, que não tinha responsabilidade com nada. Sentia-se na obrigação de ajuda-la, pois sabia do plano de William e não teve a coragem de alertá-la. 

— Que foi, Ponchito? — William deu um leve tapa na cabeça do amigo.

— Que é, cara... — Poncho não queria assunto.

— Que é pergunto eu, desde que você chegou tá ae, quieto.

— Não se liga aqui não. Sua vida já tá cheia de problemas para você ficar cuidando da minha, não acha?

— Que problemas? Minha vida tá ótima. Não existe isso no meu dicionário.

— Você que pensa. — bufou. — Por quê você não vai falar com a Maite, hein? Acho que vocês tem muito o que conversar.

— Eu? Ir falar com aquelazinha, pra quê? 

— Ela poderia te contar, mas acho que não fará isso.

— Ah! — deu de ombros. — Ela vai ficar sofrendo a vida toda? Ela que parta pra outro.

— Babaca! — olhou sério pro amigo. — Deixou uma mulher de ouro escapar de suas mãos, a única que você teve que prestava. 

— A única que eu tive que demorei mais pra pegar, você quis dizer. 

— Você não sabe o que diz. Tenho pena deles por ter envolvimento contigo. — Poncho subiu pro quarto, cansado daquele papo todo. 

William não entendeu muito bem por quê o amigo usou "eles", mas também não se deu ao trabalho de ir perguntar algo que não lhe interessava.

— Será que a Maite ia gostar de uma visita? — ele riu e pegou a chave do carro.

Ele gostava, gostava de atentar, perturbar. Entrou no carro e foi para a casa de Maite, decidido a conversar com ela. Tocou a campainha e Maite atendeu.

— Você? — ela perguntou.

— Eu! Feliz em me ver? — ele mordeu os lábios olhando pra ela.

— Diz logo o que você quer, William, eu tenho coisas pra fazer.

— O "Grande Poncho, amparador" veio te ver? 

— Veio, e daí? 

— Pra quê? 

— Não é da sua conta, tá bem? Ele é meu amigo e pode vir me ver quantas vezes tiver vontade.

— Então eu também posso. — ele riu.

— Não. Você é o único da banda que não é bem-vindo dentro da minha casa.

— Uhhh, mas fui o único da banda a ser bem vindo dentro de você? — ele a encarava com seu sorriso endiabrado.

Maite revirou os olhos e cruzou os  braços. Às vezes, William era tão infantil.

— Tá bom, era só isso? — ela perguntou, querendo voltar ao seus deveres.

 — Não, tem isso aqui, óh. — ele falou baixinho e a agarrou, prensando-a na parede e depositando em seus lábios um beijo matante.

Maite lutou para se soltar dos braços dele, mas ele era forte, a segurou e a beijou com mais vontade.

Infelizmente, ainda apaixonada, Maite acabou se entregando ao beijo dele, que adorava tanto sentir.

— Fácil. — ele disse após o beijo, se referindo a ela.

— Como é? — sentiu uma pontada no coração ao ser chamada assim.

— Fácil, você é fácil demais, sabia? Posso te beijar quando eu quiser e se eu quiser te levar pra cama, eu levo.

Maite se encheu de ódio e sua mão foi em cheio na cara de William, que pôs a mão no rosto e devolveu o tapa.

Eugenio viu a cena e se pôs no meio dos dois.

— Que isso, cara? Ficou louco? Não se bate numa mulher. — Eugenio disse.

— NÃO SE METE, ENGOMADINHO. MEU PROBLEMA COM ELA É PESSOAL.

— Maite, você tá bem? — passou a mão no rosto dela, onde havia levado a pancada.

— Tô, esquece. Que bom que você chegou, preciso falar contigo. — ela disse para Eugenio.

— Tudo bem, entra, já já eu entro.

Maite fez o que Eugenio pediu e entrou, sentou no sofá. Não chorou, apenas estava com ódio de William.

— Espero não te ver encostando a mão nela novamente, babaca. — Eugenio disse.

— Isso não é da sua conta, playboyzinho. — entrou no carro e saiu dirigindo.

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