Capítulo 61

531 52 6
                                    


— O que diabos você quer dizer? — Maite se alterou, perguntando.

Pauliana riu e olhou para os papéis da mão dela. Apontou para eles e olhou para Maite.

— Eu vi, meu noivinho sair... sei o motivo.

Maite não entendeu por que ela mudou de assunto, mas resolveu perguntar:

— Hm, me diz então!

— Você tem a resposta em suas mãos, bobinha. E literalmente!

Maite dá umas olhadas nos papeis picados. Droga! Se William não tivesse rasgado, ela teria entendido tudo. Mas foi olhando, procurando alguma luz. DNA...EXAME...NEGATIVO. Engoliu seco como William. Pensou naquilo outra vez. Não, não podia ser! William tinha realmente feito um exame? Por quê não perguntou diretamente a Maite?

— Pois é. Os homens acreditam em tudo. — Pauliana ria. — E o William acreditou que esse pirralho não é filho dele. 

— COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO? — em um momento único na vida, Maite sentiu dó de William.

— Fazendo, paguei meu priminho. Poderia me agradecer. William seria um péssimo pai.

Maite levantou a mão para dar um tapa, mas abaixou ao ver que o Eugenio tinha chegado. Correu para os braços dele.

— Eugenio, que bom que você chegou. Tira ela daqui, por favor! — Maite pediu baixinho.

Eugenio olhou. Era Pauliana. O que será que tinha perdido nesses dias de viagem?

— Não, querida. Não precisa pedir a esse cara. Eu sei muito bem andar. Só quis vir para isso mesmo. Até mais. — debochada, ela deu tchau, como se fosse amiga de Maite há anos.

Com um copo d'água na mão, Maite explicou com calma o que tinha acabado de acontecer. Liberou os Dopes, sem dizer nada. Eugenio a consolou, e a fez esquecer aquilo, dizendo que um dia, ele saberia a verdade.

**************

William se sentou no banco. Aquele era seu lugar preferido na infância. O parque de diversões da cidade. Aquele era oficial mesmo, construído para a cidade. Existia a muito tempo, mas os brinquedos eram sempre  mordernos. Will tinha lágrimas no rosto, mas se recusava a chorar. Porém, o inevitável aconteceu. Seu pranto começou. Sentia uma decepção... mais uma vez, a vida tinha brincado com seus sentimentos. Ele se encheu de expectativa, esperança...e no fim, tudo deu errado. Olhava em volta. Crianças com seus pais. Era para ele estar alí. Com Nickolas. Lembrou do rostinho do menino. Parecia um anjo. Mas também tinha os traços do "pai". Loiro dos olhos azuis. Era de Eugenio. William se julgava o pior dos burros, ao saber de tudo aquilo e ainda querer fazer o bendito exame. Aff! Respirou fundo e decidiu superar. Mais uma coisa para a lista de superações. Estava na hora de seguir em frente... e fingir que aquilo nunca aconteceu.

Quando o Amor Fere Onde histórias criam vida. Descubra agora