Quando o Amor Fere

Capítulo 69

No dia seguinte, William já havia acalmado o coração dos amigos. Ficaram mais tranquilos ao verem que ele não havia feito nenhuma besteira, como era de se esperar. Mas William não queria isso para sí. Não mesmo. Era a hora de se reeguer, começar do zero. E era o que ele ia fazer. Se Maite achava que o sucesso dele, dependia dela, estava muito enganada. O jogo ia virar.

William teve que deixar seu orgulho de lado e ir até a casa de César, seu ex-empresário, pedir alguma ajuda. Ele não tinha mais a gravadora, o que complicou seus planos, mas ainda sim, estava confiante.

Estacionou seu carro e suspirou. Era agora ou nunca. Abriu o portão. Já era do lar. Andava devagar, parecia não ter ninguém em casa. Entrou na sala e viu algo que fez seu chão abrir novamente.

Pauliana, sua noiva, trocava beijos com o "primo" dela, Cláudio. O mesmo médico que tinha feito o exame de DNA, estava quebrando mais uma parte de William.

- Com licença. - ele disse, querendo parecer afetado, mas a realidade era que não estava. Se um dia tivesse amado Pauliana, aquilo já tinha passado...

- William! - ela se afastou, envergonhada e com a face vermelha. - Ahm, desculpe amor, é que... eu... eu...

- Você pode criar quantas desculpas achar necessária, mas eu sei bem o que vi. Não se preocupe. - William ergueu as mãos em sinal de paz. - Nós praticamente nem eramos mais um casal. - se aproximou e retirou a aliança que usava, a deixando no sofá.

Pauliana olhou para Cláudio, que também olhou pra ela.

- Vai ser tão fácil assim? - Questionou o médico.

William sorriu.

- Mas é claro que não. - William deu um tapa na cara dela, e mais um soco em Cláudio. - Agora sim, tá tudo bem!

- SEU IDIOTA! COMO VOCÊ VEM ATÉ A MINHA CASA E ME BATE? - Pauliana dava socos nos braços de William, que a segurou.

- E como você finge na maior cara limpa que esse cara é seu primo, sendo que na realizade, vocês são amantes?

- EU SÓ TÔ DEVOLVENDO NUMA MOEDA MAIS VALIOSA, TODOS OS CHIFRES QUE VOCÊ ME COLOCOU.

William deu de ombro. Não importava mais. Aquela situação, aquele namoro e noivado que nunca deveriam ter existido, já não importava mais. Ele não queria saber dela. A ligação mais próxima que teria agora com ela, seria o pai. Apenas.

- Vai embora, William! Ela tá alterada demais. - Cláudio pediu.

- Não vim ver ela. Vim procurar o César. Cadê ele?

- William, estou aqui! - César desceu as escadas e foi indo em direção a William. - Me acompanhe.