Capítulo 47

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O motorista abriu a porta do carro e Maite olhou para o filho.

— Quando terminar de comer, pode descer tá bom? — depositou um beijo no rosto do menino, que estava comendo uma tigela de cereais dentro do carro.

Maite olhou para a gravadora e suspirou. Eles estavam lá dentro. Sabia, por ver o carro da banda alí. Era a hora de entrar e ve-los. Deu alguns passos até o longo corredor que tinha, antes de chegar a sala principal. Escutou a voz de William. Ele falava sobre algo. Sobre alguém. Agora Poncho também falava. Parou onde estava para poder ouvir. Sentiu um calafrio percorrer todo seu corpo ao notar que ELA era o assunto. Eles estavam falando da volta dela para a cidade. Ouvia a conversa:

— Eu já disse, e repito: Por mim, Maite ficava lá! Esses dois anos foram ótimos sem ela aqui. — dizia William.

— Para de falar besteira. Foi um saco, isso sim! Mal sabiamos o que era pra fazer. E eu sei, que no fundo, no fundo, você tá doido pra ver ela denovo!

Maite sorriu sem jeito ao ouvir o que o amigo tinha dito. Será que era verdade? Mas seu sorriso brochou ao ouvir:

— Eu? Por favor né. De mulher fáceis, nessa cidade tá cheia. 

— Tá chamando a May de fácil?

— Extremamente fácil! — disse cantando no rítmo da música. 

Maite sentiu uma lágrima quente escorrer no seu rosto. Pensou que encontraria um novo William, mas não. Era sempre a mesma merda de sempre! Será que esse cara não tinha um pingo de amor no coração? Por quê era assim? Por quê tinha que ser assim? Ele poderia apenas respeitá-la. Maite não foi fácil. Era "namorada" dele. Queria agradá-lo, e então, fez amor com ele. Sentiu vontade de entrar no carro e chorar como uma criança. Mas ia assustar Nick, e ele não merecia isso. A pobre criança não entendia muito bem, e isso Maite não podia explicar a ele. Viu onde estava, na posição que estava. Tinha conquistado tudo! William disse que ela nunca seria nada! Tinha melhor vingança do que essa? Crescer na frente do seu inimigo e ainda controlar algo que era dele? Mas ela não se sentia satisteita. Não queria apenas se vingar em vão. Queria que William sentisse o peso de uma palavra. E agora sim, ela pegaria pesado. Choraria por tudo. Por uma unha quebrada. Por um fio de cabelo que caiu. Pelo salto que quebrou. Mas não choraria por homem nenhum, nunca mais! Limpou a lágrima e firmou seu passo, entrando na sala e dizendo sorridente:

— Bom dia, Poncho, Chris e Ucker. — sorriu.

Os três abraçaram ela animado, menos William, que fingiu que ela nem estava ali. Estava sentado na mesa de reuniões, todo a vontade. Com os sapatos em cima das cadeiras.

— Eu tô bem, logo logo conto as novidades para vocês. — lançou um olhar para William. — Ah, William, você tá ai. Hm... Oi. — disse com indiferença.

— Oi! — ele travou o iPhone o colocou no bolso. 

— Vejo que tudo aqui ficou mais moderno. Gostei. — olhava em volta, se aproximou de William e o puxou pela camisa, obrigando-o a sair da mesa e se sentar numa cadeira.

— Sim, o Eugenio fez uma reforma. Ficou bem bacana mesmo!

— Uhum! Ah! — Maite lembrou-se do filho. — Olha quem tá comigo.

Andou até o corredor e deu um grito suave. 

— Nick, vem cá com a mamãe...

Nick veio correndo e olhou para os 4 caras parados ali. Poncho sorriu, Ucker sorriu e Chris sorriram. Will não demonstrava nenhuma sensação, apenas sentia algo que não sabia explicar, quando via Nick. Mas ninguém precisava saber disso.

— Esse é meu homenzinho, lembram dele? — Maite passou a mão no cabelo do filho.

— Caramba! — exclamou Poncho e agachou para poder falar com ele. — Cé tá bonito em, cara. Você não deve se lembrar de mim, mas sou seu futuro padrinho.

— Olha o estilo dele, melhor que o nosso. — Chris riu.

— E esses olhos grandes? — Ucker indagou. — Vai fazer sucesso quando crescer!

Nick sorriu, sempre simpático com as pessoas que lhe rodeavam. Apertou a mão dos três  que falaram com ele. Logo, olhou para William, e sua inocencia de criança, o fez dizer:

— E aquele moço alí? Não fala? 

Todos riram, menos William, que estava preso no celular novamente. Notou que o pequeno estava olhando pra ele, e levantou o olhar para encará-lo.

— Ah! Eu falo, mas tava respondendo uma fãs. — William colocou o celular no bolso. — Tudo bem, cara? 

— Tudo! — fez joinha com o dedo. 

Maite olhava nada nada feliz para William. E ele notou, mas não se intimidou. 

— Que pena que você voltou, hein Maite! — disse sorrindo. — Seria ótimo se você tivesse ficado!

— Você é tão criança! — ela disse se virando e indo para o estúdio de gravações.

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